2 de abril de 2010

Feliz é o homem que sabe o que faz.

Este post é uma homenagem a Armando Nogueira.
Os que me conhecem, sabem. Nunca fui muito de ler, talvez ainda não seja. Mas sempre há algo que não consigo evitar: as páginas sobre esportes.
Desde pequeno, quando sentava ao lado do meu pai aos domingos, eu fingia ler o jornal simplesmente para imita-lo. Mas o que eu não sabia é que ele sempre me dava a mesma parte do jornal, o caderno de esportes. Meu pai sabia que seria importante que eu pudesse ler algo que despertasse minha curiosidade e me fizesse continuar lendo mais. Sou botafoguense desde os 7 anos de idade, fui descobrir isso lendo Armando Nogueira.
Armando Nogueira escrevia de forma simples, mas com a certeza de quem tinha nas palavras exatamente o que tinha na cabeça. Armando Nogueira dizia que o brasileiro tinha até os 7 anos de idade para decidir pra qual time torcer. Meu pai naturalmente apoiava a idéia... Passou sete anos tentando me fazer vestir uma camisa do Flamengo. Sem fanatismos, é claro. Mas ele queria que eu admirasse Zico, Júnior, entre outros grandes que vestiram a camisa do Flamengo e fizeram meu pai me oferecer a página de esportes todos os domingos.

Armando Nogueira por outro lado pensava de forma diferente. Apesar de descrever todos os esportes de forma mágica, ele separava suas melhores palavras para falar de sua paixão. O Botafogo. Talvez as palavras fossem a sua maior paixão... prefiro acreditar que não. 
Em 1995, exatamente 7 anos depois que nasci, o Botafogo foi campeão brasileiro e a partir daquela data, decidí que NUNCA MAIS trocaria de time, para desgosto do meu velho.
Algumas pessoas não conseguem entender a paixão dos homens pelo futebol. Se quiserem entender, leiam Armando Nogueira. Durante anos eu prestei atenção no jornalismo esportivo... Talvez eu devesse continuar a ler outras páginas de jornal... O fato é que nunca deixei de acompanhar esportes e nunca deixei de acompanhar o Botafogo.
Anos mais tarde, eu pude compreender a grandiosidade de Armando Nogueira. O mestre era simplesmente o melhor no que fazia e era um profissional realizado porque tinha prazer em usar as palavras ainda que ninguém estivesse disposto a ler. Finalmente pude entender que o melhor profissional é aquele que faz o que gosta. 
Armando Nogueira vai ficar pra sempre na minha memória como um exemplo de bom caminho a ser seguido. Um exemplo de simplicidade, de escritor e de torcedor.