31 de maio de 2011

Lelouch

"Os humanos são seres que buscam a felicidade.
O que o jovem Briatannian, Lelouch, buscava... Era só um pouco de felicidade.
Nada tão especial,
O estopim para todas as suas ações... Foi esse pedacinho de desejo que há em cada ser humano.
Esse sonho... Esse juramento... Quem poderia negar-lhe isso?
Existe alguém digno de fazê-lo?
E mesmo assim... As pessoas são julgadas por estarem unidas a outros e ao mundo, querendo ou não.
Este é o destino.
Então... Quando as vontades de alguém são opostas ao desejo do mundo, tal pessoa será tratada como inútil, somente uma existência vaga.
Pecado e punição.
Destino e julgamento.
O que está impedindo o Lelouch é...
O passado que ele criou.
Tal ódio faz parte da natureza humana??
E mesmo apesar disso...
Ele deveria sentir-se grato?
Sim... Pelo menos...
As pessoas são seres que buscam a felicidade.
Um brilho de esperança... Um desejo vago...
Só pode nascer do desespero."

14 de maio de 2011

La fin

Retiro a fita roxa da última página do livro depois de tê-lo fechado. Roxo faz um contraste não muito belo com o marrom do livro, mas é exótico, traz alguma coisa de mágico, assim como Chocolat. Foi este aspecto, afinal, que me encantou desde o princípio.
Terminei um pouco tarde este ano. Quando os ares mornos de outono já se foram. É sim um prévio verão antes que meados de maio chegue e o inverno comece a mostrar-se. Muito latente em casa, quando olho pela janela e vejo o céu de um azul intenso e só. Ou mesmo quando há nuvens, vai além do que pode ser visto. É a solidão que eu sinto sentada à mesa de madeira escura, diante do computador sem objetivo, é o vagar de um lado a outro da casa, é o vento gelado que bate na face quando estou em companhia, mas sozinha. É ver prédios e casas por sobre o muro e continuar aqui em baixo olhando, ou distante, mesmo diante do muro, só olhando. É uma névoa branca que me acompanha onde quer que eu esteja. Mesca os horizontes que um dia foram outros. Agora são apáticos. E por um momento eu me vejo esperando agosto ansiosamente para que isso passe. Vejo-me necessitada de amigos que me façam virar as costas para essa sensação, novidades que tragam emoções mais quentes à tona.
Procuro me rodear de vermelho, amarelo e laranja para me sentir mais alegre. Fico ao sol em busca de calor, pois onde ele nao está o frio emana de mim mesma.
Sou toda nostálgica. Olho o chão da cozinha e a maneira como a luz se reflete nele e lembro de anos atrás. A pequena agitação do centro da cidade, pessoas para conversar em lojas de onde não dá para ver o sol. Éramos uma pequena sociedade naquele condomínio. Aquilo acabou. Hoje entro lá e já não é mais tão claro, embora tenha sido adornado. É um lugar estranho, com pessoas estranhas, mas por alguns instantes, aqui em casa, eu queria tanto voltar a ter tudo aquilo à minha volta, da maneira que era antes. Foram uma espécie de tempos de auge, convívio com pessoas, novo sentido de vida para ela, talvez para mim também. 
E acabar um livro é assim, querer voltar depois de ter passado tanto tempo naquela mesma atmosfera. É como não pertencer a lugar nenhum, nem lá nem cá, nem nas páginas nem na realidade. É como ter os ventos mudando e não saber o que fazer.

10 de maio de 2011

Formatura

Já faz alguns meses, mas às vezes a saudade bate e acho que um momento tão importante que permanece no coração e na memória não tem data de validade para ser expressado. 
Esse é o texto que a oradora da turma leu naquela noite, e eu quase posso voltar no tempo...

Prezados alunos, professores e convidados,

Atravessamos, nesta noite, uma etapa muito esperada em que concluimos o ensino médio e nos preparamos para a universidade, onde seremos mais independentes e, espero, mais responsáveis. Nesta travessia é preciso dizer adeus aos educadores, que nos auxiliaram no crescimento intelectual e na formação do caráter; aos amigos, que participaram das nossas alegrias, tristezas, momentos de indecisão e comemoração e aos pais, que terão de nos deixar voar e alcançar nossos objetivos por nós mesmos.

Referindo-me às palavras de Fernando Pessoa, de modo oportuno ao que enfrentaremos e ao que almejamos, cito “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. E que nós façamos uma obra da qual nos orgulharemos e daremos uma contribuiçao ao país, sendo futuros profissionais do direito, medicina, engenharia, psicologia, comunicação social, administração, biologia, relações internacionais e arquitetura.

Para nossa progressão acadêmica e posteriormente profissional, são necessárias despedidas e, após isso, muitas vezes olharemos para o lado e sentiremos falta dos rostos que participaram da nossa rotina. Dos amigos que fizemos é possível que não tenhamos mais convívio, mas, com certeza, a lembrança do que cada um acrescentou em nossas vidas ficará e o saudosismo permanecerá.

Agradeço, com a certeza de que a caminhada até aqui não foi vã e que nos preparou para a vida real que muitas vezes pode ser dura e cruel. As amizades que construímos este ano, assim como as que virão, terão papel de auxiliadoras nas decisões que tomaremos no decorrer de nossa existência. E que saibamos ponderar cada escolha nossa a partir da liberdade que temos agora, assim como nas palavras de Fernando Anitelli, “cada sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser” e nesta noite, conjugo os verbos amar e vencer!