31 de dezembro de 2011

Bye bye, 2011...

1:24
Foi assim que me dei conta do último dia do ano. Li até minha vista fica embaçada e quando me dei conta já era tudo isso. Para quem tinha que acordar cedo, era bem tarde. Senti a liberdade de estar descalça enquanto colocava o pijama. Tomei um copo de Coca-cola e apaguei as luzes. Inclusive da árvore de natal. Demorei a pegar no sono de verdade e tive sonhos malucos. Não devia ter tomado a tal Coca-cola...

Finalmente 2011 chega ao fim! Nunca quis tanto que um ano acabasse. Ele não foi recheado só de coisas ruins, claro que não. Tive bons momentos, de amor, de amizade, de conquistas acadêmicas. Mas tive muito mais momentos piores. Não houve um ano em que eu chorei mais e que me senti tão em confronto comigo mesma. Já tive anos com decepções, mas eram por ilusões, coisas que nunca aconteceram. Dessa vez, porém, aconteceu de fato. Eram problemas que não faziam (só) parte do meu mundo imaginário. Esse foi um ano cheio de mudanças. Muitas, muitas, muitas. E muitas foram ruins, com outras eu não soube lidar... Foi um ano sem objetivos próprios. Não fiz minhas resoluções, depois de ter conseguido cumprir tantas de 2010. E continuei cumprindo: este ano foi como fosse um ano em que se concretizaram coisas que pertenciam ao passado. E eu vivi também muito em função da vida alheia por falta de objetivos próprios para cumprir. Ao lado do meu espelho na minha velha casa havia apenas um papal em branco no lugar em que deveriam estar minhas resoluções. E foi o que eu consegui: um ano em branco.
Em branco não de experiências, mas de coisas para me orgulhar. E então chega ao fim este ano estranho. Já fiz minhas resoluções, pretendo retomar a prática de ter um diário, já tomei meus banhos e espero animada. Espero pela meia noite como quem espera alguém importante. Espero um momento como se fosse uma pessoas, pois é esse momento que vai trazer as novas e mais promissoras oportunidades. É assim que sinto que encerro o ciclo, considerando a importância do momento.
Acredito que será um ótimo ano. E desejo o mesmo: paz, saúde, confiança, união, amor (de todos os tipos), conquistas, inspiração, harmonia, sabedoria, alegrias, bom humor (muito necessário), sorte (para quem acredita)... Tudo da melhor qualidade!

FELIZ 2012! FELIZ DE VERDADE...

30 de dezembro de 2011

Preparativos

O ano vai se aproximando do fim (graças a Deus!), mas apesar deste ser assunto para outro post, acho que é válido dizer que esse é um daqueles dias em que você se sente fora do tempo. Eu sei que é sexta. Mas parece um dia avulso, entende? As horas do dia não fazem sentido, e tudo tem um ar de sol morno, amarelo, difuso. 
Almocei no restaurante. Chester. Mas aproveitei que é último dia em que se "pode" comer essas coisas. Diz a lenda (bom, pelo menos falavam lá em casa): não coma animais que ciscam em véspera de ano novo. Afinal, se eles ciscam é para trás (óbvio!), e no próximo ano você não quer andar para trás, certo? Você não quer que nada regrida. E, coincidência ou não, este ano realmente foi para trás! Um simples exemplo: voltei a morar com minha mãe, o que acontecia no tempo de escola, no passado. Isso não foi de todo ruim, mas muitas coisas foram, então, antes prevenir do que remediar. 
Outra coisa: preveni também com um banho de sal grosso na última sexta do ano e um banho de loiro loro. O primeiro para mandar para o fundo das águas tudo o que é ziquizira, e o outro para trazer prosperidade, alegria, vitórias...
Até me sinto Vianne com esse rituais, mas dizem que as coisas funcionam para quem acredita. Eu não tenho minhas crenças definidas na cabeça, mas gosto de acreditar no que é bom, sem falar que são alguns constumes de família (acho que de muitas, não sei...), então alguma coisa lá no fundo diz que é para o bem. E já que não mata...











E para finalizar, vou para mais um preparativo de ano novo: pavê de sonho de valsa...

27 de dezembro de 2011

Letting go

Letting Go - André Matos


A brand new day at last is born
The first wave breaks on the shore
The sun is shinning bright

Across the centuries of pain
My heart is rising again
Did you hear all my cries?

I'm on the edge to turn away
I can´t explain
But I dont want to be alone
It´s in the air, it´s in my face,
It´s everywhere
I 'd like to know how to carry on...

I ask myself in the end
Was everybody just lying
Right from the start?

And if you are longing to be free
You better think of a way
to find some love in your heart

I'm on the edge to turn away
I can´t explain
But I don't want to be alone
It´s in the air, it´s in my face
It´s everywhere
And now I know how to carry on

Falling with the rain
To meet you once again
Set me free

Flying to ever more
But I won't fly alone
Can´t you feel me letting go?

A moment like a million more
Let me hold you for a while

Just strangers now or have we met before
It´s up to you to treat me well
or throw me on the floor

There´s a reason why we live and die
In the end only a footprint stay behind

There's a time for love, time for pain
Have you seen how pictures melt down with the sky

Letting go
Letting go
Letting go

Falling with the rain
To see you once again
Set me free

Flying to ever more
But I dont fly alone
Can´t you feel me letting go?

24 de dezembro de 2011

Véspera de Natal

Bom, eu disse que voltaria e os imprevistos foram tantos que quase que não volto para desejar um feliz natal a todos, embora já esteja fazendo isso por comentários.

Depois de uma noite bem conturbada, consegui dormi bem só quando clareou. Eu bem que queria que fosse por estar voltando de uma festa ou me divertindo de alguma forma, mas foi só por causa da bagunça na praça. NUNCA morem em frente à praça, ainda mais no centro histórico. Como não adianta chamar a polícia...
Enfim, tive um sonho encantador, e essa é a palavra. Depois acordei com a estranha vontade de comprar um vestido. Não me dou bem com vestidos, por isso a vontada é estranha. Não achei o vestido, mas tudo bem.
Repentinamente meu pai resolve passar o natal comigo. Isso também foi estranho, já que nos anos anteriores quando morávamos na mesma cidade ele não fazia isso. Ele ia me visitar, mas depois ia à missa, então sempre era breve... Enfim, este ano, adivinhem? Estarei lá, na missa do galo, meia noite, euzinha. Afinal, se não for eu quem mais vai acompanhá-lo? Já estou me preparando para não dormir.
Mas o que eu mais quero é degustar a ceia tranquilamente, encerrando minha dieta temporariamente. Minha boca enche d'água só de pensar...

Bom, gostaria apenas de desejar um Feliz Natal para todos. Muita paz, harmonia e união (porque eu sei que nessa época em que a família se reúne tudo isso é muito necessário), muitas alegrias também, diversão, fartura e presentes, claro!

Felicidades, beijos!

22 de dezembro de 2011

(re)descobertas

Esses últimos tempos têm proporcionado (re)descobertas. Outros raios voltaram a brilhar aos poucos e achei alguns fragmentos de mim que estavam perdidos. Sinto-me de um jeito que não lembrava há muito como é, voltando minha atenção para coisas que deixei de lado.
Minhas preocupações têm sido mínimas e leves. Arranjo ocupações de férias, como descobrir o filme de amanhã, assistir os desenhos pela manhã, discutir se brigadeiro enrolado é mais gostoso que o de panela (enrolado, sempre!). Sinto aqueles ares do natal que achei que nunca chegariam. Aqueles ventos que trazem um cheiro molhado da chuva que foi e da que virá, mas o que importa é que agora o céu é azul e é hora de frescor e esperança, é aquela hora em que existe a certeza de que todos os sonhos se realizarão. 
Tudo isso é muito característico do natal, mas este ano demorou para chegar. Até nesse aspecto este ano foi diferente. Nos anteriores eu pensava que queria me ver livre das provas e estar livre para sentir o natal. Agora, sinto falta de tudo aquilo. Da espectativa de futuro, da vontade de vencer, das viagens (é muito estranho não viajar em dezembro e chegar em cima da hora para o natal). É muito estranho apenas sentar e esperar chegar. Claro que adoro todo o capitalismo envolvido, e podem me chamar de louca, mas lamento por não ter mais parentes para quem comprar presentes. Todas a aquelas sacolas lindas, os kits em lojas de perfume, as promoções de livros... Adoro tudo isso, toda a alegria do natal, me sinto bem, leve, integrada, me preparo para o melhor. 
Um dos meus sonhos de natal é ter uma família bem grande para passar essa data, e fazermos amigo oculto, e nos divertir. Mas mesmo que na realidade sejamos apenas nós, minha mãe, a Lila e eu, já fico feliz, me empolgo da mesma forma.
E o que queria dizer, afinal, é que sendo férias, procuro ocupações (já disse) e posso satisfazer várias vontades. Demorou, mas enfeitaram a cidade com muitas, muitas, muitas luzes. Tirei várias fotos, mas consegui postar muito poucas no Flickr por conta da minha internet. Provavelmente não conseguirei terminar antes do natal, mas tento todos os dias, já que paciência não me falta.
Não consegui ser bem sucedida com as fotos, mas pelo menos fomos em busca de algum presente para a Lila. Ela é uma cachorrinha, ok, mas é da família e também merece um agrado. E nada melhor para essa época do que um panettone próprio para cães. Sim, isso existe, e fiquei surpresa! Pequeno na medida certa e segundo a moça do balcão "muito cheiroso, não resisti e experimentei um pedaço". Não vou negar que tenho curiosidade a respeito do gosto de algumas comidas para cachorro, mas não tenho coragem...

Bom, acredito que ainda posto antes do natal, então, até breve.

18 de dezembro de 2011

Quando li esse texto, a identificação foi imediata...

"O som do radinho de pilha, o cheiro do bolinho de chuva, a sensação do mertiolate no ralado do joelho. Sentada na calçada consigo sentir o sabor de cada lembrança. Benditas recordações que me cercam como em um abraço e me levam até um lugar radiante chamado saudade. Lá, o que eu fui segue intacto. Livre dos arranhões do tempo. Conservado por cada momento em que fui genuinamente feliz."


Fernanda Gaona

16 de dezembro de 2011

California

"Bom dia Hell A,
na terra dos preguiçosos, o tempo prega peças em voce
um dia se está sonhando, em seguida esse sonho se torna realidade
foi a melhor época. Se ao menos alguém tivesse me dito.
Erros foram cometidos. Corações foram partidos.
Lições difíceis aprendidas.
Minha família segue sem mim. Enquanto eu me afogo num mar de coisas insignificantes.
Não sei como cheguei aqui.
Mas aqui estou eu.
Apodrecendo sob o sol quente da California...
Há coisas que preciso aprender, pelo bem dela, pelo menos...
O relógio está correndo. O buraco está aumentando.
Ela nem sempre vai me amar não importando o que aconteça."

É isso! Exatamente assim que me sinto. Com o texto de Hank Moody baseado nas palavras melancólicas de Charles Bokowsky...
Não é da California que estou falando, embora eu me sinta da mesma maneira. A vida é estranha e amarga aqui e Campos continua sugando tudo que eu tenho.
Espero já ter partido antes de rejeitar ajuda mais uma vez...

14 de dezembro de 2011

O sol

Ontem foi nosso primeiro encontro. Muitos ainda virão pelo visto, mas não me importo. É algo que gosto de fazer. Já me senti aliviada com aquela uma hora de desabafo, com as pinceladas de humor entre minhas frases.
Logo que entrei no consultório, me deparei com vários brinquedos e por um momento pensei que tivesse marcado horário com a pessoa errada. Até que ela me conduziu para o outro lado da divisória e estávamos em um ambiente muito confortável e simples. Sofá e duas poltronas, almofadas e janela aberta para o fim de tarde pós chuva. Eu já havia ido preparada para isso sem saber. Tirei meus chinelos e cruzei as pernas sobre o sofá, lugar onde escolhi sentar. Gostei disso de escolher meu lugar.
Das coisas que conversamos, uma eu gostaria de compartilhar. É o que ela diz a todos os paciente (me perguntei se para as crianças também, mas enfim...). Todos somos como o sol e cada raio é um papel que temos: filho(a), homem/mulher, estudante, vizinho(a), amigo(a), namorado(a), ou não... E não dá para ser sem nenhum desses raios, senão o brilho não é o mesmo.
Não espere que ninguém seja seu sol, deixe seus próprios raios brilharem, todos eles.

11 de dezembro de 2011

Wonderful Life

Músicas têm dito muito ultimamente. Acho que o melhor a fazer agora é deixar que mais uma fale por mim. Essa é especial, dela só vi a beleza mais profunda quando escutamos juntos. E embora eu não tenha sido clara sobre o começo, só sinto que o fim será completo se eu colocar aqui. Domingo passado eu sabia que o adeus era o mais sensato, o melhor a fazer. Agora eu sinto que não vou conseguir. Deixo as mãos amigas me acolherem, deixo a música completar meu vazio...

Close your eyes
and just hear me say
One last long goodbye
One last song before
you spread your wings.

There's so much left to say
Before this moment slips away.

What a wonderful life
for as long as you've been at my side
and I want you to know I loved you so.

The cold night calls
and the tears fall like rain
it's so hard letting go
of the one thing I'll never replace.

And soon you will be gone
but these words, they will live on.

What a wonderful life for as long as you've been at my side
and I want you to know I'll miss you so
And tough all days come to an end
no I'll never love like this again.

What a wonderful life my friend.

And all that I am
You let me be
I'll remember you
For all that you've done
and given to me.

And love will remain
this I can see
now and forever more.

Because of you now I believe
I believe

What a wonderful life
for as long as you've been at my side
and I want you to know that I loved you so.

What a wonderful life
for as long as you've been at my side
and I want you to know I'll miss you so.

And tough all days come to an and
No I'll never love like this again.

What a wonderful life
what a wonderful life
what a wonderful life
a wonderful life.

And with one last embrace
as the tears fall like rain
you're gone.

And with one last goodbye
and you faded out tonight, you're gone.

3 de dezembro de 2011

Fix You

When you try your best, but you don't succeed,
When you get what you want, but not what you need,
When you feel so tired, but you can't sleep
Stuck in reverse


And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?


Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try, to fix you


And high up above or down below
When you're too in love to let it go
But if you never try, you'll never know
Just what you're worth.


Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try, to fix you.


Tears stream down your face,
When you lose something you cannot replace
Tears stream down your face
And I...


Tears stream down your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down your face
And I...


Lights will guide you home
And ignite your bones
I will try to fix you...

1 de dezembro de 2011

Por liberdade, autonomia e paz

"Ouvi um cara dizendo: mudei de opinião, me envergonho das coisas que me afetam. Devia ser mais esperto e saber que entendem mais de mim, do que eu."

Essa semana foi algo para ser esquecido e lembrado. O pior é saber que tudo É minha culpa, novos problemas e velhos hábitos. Mas o que ocupa a minha mente não é o alto e baixo da vida, o que me incomoda é não saber onde quero chegar... As opiniões são as mais variadas, todos tem algo a me dizer... Mas peraí!!

Dessa vez não. Aqui não vai acontecer! Farei sempre o que é melhor pra mim! Pensando melhor... Isso seria egoísmo ou amor próprio? Pra mim é tão complexo quanto a expressão "mais igual"... É possível liberdade com igualdade?

Enquanto isso... Tupamaru.

Música: Tupamaru
Composição: Dead Fish

Quem pode continuar vivendo sob a mira da sua paz
Nessa agenda de prosperidade, só quem perde sou eu
A vida é bem diferente do que vejo na TV
Aprendendo a ser escravo dócil com sua informação

Traduzir acenos de quem determina
Acalma a multidão
O sorriso de ódio que se aproxima
Pronto pra se espatifar

Muros de vergonha, documentos seletivos
Mais de uma fronteira de um só lugar
É para a segurança de quem pode pagar
Quem sobra, quer dançar
Se todos tem liberdade
Se palavras tem valor
Porque não posso entrar?


Mais uma campanha, mais de nosso esforço
Promessas que todos vivem aceitar
Encher de água o que foi cercado
Se não me inclui, ninguém vai festejar

Muros de vergonha, documentos seletivos
Mais de uma fronteira de um só lugar
É para a segurança de quem pode pagar
Quem sobra, quer dançar
Se todos tem liberdade
Se palavras tem valor
Porque não posso entrar?


Sua guerra, meu dinheiro
Suas armas, o meu sangue
Se não dançam todos, não dança ninguém
Sua produção, meus braços
Seu lastro, o meu trabalho
Se não dançam todos, não dança ninguém!!
Não dança ninguém!!!!
(Não dança ninguém)



Pronto, já me sinto melhor. Minha guerra sempre foi por liberdade, autonomia e paz. Se as 3 coisas não forem absolutas, não existem.

19 de novembro de 2011

Charles


Naquela noite, ela estava na pizzaria comigo no balcão quando ele chegou. Entrou pela porta da frente e assim que viu minha irmã, seus olhos pareciam ter se iluminado. Ela usava uma blusa azul índico e uma jaqueta branca por cima. Simples, e perfeita para ele.
- Para você não falar que eu não venho mais comer pizza. – lançou ela com um tom de brincadeira.
A resposta foi uma risada leve. Ele me “cumprimentou”:
- Ah, trouxe o Charles.
- Ah, não vim nem um pouco sozinha... – apontou discretamente com a cabeça para a mesa ao fundo, onde estavam nossos pais.
Martin fez uma careta de medo fingido e riu de novo. Ela sorriu e o olhar que eles trocaram foi ao mesmo tempo tão breve e tão terno que... Não sei dizer. Cheguei a ficar com inveja de não compartilhar um sentimento daqueles com alguém. Mas foi naquele olhar que eu percebi: eles não tinham nada de fato - um beijo não definia nada, a meu ver... - , mas ambos sentiam aquela atração.
E Gatusha? Bom, ela estava do outro lado do balcão. Na verdade, conversava conosco antes de ele chegar. Pois é, acho que, talvez, ela já tivesse perdido as esperanças com relação a Martin. Não porque tivesse percebido o que havia entre ele e minha irmã, ainda não, mas simplesmente por achar que os acasos da vida eram injustos com ela, levando à pizzaria de seu pai um garoto perfeito, mas que nunca vai acompanhá-la até em casa, como faz com as outras, porque ela mora no andar de cima.
De qualquer maneira, Martin não ficou muito tempo enquanto estávamos lá. Naquele dia, resolveram pedir muita pizza e ele saiu várias vezes, sendo que o único outro intervalo que ficou com a gente por mais de dois minutos foi quando nos serviu à mesa. Sim, fez questão disso, e ainda teve o galho quebrado porque Gatusha estava ocupada com outros fregueses.
Engraçado que, meu pai o encarou muito. Pena que não valeu de muita coisa. Quer dizer, foi um encarar vazio, desses de quem vive na correria do dia-a-dia, e assim que o garoto que está servindo as pizzas se virar, ele não vai mais se lembrar da sua fisionomia. E mesmo que dessa vez tenha parecido que ele olhava com alguma atenção, devo ter me enganado. Minha mãe conversava algo que ele respondia de maneira desatenta também.
Quanto a Martin, ele estava na batalha com um pedaço de queijo quando terminei de analisar o comportamento do meu pai. Ele deixou o último pedaço para minha irmã e pôde, assim, lançar um olhar mais demorado sobre ela enquanto os outros estavam preocupados em comer.
E depois da pizza, pareceu-me que minha irmã demorou um pouco mais que o normal para que pudéssemos ir embora. Ah, com certeza, era uma tentativa para encontrá-lo mais uma vez, mas ele não voltava da entrega. Partimos.
Mesmo assim, ela não parecia triste. O dia devia ter valido a pena. Viram-se e falaram-se.
Porém, para ele, ao voltar e não vê-la mais lá, sentiu-se um pouco decepcionado, imagino. Malditas entregas! Bom, ossos do ofício... Não, a noite não findaria assim.
Estávamos na varanda sentados na escada, observando as estrelas. Eu falava de algo nem muito importante, mas gostaria, pelo menos que minha irmã prestasse atenção. Não que ela estivesse totalmente desatenta, mas parecia que não a interessava muito. Então, ela me pediu que fosse pegar o baralho.

E enquanto ela estava sozinha, uma moto parou do outro lado da rua. Era ele. Tirou o capacete, despregou um papel de cima de uma pizza, atravessou a rua com o andar elegante de sempre, ela abriu o portão.
- Tenho uma entrega para fazer nesse endereço – Martin disse entre sorrisos, mostrando o papel que tinha nas mãos – Sabe onde fica?
- Contorne a praça e vire na segunda rua à direita – ela respondeu cheia de graça – Vou te mostrar. Vem comigo.
Ele a seguiu por alguns passos até o outro lado a rua e mais um pouco à frente, de onde dava para avistar as ruas mais baixas por cima da mureta da praça.
- È naquela rua. Tem uma placa. As ruas aqui são meio confusas às vezes porque tudo parece igual, mas não tem como errar.
- Hum... Bom, sua ajuda foi muito útil, senhorita. Obrigado.
A conversa entre eles era tão leve, descontraída, cheia de sorrisos e conforto, quase como se se conhecem desde sempre. 
E então, ele olhou para a sua moto um pouco mais atrás e emendou:
- Já andou de moto?
- Há! Não, não... Sou meio traumatizada com motos...
- Essa desculpa não cola... Qualquer dia desses vai andar comigo. Faço questão de oferecer uma carona.
- Ok, você me convenceu.
- Bom, então eu vou para a entrega das pizzas... Até mais ver.
- Até amanhã, você quer dizer.
- Ah, amanhã... – revirou os olhos: escola. Subiu na moto e foi-se.

30 de outubro de 2011

Um pouco de mágica...

Colocar uma maçã com mel no jardim para agradar os gnomos. Alguma coisa doce para que eles nos ajudem a realizar pedidos. Essa é uma prática que eu tinha esquecido há tempos. Esses hábitos estavam muito mais entranhados nas paredes da minha antiga casa, imagino, no altar sobre o meu computador. Mas pelo visto minha mãe ainda carrega algumas crenças. Ou será que se faz de tudo quando se quer muito alguma coisa? Afinal, essa história de gnomo era muito mais a cara da minha avó do que de minha mãe.
Só sei que me bateu aquela saudade de ser criança de novo e acreditar nessas "mágicas" de verdade. Ficar realmente na dúvida se essas criaturas existem ou não, juntar ingredientes dentro de um pote de vidro e esperar acontecer. Eu sempre admirei esses poderes, queria que fossem reais, que funcionassem de maneira notável, como nas histórias. Queria um pouco de mágia na minha vida para tornar as coisas mais divertidas, os sonhos impossíveis mais fáceis de virar realidade. Acho que eu queria alguma coisa especial também. 
O tempo foi passando, e eu vi que não daria certo, que não é essa a magia que está solta por aí. Mas qual o mal de comemorar? De tornar a vida mais divertida com pessoas por perto, doces e "travessuras"? Por muitos anos fiz festas em casas, com decorações trabalhosas e feitas com carinho. Centenas de estrelas brilhantes, abóboras, tendas, roxo e preto pendendo do tedo sem lâmpada. Ao me enfeitar e me vestir eu sentia que aquela era a pequena magia que eu podia fazer. Sentir aquele vento que prediz chuva enquanto corríamos pelo jardim, era a magia que podia acontecer. Na cozinha, com os doces, era a magia que podia ser manipulada.
E então entra mais um dos muitos motivos que me ligam a Chocolat. Vianne não é bruxa, mas sente as pessoas. E cozinhar é a mágica para ela, bem mais simples de lidar do que o tarô de sua mãe. Eu gosto de classificar como uma magia mais inocente, que não nos deixa perdido dentro dela, que não nos engana quanto aos nossos destinos. Mas isso só a título de comparação, não vá pensar que eu acredito em destino... 
O fato é que depois de coleções de revistas e um monte de fantasias (essa foi minha tranquila adolescência!) outras ocupações surgiram, e as celebrações foram se tornando cada vez mais simples, mais íntimas, até que findaram. Ah, aquela garota sonhadora que acreditava em algum tipo de magia, mesmo que simples, às vezes eu queria encontrá-la de novo dentro de mim e dizer com carinho "Vem, pode vir, vem viver comigo de novo"...
Este ano, quando o mês chegou, eu senti os mesmos ventos de novo, o mesmo "clima". Mas algumas coisas já não possíveis. E não falo em crenças, nem em festas. Acho que a verdadeira magia, a verdadeira vontade de fazer as coisas acontecerem, carregamos dentro de nós. E não é o mês, uma data, que a libera. Mas é sempre bom lembrar com carinho do dia 31...

14 de outubro de 2011

Adolescência

Esses dias de chuva são perfeitos para ficar em casa, vendo televisão, navegando à toa na internet, escrevendo, qualquer coisa que não envolva sair por aí e chegar como um pinto molhado nos lugares. Mas às vezes a gente enfrenta essas situações, só para ir à aula e lá escutar aquelas conversas que te dão um nó na cabeça, causam crise existencial, dão vontade de chorar e assim vai. Ontem não foi nada tão extremo, mas eu me vi pensando sobre o assunto...
Nessa aula nós estávamos discutindo sobre os conceitos de infância e adolescência, e além das definições de dicionário, sempre surgem aquelas ideias de que a infância carrega tudo o que é bom e é um mundo de sonhos e é a melhor fase da vida (é mesmo), e que a adolescência é a época de rebeldia, a mais turbulenta e crítica.
Esse negócio de que adolescência é na verdade um aborrecimento sem tamanho eu sempre vi como um estereótipo, uma coisa que acontecia com os outros, mas não comigo. Eu sempre fui tão tranquila, nunca fui da fazer aquelas birras horrorosas por festa ou para ter alguma coisa  que não podia. Primeiro porque nunca fui de sair muito, sempre gostei de ler, pintar, ficar na minha, e quando eu saía era mais para ir na casa de alguém e não ficava até muito tarde. Então, para quê brigar? Segundo, eu sempre tive um pouco de consciência das coisas materiais. Quando eu era criança, não muito, mas já com os meus 12 eu sabia o que era caro e o que não era e avaliava se aquilo que eu queria era necessidade ou só vontade, se o preço era bom para a minha mãe... Enfim, essas ponderações um tanto adultas que às vezes eu desejo muito não ter. Então, pra quê brigar? Terceiro, sempre morei em "casa de vó". Quando eu queria alguma coisa, mesmo que só por vontadezinha boba, se eu merecia vovó me dava e eu ficava feliz. Isso me categoriza como garota mimada? É, eu também penso isso de vez em quando.
Mas a questão é que nunca precisei ficar batendo porta na cara de ninguém, mentir pra ficar na rua até mais tarde, nem fui aquela pessoa difícil de lidar, com temperamentos oscilantes e crises de mau humor. Não na minha adolescência...
E é aí que vem. Não sei se foi a faculdade que meteu umas ideias malucas na minha cabeça, ou se toda essa crise de adolescencia demorou, mas chegou. O fato é que tem dias que nem eu me aguento, e digo coisas na cara dura. Fico chateada por bobeiras e discuto com as pessoas pelo motivos que eu acho certos (às vezes, depois de um tempo eles parecem bem idiotas, mas para não perder a razão eu tenho que continuar falando). Só não abro muito o jogo com a minha mãe, ela invade demais o espaço e acaba colocando mais minhoca na minha cabeça, mas aí, sem saber os motivos, tem dias em que ela aguenta minha cara fechada e minhas respostas ferinas. É, parece que fiquei um pouco rebelde. Não muito, comparada com outras pessoas que eu conheço (ainda bem!), mas acho que o suficiente para o meu jeito de ser.
Para o meu alívio, não estou só! Algumas pessoas da minha sala revelaram que não tiveram sua crise de rebeldia no "momento certo" também, mas admitem estar passando por ela hoje em dia. 
Só espero que as espinhas que eu nunca tive não resolvam aparecer agora também...  

12 de outubro de 2011

Outubro corre solto, assim como aconteceu com setembro. O nono mês realmente passou bem mais rápido do que o atual. Outubro sempre teve muito a me dizer, mas eu gostaria de ignorar isso agora e falar além dos meses, meros panos de fundo.
Ontem me peguei fazendo um trajeto invertido, digamos assim. "Boa viagem de volta para casa", desejaram-me. Embora já esteja internalizado, eu ainda me surpreendo quando percebo que deixo a cidade que por tantos anos foi minha casa para vir para esta nova cidade, que no momento é lar. Depois de passagens compradas e tudo planejado,  bateu o arrependimento, a vontade de ficar mais um dia. Bateu a tristeza por não ter visto todos que queria. Mas se na ida, durante a viagem turbulenta, eu duvidei se tudo aquilo valia à pena, na volta eu tive a certeza de que sim. 
No domingo parecia mais que meu pai queria se ver livre de mim. Assim que desembarquei, uma das primeiras perguntas foi se eu já iria direto para a casa de minha amiga. Mas acho que tudo aquilo não foi por mal, é só que temos tão pouco contato que passar muito tempo na casa dele seria até constrangedor, o assunto acabaria logo. Nesse dia também foi o batizado da minha queridíssima irmã (eu não falei dela em nenhum post, mas não estão perdendo nada). Talvez ele também tivesse algum compromisso vespertino com relação à ela.
Mas o importante é que é muito rever as pessoas queridas de novo e conversar com elas frente à frente de novo e não por e-mail.
Claro que nem com todos a relação continua igual. Existe uma amiga, por exemplo, que sempre será querida, mas duvido que as coisas voltem a ser como eram antes. Nos afastamos muito, por ela e por mim e agora ela se tem outras pessoas para se espelhar e tem o dom de excluir quem não faz parte dessa referência. Ela escolhe os amigos preferidos. Guardo com carinho, então, nossas tardes divertidas de alguns anos atrás.
Parece que alguns amigos estão tentados a vir para o "lado negro", leia-se: querem desistir de seus respectivos cursos e fazer psicologia também.
O calçadão (minúsculo) da cidade está em reforma, junto com o parque das crianças (cortaram o barato delas hoje, né?)... Esta viagem concretizou uma dúvida que eu já tinha: será que algum dia minha mãe voltará mesmo a morar em lá? Tanta coisa mudou ultimamente, talvez ela goste daqui ou encontre uma cidade melhor para ela. Talvez eu apenas faça essa viagem sofrida por anos e anos, com grandes intervalos, para ver os amigos apenas (como se fosse pouca coisa) e depois volte para casa, num rumo totalmente inesperado por agora.

PS: E como não podia deixar de ser, Feliz Dia das Crianças para todos que já foram criança um dia, e para aqueles que ainda insistem em ser de vez em quando... 


12 de setembro de 2011

Epitath

É muito triste se despedir de alguém... Mas é inevitável. A idade chega PRA TODO MUNDO. O Judas Priest, que se dispede dos palcos com a turnê Epitath passou pelo Rio e eu TINHA que estar lá para assistir. Desde muito jovem eu escuto a banda e mesmo tanto tempo depois, ainda me arrepio quando escuto os primeiros acordes de músicas escritas em 1988 por exemplo... ano em que nasci...

Ví famílias inteiras no show. Avo, com o filho e o neto, esposas, crianças... Judas Priest atravessou gerações e ainda vai atravessar mais algumas.

O show foi indescritível. A abertura com o Whitesnake não poderia ter sido melhor, tocaram os clássicos, brincaram com o público... O baterista inclusive fez um ótimo solo de bateria usando as mãos ao invés das baquetas... Nunca tinha visto nada parecido.
Já o Judas Priest, sob a liderança do "metal god" Rob Halford, assim que subiu no palco para a sua ultima apresentação no Rio, já causou uma loucura completa nos fans.
Halford conversou com o público antes de cada música tocada no show, escolhida a dedo pela banda, sendo uma de cada album. Durante a conversa, Halford contava uma breve história das músicas, pedia ao público para cantar com ele uma ultima vez. E nós retribuimos.
Foi épico. Um show para ser lembrado. O maior e mais impressionante show que eu já fui.

Sem mais.

1 de setembro de 2011

A cigarra e a formiga (versão para os dias de hoje)

Era uma vez, uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Não aproveitou nada do sol, da brisa suave do fim da tarde e nem o bate-papo com os amigos ao final do trabalho tomando uma cervejinha gelada. Seu nome era 'Trabalho', e seu sobrenome era 'Sempre'. 
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não desperdiçou nem um minuto sequer. Cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol, curtiu prá valer sem se preocupar com o inverno que estava por vir.
 Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava começando. 
 A formiguinha, exausta de tanto trabalhar, entrou para a sua singela e aconchegante toca, repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome, do lado de fora da toca. 
 Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu.
 Sua amiga cigarra estava dentro de uma Ferrari amarela com um
 aconchegante casaco de vison. 
E a cigarra disse para a formiguinha:
 - Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris.
 - Será que você poderia cuidar da minha toca?
 - E a formiguinha respondeu:
 - Claro, sem problemas!
 - Mas o que lhe aconteceu?
 - Como você conseguiu dinheiro para ir à Paris e comprar esta Ferrari? E a cigarra respondeu: 
 -Imagine você que eu estava cantando em um bar na semana passada e um produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer show em Paris... À propósito, a amiga deseja alguma coisa de lá?
  - Desejo sim, respondeu a formiguinha. Se você encontrar o La Fontaine (Autor da Fábula Original) por lá, manda ele ir para a 'Puta Que O Pariu!!!'  

Moral da História:
 Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine. Trabalhe, mas curta a sua vida. Ela é única!!! Se você não encontrar a sua metade da laranja, não desanime, procure sua metade do limão, adicione açúcar, pinga e gelo, e...Seja feliz !

Fonte: e-mail 

29 de agosto de 2011

From heart to heaven


Cansei de copiar e colar. Rascunhar do Word e colar aqui. A vida não tem rascunhos, os escritos sobre ela precisam ter? Claro que a gente tenta planejar a vida, organizar alguma coisa para o futuro. Aí vem a vida e mostra a incerteza sobre a qual a gente caminha: leva alguém querido embora. 
E eu nem tinha muita noção de futuro na verdade quando aconteceu. Seis anos atrás. Muita coisa  mudou. Para começar, nem estamos mais naquela mesma casa. Aquela na qual eu entrava e andava pelos cômodos sentindo sua ausência. Aquela na qual eu chorei muito e lamentei sua falta, sem conseguir acreditar. Aquela em que eu penteei seus cabelos que voltaram a crescer, sob o sol que entrava pela janela na hora do almoço. Aquela na qual você me criou, mimando, dando presentes, contando histórias da sua infância (ah, minhas preferidas!)... 
Fiquei surpresa quando, mesmo depois de alguns anos, me peguei com os olhos cheios de lágrimas ao falar de você. Achei que já tivesse "superado". E então eu vi como você foi importante na minha vida. Por sua presença, claro, por me levar para o trabalho com você (eu adorava), e também pelo modo como me influenciou. Crenças, medos, comportamento. Nem tudo eu agradeço por ter herdado de você, mas outras coisas eu agradeço. Você trouxe à tona o misto que me deixa em dúvida entre a realidade e a magia, a música que libertou minha imaginação, um outro ângulo de ver a vida. Você foi guerreira para mim, superou muitas dificuldades sozinha e eu, agora que entendo, não culpo seu jeito defensivo de ser. Vejo amuitas de suas atitudes em minha mãe e desejo então ter menos a passividade que tanto me incomoda em determinadas situações. Esse é um bom aspecto que eu trocaria por outros  que vieram nos genes e na criação... Não quero esperar um erro feio demais para ganhar essa disposição. Ah, vó, eu te admiro, e lamento não ter dito isso. Não acho que a forma como você encarou sua vida foi a melhor (nas minhas precárias condições de julgar o que é melhor na vida), mas você foi forte até o fim e é essa força que marca a imagem que eu tenho de você.
Às vezes eu me pego imaginando como seria te ter por perto agora. Muita coisa seria diferente. E será que você seria minha conselheira? Será que riríamos juntas? Será que eu teria menos preocupação com o futuro? Será que você teria orgulho de mim hoje? Gostaria dos meus amigos? Ainda passaria tardes inteiras conversando na sala com Dona Jô? Aposto que se você estive aqui eu iria para casa todo o fim de semana... 
Seu túmulo permanece cinza e empoeirado. Desculpe por não visitá-la regularmente e manter seu espaço menos manchado de vasos de flores. Foi com você que eu aprendi a valorizar tanto o que é material, embora eu acredite que esse não tenha sido o aprendizado que você queria me passar. E foi na sua ausência que eu aprendi que o que importa está no coração e não nas mãos. E só me dou conta disso tanto tempo depois... Queria agradecer pelas boas e más lições. O que é bom eu tento fazer durar, o que é inadequado eu tento modelar. Obrigada por cuidar de mim, e mais uma vez, me perdoe...

28 de agosto de 2011

Watch Over You


19 de agosto de 2011

Não é preciso ir tão longe para migrar.

Lembram do Tux?? Voce pode lembrar dele aqui, ou continuar a entender um pouco mais sobre o Linux e suas diferentes distribuições. Afinal, o Tux não tá aqui pra brincadeiras!

Então tá. Existem diversas formas de obter uma distribuição Linux. Uma delas é como brinde em revistas nacionais em qualquer banca. Outra forma é entrar no site da distribuição e optar pelo envio ou pelo download do CD/DVD. 

Independente de como for, voce deve estar se perguntando quais são essas distribuições e qual delas é a melhor... 

O Professor Tux vai explicar pra voces!
1 - Não existe distribuição Linux melhor ou pior que outra. Todas "competem" entre sí e são perfeitamente utilizáveis, mas voce pode estar atrás de alguma funcionalidade específica. Existem distribuições voltadas para segurança de redes, outras para estudantes de TI e outras para usuários que querem utilizar o Linux no dia a dia para suas tarefas. 

2 - O Tux não é um vilão! As vezes parece, mas se voce conhece-lo, vai ver que ele é um cara muito simples. Existem fóruns específicos de cada distribuição e as pessoas ajudam os usuários a resolver seus problemas com muita boa vontade. Principalmente novatos! Que diga o professor Tux.

3 - Sim, apesar de livre, existem distribuições "pagas" de Linux. O Suse, por exemplo, vende seus serviços de suporte. Voce não compra o software, voce pode adiquiri-lo através do Open Suse, mas se voce quiser suporte e uma gama maior de opções para seu sistema, voce pode pagar e ter essas comodidades.

É fácil viu? Agora faça a sua parte, pense bem e veja se voce precisa mesmo utilizar um software pago que faz exatamente a mesma coisa que um software livre faz. Conheça o Ubuntu, o Red Hat, o Debian, o Fedora...
Se voce acha que uma destas distribuições suporta todo o seu hardware, inclui os pacotes de software de que voce necessita, o processo de instalação e configuração está de acordo com as suas aptidões, é livre, grátis... 



  Então!!!   VENHA PARA O DARK LINUX SIDE!!! 




Nos próximos posts vou mostrar algumas ferramentas comuns como Messenger, Firefox, Media Players em suas versões livres! 

  

17 de agosto de 2011

Salvem as Baleias, usem e abusem dos pinguins.

Olá amigos!! Estou "de volta" ao blog. Tecnicamente eu nunca fui embora, mas já que estou a um tempinho sem postar... hehehehe
Peço desculpas a todos aqueles que sempre vem comentar nos posts da Lua e deixam mensagens pra mim também, mas eu não tinha nem muita coisa pra postar e nem tempo pra responder. No entanto, eu agradeço a atenção de todos! :D

Pessoal, muitas instituições federais estão em greve e eu fui pego por esse fogo cruzado entre governo e sindicatos. Estou em casa por tempo indeterminado, mas os estudos não podem (ou não devem) parar!

Bom, pensei em voltar ao blog com um assunto que interessa a todos, ainda que nem todos saibam disso. Vou falar sobre o Linux. Se voce leu meu post sobre software livre, vai se identificar com esta postagem.

Oi, esse é o Tux! Ele é o mascote do Linux. Linux é ao mesmo tempo um kernel (ou núcleo) e o sistema operacional que roda sobre ele, dependendo do contexto em que você encontrar a referência. O kernel Linux foi criado em 1991 por Linus Torvalds, então um estudante finlandês, e hoje é mantido por uma comunidade mundial de desenvolvedores (que inclui programadores individuais e empresas como a IBM, a HP e a Hitachi), coordenada pelo mesmo Linus, agora um desenvolvedor reconhecido mundialmente e mais representativo integrante da Linux Foundation.

Um belo dia, aliados muito importantes juntaram-se ao Kernel Linux para torna-lo mais completo e simples para os usuários. Esse é o GNU! A rapaziada simpática do projeto GNU juntou as suas forças com o Linux e firmaram uma parceria que resultou em um grande avanço da comunidade de software livre.
Agora, o GNU-Linux contém a maioria das funcionalidades que interessam a nós, usuários. 

 Hoje em dia, um sistema operacional Linux completo (ou uma “distribuição de Linux”) é uma coleção de softwares (livres ou não) criados por indivíduos, grupos e organizações ao redor do mundo, tendo o Linux como seu núcleo. Companhias como a Red Hat, a Novell/SUSE, a Mandriva (união da Mandrake com a Conectiva), bem como projetos de comunidades como o Debian, o Ubuntu, o Gentoo e o Slackware, compilam o software e fornecem um sistema completo, pronto para instalação e uso. Interessante né? Agora o Tux se sente até mais forte!


Na sexta-feira vou dar mais dicas de como baixar e instalar uma distribuição Linux.  Espero que tenham gostado do Tux, ele gosta muito de universitários, funcionários públicos, curiosos por tecnologia e dizem por aí que ele anda de braços dados com o Android, habitando celulares de milhares de pessoas por aí...

Até sexta pessoal!

fonte: CAMPOS, Augusto. O que é Linux. BR-Linux. Florianópolis, março de 2006. Disponível em http://br-linux.org/faq-linux

3 de agosto de 2011

Meses passam, coisas acontecem...

Julho finda com um calor anormal e ventos insistentes. Poeira nos olhos, cabelos bailando para todos os lados, alguma coisa no céu lembrava estranhamente setembro. Agora sinto agosto chegar em outra cidade. Não sei bem como as coisas funcionam por aqui, mas nesta primeira semana os dias parecem se arrastar de uma forma boa em que eu gasto meu tempo me divertindo. Novidades, novidades, tenho um pouco de medo de tantas mudanças bruscas. Esse ano tem sido cheio de novidades, hein?
Em parte, meu tio estava certo. Ele me deixou um pouco magoada com alguns assuntos da casa, mas de alguma forma se redimiu nos ajudando a encontrar um novo lugar para morar por aqui. Ele que tem um bocado de experiência em se mudar, disse algo que de fato faz sentido: continuar na antiga cidade, pelo menos por agora, só nos fará arrepender (mais ainda) de ter vendido a casa, afinal, nenhum lugar será será tão bom quanto o lar anterior. Vir morar em uma nova cidade dificulta em algumas coisas, mas realmente torna as comparações menos frequentes. Quem sabe como será o futuro... Agora eu espero as caixas chegarem com meus pertences e aproveito os últimos dias morando com as meninas. Ahh, desses momentos eu realmente sentirei falta!

20 de julho de 2011

Dia do Amigo, Dia do Amigo...

Acho que esse não foi um dia que vingou como data comercial. Mas também, que presente melhor haveria para o amigo senão a companhia agradável e divertida, os bons momentos?
Para nuita gente a amizade é o tipo de relação na qual mais vale à pena investir. Acho que amigos são fonte de decepção às vezes como qualquer pessoa pode ser. Profissão amigo não torna niguém sagrado, santo, Buda. Mas acho que os amigos são heróis de pequenos e bons momentos, salvam a gente de diversas formas. Na verdade, a amizade se manifesta de diversas formas.
Quando eu era mais nova, pensava que amizade era sinônimo de confiança. Realmente, andam juntas, não dá para se sentir à vontade com alguém em quem não se confia, não é? Mas confiar não significa apenas contar todos os seus segredos e momentos marcantes da sua vida. Também é se entregar ao momento para ser quem você é sem medo de julgamento, é confiar seu eu verdadeiro àquelas pessoas que também fazem o mesmo, saber que serei compreendida pelo meu jeito de pensar, falar, rir.
Acho que todo confidente que surge a partir desse tipo de relação é amigo, mas nem todo amigo é confidente, o que não significa que uma amizade seja mais ou menos importante do que a outra. Dos amigos próximos, são todos amigos, Se não fossem, seriam conhecidos apenas. Gosto de pensar em igualdade nas relações ideais. Cada pessoa tem sua forma de pensar e seus problemas, mas sendo meus amigos são iguais em consideração e afeto que tenho por eles.
Amigos também andam junto com a lealdade presente na ajuda que vem nos maus momentos. Amigos também comemoram com a gente. E essa segunda é realmente importante: celebrar com quem se gosta.
Amizade está na família (por que não?) e nas relações amorosas. Não sei se saberia descrever exatamente o que é amizade, mas coloquei aqui um pouco do que eu penso e em poucas palavras diria que, para mim, é querer bem, é procurar ajudar sempre que possível, é querer estar junto, é despertar alegria, trazer/levar liberdade e harmonia. É ser feliz com quem se gosta.
Então, FELIZ DIA DO AMIGO!

Para descontrair, achei no Google: 


14 de julho de 2011

Situações

Recebi um e-mail com estes gráficos e pensei na hora em postar. Diverti-me descobrindo essas verdades...

  











9 de julho de 2011

Lar, doce lar...

"Nada como estar em casa (...)", eu disse. Eu sei que não é saudável ler esse post passado agora. Não agora que a casa foi vendida. Ainda agora, há alguns minutos. Chamaram-me para ser uma das testemunhas. Não havia mais ninguém para ser. Nessas horas não dá para ser criança, bater o pé, dizer que não quero, rasgar os papéis. Eu concordei no começo com a história toda, agora é para ficar de cabeça erguida, mesmo que o arrependimento bata no último momento, não é? Então é isso. Esta casa não é mais a minha casa.
Quando todos partiram, vi-me no mesmo canto de anos atrás, à direita da porta de entrada, olhando a grama, o céu, o nada. Foi onde eu fiquei quando criança, minha avó prestes a vender a casa e eu não queria. Para o meu mundinho colorido aquilo era uma coisa inaceitável, "esta é minha casa, vó, nossa casa!". E a oportunidade que todos diziam ser boa, foi-se embora. Aqui ficamos, aqui cresci, aqui criei histórias, e outras coisas, o taco da sala transformando-se em reinos e estradas, montanhas e cachoeiras. Aqui brincávamos os primos, comíamos espigas de milho, corríamos pelo jardim. Passamos natais, a Lila veio; aqui, corri com ela para todos os lados, já a tranquei dentro do armário, coloquei-a em cima do sofá. Aqui li livros e livros, varei noites estudando. Aqui caí muitas vezes e me machuquei, arranquei meus dentes de leite, gritei de pavor das baratas. Olhei o horizonte à toa, à toa, devaneando, pensando minha vida, fantasiando-a, nutrindo sonhos de ir pra bem longe, atravessar oceanos. (E eis que atravesso alguns quilômetros e fico louca pra voltar!) Aqui minha vó adoeceu, na sala de casa passamos tardes e tardes conversando com a Dona Jô, aqui, meu castelo, meu refúgio, desde criança, desde adolescente, desde agora (o que eu sou agora?), desde sempre. E de algum modo, sempre será, mas daqui para frente, apenas em intenção. 
Quando criança, eu me imaginava "crescida", vindo visitar a rua que um dia morei. Como estaria minha casa? Provavelmente muito velha. Eu não queria vê-la velha, destruída. Então pensava como seria interessante se houvesse aqui apenas uma grande árvore. Mas podia haver provavelmente um prédio, do jeito que as cidades crescem... Eu preferia a ideia da árvore, ela não impede a vista do sol nascendo pelos fundos. Mas a verdade, é que agora não sou mais criança e sei que algumas coisas não são tão fáceis quanto parecem e percebi, por mais difícil que tenha sido, que sonhar e imaginar não vai resolver meus problemas.
Não acho que minhas lembranças e tudo o que foi vivido aqui, tudo o que traz a marca de "lar" para esta casa, não acho que isso valha X mil. E se eu já acho que vivi muito aqui, minha mãe e minhas tias então...
O medo bate no meu coração, a incerteza do futuro. Vai dar tempo de arranjar um bom lugar? Haverá dinheiro o suficiente? Para onde vamos agora? Minha mãe quer tanto começar de novo em outra cidade, mas temos nos decepcionado por onde já andamos procurando... E se for aqui, existe lugar melhor do que o lar que um dia foi nosso?? Dizem para mim que vai dar tudo certo. Eu tento ficar calma. Mas a sensação de que sou um pouco intrusa aqui toma uma parte pequena de mim. Queria poder amarrar todas as minhas lembranças e mais um pouco de confiança e levar com a gente, onde quer que a gente vá... Eu só quero conseguir ver o sol nascendo ao fundo, ter apoio, mas também apoiar. Ajudar a construir um novo lar, já que é isso que deve ser feito, e fazer isso feliz.

2 de julho de 2011

Balanço

Então é mais um mês que chega ao fim. Junho. Chegou rápido, foi-se mais ainda. Este ano o fiquei com medo do inverno quando ele foi se aproximando. Mas mesmo que lá fora esteja frio, já esteve mais. Ter pessoas com quem compartilhar essa estação torna as coisas menos geladas. Amigos, fonte de decepções, mas as alegrias são maiores, sem elas a gente não vive.
Agora julho chega e eu fico com a sensação estranha de que algo vai acontecer. Espero que seja bom. Espero que seja ótimo. Junho foi um mês estressante com todos esses detalhes de fim de período. Meu primeiro fim de período. Alguns momentos passaram em branco, outros foram bem aproveitados. Foi um mês em que conheci novos lugares, novas músicas. Parece que estou longe de casa há um mês. Engraçado como cada dia conta, ao mesmo tempo que não. A rotina permanece, mas cada semana parece durar o que realmente vale, o tempo não passa.
Ontem, andei pelo pátio no fim da tarde antes da última aula. Céu já lilás de fim de dia, uma árvore solitária pela qual passei. Seus galhos espaçados e folhas largas, e ouço a música. Um violão que vem de longe toca uma música tranquila e leve. Todos tão relaxados ali. Humanas. A vida tinha que ser assim, leve. Encarada assim, como é por essas pessoas que fazem música despreocupadamente.
Andando por ali percebi que já me acostumei com o campus. Perguntei-me se vou sentir saudade nas férias. (Hmm... será?) E quando eu terminar o curso? Ah, com certeza sentirei, mas falta tanto. Quando eu chegar lá esse momento de ontem fará parte de um passado tão distante...
Metade do ano já foi. Esses últimos meses foram de adaptação, decisões difíceis, idealização de sonhos, concretização de outras realidades. Sinto que mudei de alguma forma, e não exatamente de um jeito bom. Perdi alguma sensibilidade, enquanto outras que poderia ter perdido não perdi. E ao mesmo tempo que sinto falta daquele ambiente escolar, agora ele parece muito mais distante do que antes e essa é minha nova realidade, é minha nova vida. E ainda há tanto para ser feito, tantas páginas de trabalho para escrever. E queria que fosse simples como escrever um post (mal escrito como esse, mas simples). 
Acho que há tanto o mais para colocar nesse balanço de meio de ano. Mas já é tarde. Melhor só viver. Como se fosse .

29 de junho de 2011

Um dia você aprende que...

Shakespeare 

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destrui-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você é na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você mesmo pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

11 de junho de 2011

8 de junho de 2011

Replay


Sou só um homem
Desprovido de crenças
E refúgios
Senão a musica que nada diz
E tudo expressa
Sou um solitário no meio da multidão
Um egoísta nesse mundo de necessidades
Alguém que já não tem casa
Minha família são meus amigos
E meu coração bate insensível
Desejos contidos o mataram
O negro piano
Reflete o vazio que há em mim
Quero as mais belas palavras
Expressando o que eu sou agora
Mas elas não vêm
Parece que ninguém pode me salvar
De mim mesmo
Ninguém pode me levar de volta para o passado
Para as redescobertas
Eu seria feliz se vivesse sempre
Tudo o que me fez bem
A cada momento
Replay
Se tudo se passasse comigo
E com você
Todos os nossos momentos de êxtase
E alegria
É tudo o que eu queria
Se ainda houvesse a expectativa
Se o futuro ainda não tivesse chegado
Se eu ainda fosse apenas um garoto
Aprendendo a decifrar partituras
E pessoas
Tocando sempre a mesma música
Até poder fazê-lo de olhos fechados
Confiando sempre

7 de junho de 2011

31 de maio de 2011

Lelouch

"Os humanos são seres que buscam a felicidade.
O que o jovem Briatannian, Lelouch, buscava... Era só um pouco de felicidade.
Nada tão especial,
O estopim para todas as suas ações... Foi esse pedacinho de desejo que há em cada ser humano.
Esse sonho... Esse juramento... Quem poderia negar-lhe isso?
Existe alguém digno de fazê-lo?
E mesmo assim... As pessoas são julgadas por estarem unidas a outros e ao mundo, querendo ou não.
Este é o destino.
Então... Quando as vontades de alguém são opostas ao desejo do mundo, tal pessoa será tratada como inútil, somente uma existência vaga.
Pecado e punição.
Destino e julgamento.
O que está impedindo o Lelouch é...
O passado que ele criou.
Tal ódio faz parte da natureza humana??
E mesmo apesar disso...
Ele deveria sentir-se grato?
Sim... Pelo menos...
As pessoas são seres que buscam a felicidade.
Um brilho de esperança... Um desejo vago...
Só pode nascer do desespero."

14 de maio de 2011

La fin

Retiro a fita roxa da última página do livro depois de tê-lo fechado. Roxo faz um contraste não muito belo com o marrom do livro, mas é exótico, traz alguma coisa de mágico, assim como Chocolat. Foi este aspecto, afinal, que me encantou desde o princípio.
Terminei um pouco tarde este ano. Quando os ares mornos de outono já se foram. É sim um prévio verão antes que meados de maio chegue e o inverno comece a mostrar-se. Muito latente em casa, quando olho pela janela e vejo o céu de um azul intenso e só. Ou mesmo quando há nuvens, vai além do que pode ser visto. É a solidão que eu sinto sentada à mesa de madeira escura, diante do computador sem objetivo, é o vagar de um lado a outro da casa, é o vento gelado que bate na face quando estou em companhia, mas sozinha. É ver prédios e casas por sobre o muro e continuar aqui em baixo olhando, ou distante, mesmo diante do muro, só olhando. É uma névoa branca que me acompanha onde quer que eu esteja. Mesca os horizontes que um dia foram outros. Agora são apáticos. E por um momento eu me vejo esperando agosto ansiosamente para que isso passe. Vejo-me necessitada de amigos que me façam virar as costas para essa sensação, novidades que tragam emoções mais quentes à tona.
Procuro me rodear de vermelho, amarelo e laranja para me sentir mais alegre. Fico ao sol em busca de calor, pois onde ele nao está o frio emana de mim mesma.
Sou toda nostálgica. Olho o chão da cozinha e a maneira como a luz se reflete nele e lembro de anos atrás. A pequena agitação do centro da cidade, pessoas para conversar em lojas de onde não dá para ver o sol. Éramos uma pequena sociedade naquele condomínio. Aquilo acabou. Hoje entro lá e já não é mais tão claro, embora tenha sido adornado. É um lugar estranho, com pessoas estranhas, mas por alguns instantes, aqui em casa, eu queria tanto voltar a ter tudo aquilo à minha volta, da maneira que era antes. Foram uma espécie de tempos de auge, convívio com pessoas, novo sentido de vida para ela, talvez para mim também. 
E acabar um livro é assim, querer voltar depois de ter passado tanto tempo naquela mesma atmosfera. É como não pertencer a lugar nenhum, nem lá nem cá, nem nas páginas nem na realidade. É como ter os ventos mudando e não saber o que fazer.

10 de maio de 2011

Formatura

Já faz alguns meses, mas às vezes a saudade bate e acho que um momento tão importante que permanece no coração e na memória não tem data de validade para ser expressado. 
Esse é o texto que a oradora da turma leu naquela noite, e eu quase posso voltar no tempo...

Prezados alunos, professores e convidados,

Atravessamos, nesta noite, uma etapa muito esperada em que concluimos o ensino médio e nos preparamos para a universidade, onde seremos mais independentes e, espero, mais responsáveis. Nesta travessia é preciso dizer adeus aos educadores, que nos auxiliaram no crescimento intelectual e na formação do caráter; aos amigos, que participaram das nossas alegrias, tristezas, momentos de indecisão e comemoração e aos pais, que terão de nos deixar voar e alcançar nossos objetivos por nós mesmos.

Referindo-me às palavras de Fernando Pessoa, de modo oportuno ao que enfrentaremos e ao que almejamos, cito “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. E que nós façamos uma obra da qual nos orgulharemos e daremos uma contribuiçao ao país, sendo futuros profissionais do direito, medicina, engenharia, psicologia, comunicação social, administração, biologia, relações internacionais e arquitetura.

Para nossa progressão acadêmica e posteriormente profissional, são necessárias despedidas e, após isso, muitas vezes olharemos para o lado e sentiremos falta dos rostos que participaram da nossa rotina. Dos amigos que fizemos é possível que não tenhamos mais convívio, mas, com certeza, a lembrança do que cada um acrescentou em nossas vidas ficará e o saudosismo permanecerá.

Agradeço, com a certeza de que a caminhada até aqui não foi vã e que nos preparou para a vida real que muitas vezes pode ser dura e cruel. As amizades que construímos este ano, assim como as que virão, terão papel de auxiliadoras nas decisões que tomaremos no decorrer de nossa existência. E que saibamos ponderar cada escolha nossa a partir da liberdade que temos agora, assim como nas palavras de Fernando Anitelli, “cada sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser” e nesta noite, conjugo os verbos amar e vencer!

29 de abril de 2011

Ciúme

“Amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar” Sábias palavras de Rubem Alves. Se tentássemos colocar o pássaro em uma gaiola ficaria perdida a liberdade de ir embora. É tão triste ver um pássaro preso. Se fosse eu a prender, sentiria algum remorso. E ele, pássaro, tristeza por ser privado. Esse medo da perda é um tanto necessário, em pequena intensidade proporciona até certa emoção a mais à relação.
Mesmo com essa consciência, muitas pessoas aprisionam seus pássaros. Querem ter mais perto a pessoa amada e confundem o amar com poder possuir. O medo de o pássaro voar é mais conhecido por ciúmes. É natural em nós como vários outros sentimentos, como a raiva ou alegria.  Em outras palavras é uma “reação complexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade." Complexa porque envolve um conjunto de sentimentos, reações físicas e comportamentos, como dor, raiva, inveja, humilhação; falta de ar, sudorese, aperto no peito, taquicardia; questionamento constante, ações agressivas (viva a Wikipérida!). Não é fácil lidar com algo assim, produzido por nós próprios. Não sabemos se nos engana ou não, se é mais uma idéia ou alguma “inspiração” que tem algo a dizer.
Alguns acreditam piamente que estão sendo traídos. “Para o ciumento, a fronteira entre imaginação, fantasia, crença e certeza se torna vaga e imprecisa, as dúvidas podem se transformar em idéias supervalorizadas ou delirantes.” É o ciúme patológico. O ciumento passa a ter atitudes de invasão da privacidade e até perseguição daquele de quem se sente ciúmes e da terceira pessoa (a que é motivo de todo esse tumulto).
São várias as histórias que ilustram os males do ciúme excessivo, como Otelo e Dom Casmurro. Fatores externos somados à nossa própria paranóia podem ser extremamente prejudiciais, mas é verdade que a maneira como interpretamos as coisas é a principal responsável por como e o quanto o ciúme se manifesta. Sabe-se que, além de estar relacionado com a falta de confiança no outro, está também ligado a que se tem de si próprio. A inveja é grande parceira do ciúme e ambos fazem com que a pessoa foque demais sua atenção nas outras pessoas e não em si em próprio. É uma revelação indireta de que a auto-estima precisa ser trabalhada. 
De qualquer maneira, na dose certa o ciúme tem seus benefícios. Ele é uma espécie de prova de amor, sim. Demonstrá-lo faz o companheiro se sentir valorizado. Lembra ao casal que um não deve considerar o outro definitivamente conquistado. Pode até ser considerado estimulante.
E como tudo em excesso faz mal, a falta também faz. A ausência total de ciúme é sinal de que alguma coisa está errada. É um sinal de não-amor. Significa que é hora de rever a relação. Como tudo na vida, o ideal é que haja um equilíbrio. Não é fácil, não temos uma balança interna nem podemos controlar nossos sentimentos, mas há maneiras de fazer com que eles não direcionem nossa vida de forma negativa, a começar por reconhecer defeitos e tentar fazer com que a vida não gire em torno de um único núcleo. Deixe o pássaro se sentir confortável no seu dedo e sinta-se assim você também.