29 de abril de 2012

Saint-laurent




Il est trois heures moins quart
Sur la main, il est tard
Les filles ont dansé pour toi
Pour te consoler, leur roi

Et si tu dors seul ce soir
Parmi leurs pleurs d'aurore
Et si tu me laisses dans tes bras
Je t'attends, boulevard saint-laurent

On s'est vus deux par deux
Je sais, tu es pris, amoureux
Mais j'ai tant dansé pour toi
Pour te gagner, mon roi

Et si tu dors seul ce soir
Parmi leurs pleurs d'aurore
Et si tu me laisses dans tes bras
Je t'attends, boulevard saint-laurent

28 de abril de 2012

Aimer quelqu'un

Você me diz para amar alguém
Amar alguém
E o romance é um sonho contido dentro de mim
Busco por ele todos os dias
Em cada respirar
Isso é o que me move
A intensidade e plenitude que o amar traz
A mistura de realidade e fantasia que o beijo consegue
Quando os lábios estranhos se tocam
Você me diz para amar alguém
No seu teatro
O protagonista é outro
E só depois percebo que você mesmo
Pede para ocuparem seu lugar
Você me pede para amar alguém
Amar alguém

25 de abril de 2012

Resiliência

Hoje foi o último dia de aula de 31 anos de carreira. E ela nem é/foi uma das minhas professoras preferidas, pelo contrário, mas nos últimos dias me passou uma lição que deu um rumo diferente para a minha vida, mudou meu jeito de ver. Foi naquele dia de sol intenso e início de ventos frios, começo do mês. Acho que foi naquele dia. Ela aplicou na turma uma daquelas técnicas de relaxamento: ajeite-se na carteira da forma mais confortável possível (isso não é muito fácil, as cadeiras não ajudam, mas enfim), tire tudo que te encomoda, óculos, relógio, tênis, e feche os olhos. Concentre toda a tensão no nariz, ou seja, na respiração. Imagine o ar invadindo cada parte do seu corpo, dos pés à cabeça, relaxando todos os músculos. (Embora eu goste dessas técnicas de relaxamento, na hora achei tudo muito a cara dela, do jeito de falar às instruções, porque de uma pessoa que acredita em abdução por et's podemos, esperar de tudo.) Em seguida, ela pediu para imaginarmos qualquer coisa. Fiquei muito feliz, porque finalmente minhas idealizações românticas tinham encontrado um lugar onde fossem permitidas. Ela havia dito qualquer coisa, e eu levei ao pé da letra. Até que ela foi mais específica: imagine que você é uma planta. Hein?! Planta? Muito longe do que eu tinha em mente, mas vamos lá.
Planta. Não queria ser uma planta nesse momento, isso é tão irreal perto de tudo o que eu estava imaginando antes. Não posso ser uma planta de verdade. Então sou uma planta de um verde bem escuro, mas não exatamente real, tenho um aspecto de animação, entende? Olho para os meus braços e eles são caules grossos e com algumas folhas, tudo muito verde, não muito real, embora nítido. Não tenho flores e estou em um vaso, em cima de uma mureta de pedra, numa rua perto de onde eu moro. As casas estão na minha frente, existe verde atrás de mim, mas no momento, não o vejo. Tem sol nesse dia. Não consigo me entregar muito ao pensamento.
Ao fim, voltamos aos poucos dessa viagem, como ela mesma chamou. Ela fez algumas perguntas, como: quais de nós estávamos dentro de casa, se alguém cuidava de nós, se havia mais plantas em volta... Alguns contaram suas experiências como planta. Havia rosas, árvores, girassois. Não podia entender meu eu planta, eu não conseguia explicá-lo a mim mesma. Por que não fui uma rosa, que adoro tanto? Por que esse aspecto tão diferente da minha planta? Dúvidas que ficaram para mim e aos poucos eu venho encontrando respostas possíveis. O importante foi o que ela disse em seguida: nos somos agora essa planta que imaginamos. No momento, somos assim.
Risadas, compreensão por parte de alguns, várias reações. Uma colega se imaginou como um girassol num lote descampado. O que isso queria dizer então? Solidão? Poder? Sobrevivência, força? E então, a lição que eu pretendo nunca esquecer: uma situação é aquilo que deixamos ela ser para nós. Algo só nos machuca de deixarmos nos machucar, se nos pertimos ser machucados. Finalmente vi a resiliência mais acessível na prática. Porque, de alguma forma, aquelas palavras já me tinham sido ditas, mas daquela forma, foi tudo tão esclarecedor. E desse dia em diante eu me vi mais segura de confiar em mim mesma, acreditar sou capaz.

Posso não ter aprendido nada da matéria com ela, mas essa lição fica para vida, junto com esse vídeo que ela passou hoje, e a dica final: fazer com o coração, e tudo dará certo.


22 de abril de 2012

Páginas amarelas

Queria me entregar ao pianista sempre que tivesse esses lapsos de inspiração, e escrever por horas e horas, dias e dias, no caderno de páginas coloridas, e que ele nunca acabasse. Que durassem o necessário todas as páginas azuis, ébrias, intelectuais; todas as rosas, passionais, esperançosas, acolhedoras; todas as amarelas, guardiãs de um amor seguro, sonhos em verdade. E todas as outras, quantas cores forem preciso. Sou uma só essência mesclada e com harmonia, é assim que quero meu pianista, com seus altos e baixos, seus segredos e talentos, pelas ruas de Paris, Amsterdã, Veneza, Londres, São Francisco, Sidney, Tókio, Berlim, Praga, Budapeste, Moscou, Toronto, Roms, Cairo, Las vegas... Pelo mundo que percorremos, pelo qual muitas vezes caminhei de olhos fechados, mas agora os tenho abertos para toda a dor que esse amor ausente me trouxe. Achei que talvez não conseguisse transmiti-lo sempre, mas fiquei surpresa ao ver o comentário: "Me sinto tão triste, tão, tão... pianista."
Então ele é isso, todo o frio, todo o céu cinza e ventos cortantes, os ipês secos, os prédios distantes. Toda lacuna e toda bela música. He said: "I need you like the poet needs the pain."

8 de abril de 2012

Páscoa

Sempre planejo posts que acabam ficando para trás. Sempre tento cronometrar as coisas, e a verdade é que as vezes em que tudo deu mais certo foi quando eu deixei o tempo de lado e apenas fiz tudo de forma aleatória. As vezes em que mais fui mais feliz foi quando perdi a noção dos dias e simplesmente vivi. Isso para mim é viver, eu acho: esquecer o coelho da Alice que sempre grita na minha cabeça  É tarde! É tarde! É tarde! Mas falando em coelho, Páscoa. Ressureição de todos os lados, de algum modo. Um pouco de sonho brotando de novo em meu coração, pincéis, tintas, cores para todos os lados, por todo o corpo. O deslizar macio das cerdas sobre a madeira é terapêutico, e desejo que a vida flua assim...
A noite foi cheia de sonhos ansiosos que tentavam retratar a reação dela ao ver a surpresa que deixei sobre a mesa da cozinha. Um cartão de Feliz Páscoa e uma caixa de Ferrero Rocher. Pela primeira vez senti a euforia pré-páscoa de todas as pessoas que deixam para comprar os ovos de última hora. E eu era uma delas. E o ovo que eu pretendia comprar não estava em lugar nenhum, como eu devia ter imaginado. Os desenhos com os quais eu pretendia fazer um cartão foram recortados e colados sobre a caixa transparente, alegrando um pouco o dourado predominante.
Também tive minha surpresa pela manhã: além do ovo com bombons recheados com licor de cereja, um coelho de pelúcia adorável. Isso deve soar materialista, mas esse é o espírito da Páscoa para mim, porque é disso que me lembro: chocolate, coelhinhos de pelúcia e céu azul de abril. É a primeira Páscoa que passo num novo lar, mas fico feliz em perceber que carrego um pouco desse espírito comigo, independente de onde esteja.
Para não me alongar muito, eu só gostaria de dar a boa notícia de que desta vez acertei em cheio nos filmes, com ajuda do moço da locadora. Sei que o feriado já foi, mas nas horas disponíveis, indico:

Jogo de Amor em Las Vegas

As pessoas não entendem, mas eu acho o Ashton Kutcher muito charmoso. Nesse filme, o cabelo dele está um pouco maior do que devia, mas ele continua um fofo e, melhor do isso, a história é boa. Cameron Diaz sempre um pouco exagerada também, mas é um filme hilário e mais engraçado do que muitos que tenho visto ultimamente.





A Lente do Amor

Um filme mais antigo e com um noivo meio maluco. Se ela te dá o fora, o natural não é ficar triste e com raiva? Não é bem assim que Sam reage. Ele vai atrás da ex-noiva em NY e de um jeito meio estranho e metódico pretende recuperá-la. Até que aparece Meggie e... Bom, melhor ver (ou ler a sinopse) para descobrir. Também é um filme engraçado, maluco, mas muito divertido.

  Amor a Toda prova

Só amor nos títulos dos filmes, né? As traduções para o português não ajudam muito... No começo, você não dá muito por esse filme, algumas piadas são previsíveis, de fato. Mas no decorrer da história, a coisa vai ficando tão maluca que é de morrer de rir. Aprovado! Sem falar que o Jacob parece mesmo coisa de Photoshop...



Espero que todos tenham tido uma ótima Páscoa, com muito chocolate, união, descanso, alegrias... Muita paz!