26 de dezembro de 2010

2010


Chegou, então, a esperada hora de dar OK na lista de resoluções passadas. A Lila acaba de me dar uma lambida para encorajar e lá vamos nós:

• Ir à Europa...

É, não foi dessa vez. Em compensação conheci lugares igualmente bonitos para mim, ou pelo menos com beleza distinta demais para se comparar. Mas tão belo, nunca imaginei que veria o mar dessa forma, e depois quereria rever, e rever, rever... É tudo aquilo que faz entender os poetas, perder o fôlego, afundar os pés na areia, e ingeri-la um pouco também...

• Passar no vestibular...  (em espera)

Bom, os resultados ainda não chegaram. Mas eu espero sinceramente que possa dar um OK bem grande nessa resolução.

• Me mudar ou ganhar na loteria pra reformar a casa... OK

Olha, confesso que queria dar um OK bem grande principalmente na parte “ganhar na loteria”, mas isso ainda não aconteceu, então... Mas reformamos a casa no início do ano, pelo menos alguns cômodos, e isso foi muito bom. Foi até divertido e tenho lembranças interessantes.

• Dar mais atenção á Lila, sair mais para passear com ela... OK

Sabe aquela pessoa que ama animais, mas na correria do dia a dia não pode paparicá-los muito? Essa sou eu, e esse ano em especial eu sabia que ia ser difícil conciliar lazer e estudos sob a pressão danada que aquele colégio fazia + minha própria pressão + pais... Mas saímos mais por aí, e ela se mostrou inesperadamente comportada com o Luiz (traidora...).

• Estudar menos e melhorar minhas notas...

Parece meio contraditório, mas eu tinha pensado na questão relaxar e revelar o gênio que há em você. Definitivamente não funcionou, por garantia estudei desvairadamente este ano.

• Melhorar meu francês, continuar praticando inglês e todas essas coisas relacionadas a idiomas que eu quero falar fluentemente...

Fracasso, falta de tempo e mais nada a declarar...

• Manter minhas amizades e contatos, mesmo com aquelas pessoas não muito próximas... OK

Esse negócio de demorar a confiar e ser bem acomodada nunca me rendeu relações muito profundas e fico feliz que este ano tenha saído de um grupo restrito para um menos restrito de amigos, que me proporcionaram lembranças ótimas que levarei sempre comigo, junto com as saudades que ficam. Esse foi um ano pra ficar na memória, apesar de todas as adversidades, conheci pessoas ótimas que fizeram de momentos chatos os mais engraçados possíveis.

• Doar meus brinquedos antigos, roupas... OK

Tudo o que eu não uso mais, essas coisas inúteis que vão ocupando espaço no armário. Não fiz o trabalho completo, mas boa parte. Espero me livrar de tudo até março do ano que vem e fazer feliz pessoas que realmente precisam dessas coisas.

• Escrever uma história...

Bom, escrever eu escrevi, vários fragmentos, coisas desconexas, então, é, eu não escrevi uma história. Mas mudei meu ponto de vista em algumas coisas que dizem respeito à literatura. Acho que o que realmente importa não é escrever para dizer que está escrito, é escrever para colocar para fora o que importa. O que eu queria era alguma coisa com seqüência lógica, mas estou descobrindo que lógica não é comigo...

• Aprender a cozinhar... OK

Esse foi um grande passo. Não, não sou uma cozinheira de mão cheia, mas aprendi a me virar com algumas coisas consideradas básicas e aprendi a fazer o que é esperado de mim: pão de queijo! Queria parar por ai, mas as circunstancias me forçaram a ir além; não muito além, ainda bem.

• Exercitar-me...  OK

Tópico tenso esse. Digamos que eu ainda continuei caminhando por aí vez ou outra como pessoa independente de academias. Acho que esse é um tópico que merece ok porque milagrosamente andei emagrecendo apesar das bobagens ingeridas, mas, gostaria de deixar bem claro à minha preguiça que ano que vem o exercício é pesado mesmo. Só as voltas no lago da faculdade são um bom exemplo...

• Ousar... OK

Fazer aquelas coisas malucas, meio sem pensar. Nunca colocaria algo radical, como asa deltas e similares, porque eu sei que nunca faria, mas talvez simples coisas. Acho que esse ano eu tive uma bela mostra desse comportamento mais impulsivo. O inesperado acabou me trazendo tudo o que eu não esperava neste ano e acho que tudo o que eu mais precisava. Começou com o blog, twitter, MSN... Ir ao encontro de quem já se conhece, isso para mim foi uma forma de ousar que eu nunca esquecerei, nenhum dos dias que se seguiram, que se seguem...



E talvez as palavras não sirvam para expressar o resto, mas a verdade é que, com seus altos e baixos esse foi um ano e tanto, marcante na memória e no coração. Novidades, formatura, vestibulares, passeios... 2011 será um ano de colher o que plantei agora (momento agricultura), e espero que os frutos sejam os melhores.

Feliz Ano Novo a todos!

24 de dezembro de 2010

Natal Infernal

O que eu preciso não são exatamente idéias, é tempo. Mães não deixam de ser mulheres, e esse foi o mau da minha mãe. O mundo parou quando nasci, ela esperou pelo pai por anos... Eu não queria presenciar essa melancolia, ter esse clima tenso que pesa minha cabeça, mas é essa verdade: o ânimo aqui é zero. A parte mais indesejada da família se convida para o Natal e a hipocrisia faz com que a gente finja que está tudo bem, mas não, essa não é a verdade. Antes algumas verdades tivessem sido ditas e a mágoa fosse grande na hora do que ter que chegar até aqui e engolir sapos, e eu inerte. Sem palpites ferinos a dar porque tenho dó, porque minha mãe é alguém que se sacrifica tanto pelos outros e eu nem sei como dizer a ela que esse é o pior caminho a se seguir.
Ela tem várias dores que só dizem respeito a ela, mas eu as tomo, mesmo assim, mesmo sem a intenção. Não aceito sem dor e alguma atitude ver alguém que eu amo sofrer. E no fim das contas é isso: família e complexidade. Não é fácil nos manter unidos por laços de obrigação com pessoas com as quais não temos afinidade. Também não deve ser fácil querer criar esses laços e não ser correspondida, como aconteceu com ela. Seria muito mais fácil se tudo fosse visto de forma mais simples e verdadeira, sem que tentássemos mascarar sentimentos para fingir uma boa convivência.
Toda a chamada “magia do Natal” que eu pude quase respirar ontem pela manhã se foi. Não resta nada hoje, apenas um dia estranho e amorfo, opaco, abafado, inerte. O dia é tudo isso, eu sou tudo isso, nós somos tudo isso: esse nada que espera, espera, espera...


Apesar de muitas famílias enfrentarem problemas parecidos (e mesmo para as que não enfrentam), eu desejo um Feliz Natal a todos, repleto de sinceridade, esperança e felicidade. Porque mesmo que para cada pessoa esta data tenha um significado diferente, somos movidos por sentimentos e se não houver verdade neles acho que todo o resto perde o propósito...

15 de dezembro de 2010

Tudo a estibordo!!

Estou cansado. Não tem outra palavra melhor para descrever como estou nesse momento... Minha mente está exausta, o corpo pede por dias mais frios e eu estou com uma coisa entalada na garganta que ainda não deu pra gritar, porque eu ainda não sei o que é...
Todo fim de ano é assim, os dias que antecedem o Natal são os piores... não vejo a hora de ir pra casa no feriado e rever meus amigos e familiares. Parece que tudo vai melhorar quando o feriado chegar, mas ele não chega... e eu continuo me cansando cada dia um pouco. Tic, tac, tic, tac... O relógio não anda!
O ano foi bom, mas dei graças a Deus por ter passado tão rápido e eu espero que 2011 seja ainda mais rápido. A cidade tem me consumido... a distancia também... Minhas idéias não colocadas em prática estão sendo cada vez mais sacrificadas pela vontade de simplificar as coisas ao máximo, para não ter problemas com o passar dos dias, que demoram.
Se eu me ausentar do blog por um tempo, é por falta de sanidade mental. Mas depois de algum repouso eu volto! 
Abraço a todos e boas festas!

4 de dezembro de 2010

Paris mais uma vez

Fim de tarde, Paris mais uma vez.
- Lembra da última vez em que estivemos aqui? - ele perguntou.
- O que eu vinho não apagou eu consigo lembrar.
Estávamos sentados à mesa de um café, do lado de fora, olhando a cidade, vendo surgir as primeiras luzes.
Aquele momento para mim pareceu tão especial e perfeito para registrar. Peguei a câmera.
- O que vai fazer?
- Só algumas fotos, vão ficar perfeitas.
- O resto do pessoal não está aqui.
- Você é o vocalista.
- Nós somos um grupo. Voltaremos amanhã para você fotografar todos nós, que tal?
Fotografei meu pianista mesmo assim, de perfil, de cara contrariada, tomando café, uma de nós dois (essa iria para o meu acervo pessoal).
- Acho legal da sua parte não se achar mais importante do que ninguém na banda - comentei, e acrescentei brincando: - mesmo sabendo que sem você ela não seria nada.
- Eu acho que, na verdade, eu que não seria nada sem a banda, sem o talento e determinação dos garotos. E sem uma boa fotógrafa.
Fomos para casa pouco tempo depois, ele queria trocar umas idéias antes que os rapazes chegassem.
- Eu tenho a melodia e algumas frases, mas preciso de uma história - ele disse.
Olhei aqueles rascunhos. O que era relativo a notas musicais eu quase não podia entender, mas olhava tudo minuciosamente mesmo assim. Cada música era um pedaço de sua alma que se abria e eu tinha um daqueles pedaços na mão.
- É uma desilusão? - quis saber.
- Pode ser. Não é esse o motor que movem os poetas?
- É, ironicamente é, sim.


Eu preciso de mais do que você tem
E menos do que eu sou
Tão dependente de você
Das linhas que você traça
Queria a certeza de que esse é um caminho
Que eu não sigo sozinho
Queria a certeza de que ao final
Teria você só pra mim 
E que nada teria sido em vão
Ler sua mente, ter seu coração por inteiro
E poder garantir pra mim mesmo
Que esse não é mais um passo 
Para a loucura 
A menos que seja aquela 
Com a qual estou habituado
E que no final sempre me traz você
Queria ser mais do que um enfeite na sua estante
Mais do que uma pessoa comum
Não te vejo como antes 
É apenas comigo?
Você sabe como é
Estar cercado por pessoas e se sentir
Sozinho, completamente sozinho e vazio?
Onde habita a esperança?
Qual a receita pra ser feliz?
Onde terá ido a confiança
Tão certa quanto o sol depois da tempestade
Eu preciso de mais do que você tem
E menos do que eu sou agora
Pois eu sei que, no fundo 
Estou errado

- Vamos trabalhar juntos nisso - eu disse me perguntando o que se passava na cabeça do pianista.

29 de novembro de 2010

Soneto e Selos

Lendo alguns textos para o vestibular me deparei com este poema que há tanto já havia me encantado.

Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure



Vinicius de Moraes



Quanto aos selos, devia ter postado há muito tempo, mesmo. São da Vicky, me desculpe pela demora hein, mas eu não esqueci, só estava meio corrido para postar. Na verdade, acho que agora só vai piorar com as provas, mas o que eu queria mesmo era agradecer e fazer as indicações.





Respondendo às perguntas do selo:
1-Quem é que nunca vais conseguir esquecer?

Tem muitas pessoas que passaram, passam e com certeza passarão na minha vida e deixaram sua marca. Nessa resposta dá vontade de não deixar ninguém de fora, mas se for pra escolher alguém que me ensinou muitas lições, das mais diversas maneiras, esse alguém é minha avó. Ela foi como uma mãe pra mim em muitos momentos e me proporcionou experiências e aprendizados que levarei comigo pra sempre.

2- Alguém comanda a navegação da tua vida?

Bom, isso pode parecer meio egocêntrico, mas acho que nós somos os comandantes das nossas próprias vidas, de acordo com nossas escolhas e crenças.

3- Oferecer o blog à 3 pessoas ou mais.

www.pensoexistoeporissoestouaqui.blogspot.com
www.nossomundinhoadolescente.blogspot.com
www.uivosdoalem.blogspot.com
www.aportasecreta.blogspot.com
www.isabelamar.blogspot.com
www.cheiodenovehoras.blogspot.com


Beijo a todos e até a próxima, boa semana!

18 de novembro de 2010

Toque o seu limite

Esta noite as lágrimas se misturaram as gotas de chuva. Assistí Senna, o filme. Não me lembro de alguma vez ter me emocionado tanto assistindo a um filme...
Me sentí transportado para a minha infancia, acho que até meu coração batia de forma diferente. A voz de Ayrton se misturava ao cheiro de café e a voz do meu pai, tudo isso me acompanhava nas manhãs de sábados e domingos quando eu tinha apenas 5, 6 anos de idade. Lembro perfeitamente! Era meu passatempo favorito. Passava as semanas aguardando os fins de semana, brincando com meus carrinhos, projetando as corridas, andando pela casa com o capacete velho dos tempos de motociclista do meu pai. Senna era o meu carrinho branco e vermelho, que largava em ultimo e chegava em primeiro em todas as corridas. Suas fotos, as cores do Brasil, os S pintados com lapis de cor nas paredes do quarto...
Durante o filme eu me lembrava de mais e mais coisas, me emocionava em cada passagem, cada entrevista, cada depoimento e cada trecho de corrida.
Falando sobre o filme, acredito que não seja nenhuma obra prima do cinema, nem o maior acervo de imagens do Senna. Mas a abordagem do documentário não se resume ao Herói brasileiro, ou ao melhor piloto da história. Senna é um filme sobre a VIDA.

Ayrton nunca se importou em ser campeão, bi, ou tri-campeão mundial... Ele corria porque amava o que fazia. Tinha total noção dos riscos que corria, sabia que representava um país inteiro, sabia pilotar. Apesar disso, o motivo pelo qual pilotava de forma fantástica era a superação de seus limites. Como ele mesmo costumava dizer:
"O ser humano possui limites, quando voce toca esse limite, quando voce vive esse limite, voce é capaz de realizar absolutamente qualquer coisa."
Todos que o viram correr, sabiam que ele estava em paz quando estava alí dentro do carro e não precisava de dinheiro ou fama para continuar a fazer aquilo. Senna enfrentou muitas dificuldades e superou mais e mais limites.
Nada o teria feito parar. Ele simplesmente não podia. Pilotar era a sua vida e ele deixaria de viver quando deixasse de pilotar.
  
Quando Senna morreu em Maio de 94, uma parte de mim morreu junto com ele. Minhas notas cairam, meu interesse por brincadeiras com outros colegas, a temporada de fórmula 1, meu carrinho vermelho e branco... Eu não conseguia entender... Para mim, e não só para mim, Senna era imortal. 
Algumas conversas e uns novos passatempos me fizeram acostumar com a idéia de que o mundo continuaria a existir, com ou sem Senna.
Só pude compreender a complexidade de algumas frases do meu pai depois de todos esses anos. Ele me disse no dia que me contou que Senna não correria mais nenhum GP.
"Filho, quando alguém faz o que gosta com o máximo de dedicação e o máximo de energia naquele único propósito, ele se torna próximo da perfeição. Senna fazia o que fazia, porque tinha momentos de perfeição. Nesses momentos, ele conseguia sentir Deus a sua volta e dentro dele. Chegou a hora em que ele precisa estar mais próximo de Deus, para ser ainda mais perfeito."

Após essa frase, meu pai terminou:
"Existe um meio de voce encontrar Senna novamente. Encontre algo que te faça feliz e dedique-se a isso o máximo que voce conseguir. Entregue-se. Enfrente o que for necessário, atinja a perfeição. Nesse momento, vai encontrar com ele e Deus. Acredito até que sejam amigos..."

Ainda escuto os gritos de Senna e do meu pai juntos no GP Brasil de 91 quando fecho os olhos. Meus filhos vão escutar também. Meus netos. Sempre saberão que existiu um herói, um piloto e um ser humano que em certos momentos da vida atingiu a perfeição. 

8 de novembro de 2010

Budapeste. Novembro daquele mesmo ano. A neve caía não muito intensa, mesmo assim o vento frio parecia ter a intenção de cortar nossa pele. Sempre caminhávamos um pouco pelas ruas próximas e voltávamos para nos refugiar no bar do hotel. Quente, ali era bem quente e aconchegante. As bebidas eram servidas no pequeno balcão e os hóspedes podiam se acomodar nas baquetas ou nos grandes sofás de couro.
Optei por um desses últimos e comecei a olhar fotos que havíamos tirado em nossa pequena excursão da manhã. Os rapazes ficaram pelo balcão conversando com Jeremy, o garçom. Ele era sueco e parecia que estava no país de forma ilegal, sendo que isso de alguma forma chamou a atenção de J., principalmente.
Depois de alguns minutos, o pianista veio com uma dose generosa de chocolate quente para mim e conhaque para ele.
- Desculpe, garota, mas não pode beber em serviço.
-Claro, é verdade. E voce está de férias, então?
Ele fingiu fechar a cara:
- Me pegou, hein?
Sorri, apenas, em resposta, e me reconfortei no meu chocolate quente. Foi um alívio ter minhas mãos em contato com a porcelana quente, já que elas tremiam contra o metal frio da câmera.
- Apesar da temperatura, a paisagem é muito bonita, não acha? - ele perguntou recostando-se na poltrona à minha esquerda. Parecia anos mais velho.
- Com certeza, é tudo muito bonito, e as construções aqui são magníficas. Aliás, temos visitado vários lugares maravilhosos. Tenho aproveitado tanto nossas viagens.
Pausa.
- Não pensava que chegaria aqui, sabe? Turnês, todas essas viagens, multidões, programas de rádio e tv... fama. Parece que era ontem, eu ainda um menino de cidade pequena, disputando com meu irmão a atenção em casa..  A música sempre foi minha paixão, e embora quisesse compartilhá-la, ela era antes de tudo meu refúgio. Ainda é, mas não é fácil quando todos querem saber cada vírgula do que voce pensa, entende?
"De qualquer maneira, é nessas horas, quando eu olho onde estou, que eu sinto falta de algumas coisas de casa, de uma vida menos nômade."
Tentei me colocar no lugar dele. Era possível entender aqueles sentimentos, talvez algum dia fosse a minha vez de senti-los. Depois de alguns meses de viagem, quem sabe. No momento, aquela "vida nômade", como ele havia entitulado, era encantadora para mim e vários aspectos e viera na hora certa para me salvar da minha antiga condição.
Percebi, então, com o que ele veio a dizer, qual era o objetivo da conversa.
- Eu digo isso porque, além de ser bom ter alguém compreensiva como voce para poder conversar sobre isso, talvez voce queira voltar para casa neste Natal. Talvez você queira estar com sua mãe depois do que aconteceu. Ou com o resto da família também. Talvez com algum coração partido que você tenha deixado para trás quando foi embora...
A última frase foi dita com um tom próximo da vergonha e alguma curiosidade embutida. Minha resposta foi igualmente  sem graça e meu estado era de total perplexidade. Será que ele ainda não havia percebido? Todos os meus esforços eram para ele, todos os meus olhares e cuidados. Eu queria fugir disso de certa forma, mas ele estava sempre presente, quando não era fisicamente, estava em minha mente. Havia, então, outra parte, mais forte, que não queria se livrar desse sentimento por ele. 
De qualquer maneira, respondi em voz alta a síntese constrangida de meus pensamentos:
- Não existe coração partido, e mesmo que houvesse, já se passou muito tempo.
- Sim, faz um bom tempo (..). Mas, bem, se você tem passe livre para voltar para casa depois que passarmos pela Suíça.
-Obrigada, mas estou a trabalho, lembra? Não posso deixar vocês na mão em uma hora dessas, vamos ter fotos ótimas para a divulgação.
-Eu sei garota, mas... às vezes precisamos dar um tempo para cuidar do que é pessoal.
-Seu eu for, aviso vocês.
-Certo.
E subiu para seu quarto. Nos reencontramos mais tarde, na hora do almoço.

30 de outubro de 2010

Trust me

(...)
Sempre o pianista arranja um jeito de voltar. Aparecer em miniaturas, ou em grandes escalas, em músicas. Mais uma vez ele me ensina lições, mostra o quão sábio ele pode ser enquanto eu pareço uma criança indefesa diante do jovem de alma idosa.
Aquele não era o tipo de problema que eu gostaria de levar até ele, mas foi inevitável, aquela semana não era das melhores.
- Eu notei sua ausência, menina. Corpo presente, cabeça não sei onde. Você não é assim, eu queria saber o que está acontecendo.
- Eu... - não sabia como continuar.
- Ei, não é uma cobrança de patrão, ok? É, antes de tudo uma preocupação pessoal. Uma conversa de amigos.
- Obrigada, por se preocupar. Mas, bom, não é nada realmente importante. Problemas de casa. Acontecimentos pelo quais eu nunca imaginei que passaria, entende?
- Tem certeza que não quer se abrir?
Era tarde, o sol ainda alto, e nós diante da porta de vidro que dava para a área da piscina. Mas ali, sentados em bancos ainda do lado de dentro de casa, à sombra, eu até podia sentir o frio chegando, de dentro de mim, junto com as lembranças. Raiva, raiva gélida. Tristeza amarga. Eu sentia todas as minhas crenças se despedaçando, todas as aquelas lembranças da infância e talvez até de um passado recente. Tudo parecia tolo diante das circunstâncias.
- Talvez colocar em palavras seja pior, ou não. Não sei. São problemas de família.
Ele lançou-me o olhar mais profundo que eu podia esperar daqueles olhos cor de esmeralda. E eu senti que, seu eu não falasse, ele acabaria descobrindo meus segredos sondando minha alma. Contei a ele. No final, me senti aliviada por ter alguém em quem confiar. Meu pianista, fonte de tanta dor e decepção, de tantas expectativas não atendidas, também meu porto seguro?
Silêncio. Baixei meu olhar para a pedra do chão. Ele pegou minha mão, fria e seca, com as as dele, quentes, de pele macia. Quase podia sentir sua circulação... E ele me disse uma de nossas letras, escrita em viagens, em estradas, em paradas, na imensidão do mundo.

We're only taking turns
Holding this world
It's how it's always been
When you're older you will understand

- Quando for mais velha você vai entender...

26 de outubro de 2010

Paixão

Infelizmente precisei ficar em Campos neste ultimo fim de semana... Por diversas razões. Fiquei chateado de ter que ficar nessa cidade que eu odeio, mas não tive muita escolha e comecei a procurar o que fazer pra passar o tempo...
"There must be some kind of way out of here
Said the joker to the thief
There's too much confusion
I can't get no relief"

Jimi Hendrix - All Along The Watch Tower

Com esse pensamento e um pouco de espírito de aventura, aceitei um convite feito por um amigo para assistir uma partida do time daqui, o Goytacaz. Time da 3 divisão do campeonato estadual, em atual disputa da copa Rio.
Os dois parágrafos a seguir é uma homenagem ao Marcos Futebol Mundial. Que está de férias...

Situação do confronto:
O elenco do Goytacaz esteve muito concentrado para a partida do sábado (23/10) contra o América às 16h pelo primeiro jogo do returno da 3ª fase da Copa Rio 2010. Uma vitória em casa daria mais tranquilidade para o grupo nos dois jogos finais, que serão realizados fora do Aryzão.

O jogo:
O time do Goytacaz pressionou o América desde o início da partida, mostrando muita raça, condicionamento físico e disciplina tática. O esquema armado foi um 4-4-2 simples, onde os meias avançavam e além de dar suporte ao ataque, prendiam os fracos laterais do time adversário na defesa, tornando o América uma presa fácil na expressiva vitória por 3 a 0.

O ponto onde quero chegar:
O mais incrível de ter saído de casa numa tarde de sábado para ir até um estádio assistir uma partida de 3 divisão de campeonato estadual podia até ser um bom entretenimento, pois o baixo preço do ingresso, somado a falta de técnica dos jogadores me renderiam ótimas horas de diversão. Mas o que eu realmente queria ver, era o tamanho e o fanatismo da torcida Goytacaz.
O time não disputa a primeira divisão a 19 anos! Mas as pessoas continuam a encher os estádios em todos os jogos. São jovens, crianças, velhos, mulheres... É impressionante e inexplicável. Eu via nas arquibancadas as pessoas totalmente confortáveis, alegres, mesmo antes do início do jogo. Alguns torcedores já haviam bebido antes da entrada do estádio, no bar do Goyta, outros levavam sua esposa e filhos e ainda alguns faziam parte de uma banda marcial que tocava de forma afinada clássicos da música popular brasileira, hinos do clube e músicas da torcida. Era simplesmente um espetáculo a parte. Não o jogo, mas as pessoas. Estavam muito felizes alí, ninguém reclamava das instalações ruins ou do time. Todos se cumprimentavam, distribuiam balões-branco-anil, apitos, doces e bolas de plástico para as crianças.
Não era o time que estavam celebrando naquele momento. Era a paixão!
Finalmente eu pude entender o que mantém as pessoas felizes. Não é o amor, isso as faz permanecer vivas. Mas a paixão as faz SENTIR vivas. E a paixão, essa não tem preço e nem explicação. No futebol e na VIDA!

Segue abaixo um link para mais fotos do Goytacaz.
 FOTOS
Em Campos dos Goytacazes, eu NUNCA na minha vida me sentirei campista. Mas Goytacaz, eu já me sinto.

17 de outubro de 2010

Do outro lado do muro

Algumas coisas são engraçadas.  Outras são exagero. Talvez seja engraçado acordar com frases bizarras, do tipo “Lave a bunda!”, ditas aos berros. De longe, talvez não dê para escutar os tapas, mas hoje eu estava bem perto, praticamente no cômodo ao lado, e escrevo nos resquícios dos sons que foram dolorosos de escutar. Nos gritos, na falta de paciência, nos machucados feitos propositalmente.
Penso que muitos lares têm suas discórdias e esse é mais um daqueles lares não-convencionais, em que habitam um homem e uma mulher apenas, irmãos, que já passaram dos sessenta. Habitam, por vezes, alguns “amigos” que ela traz para casa. Senhores de chapéu, que ficam por alguns dias, chegam com compras do supermercado, agradam-na até ficar bem mansa. Nesses dias não há gritos, nesses dias não há discórdia. Nesses dias, a TV também não fica ligada até tarde. E o irmão, ah, esse deve ser mandado cedo para a cama.
As brigas, voltando a elas, acontecem basicamente por um motivo banal: a hora do banho. Ele não tem o hábito, pelo que se escuta dela. Dele, pouco se houve, já que não fala muito. Aliás, por meses pensei que não falava. É que ele, Tomé, sofre de algumas disfunções mentais. Hoje escutei seus protestos. Ela o machucava, ele reclamava, e isso só a fazia gritar mais. “Tem que bater pra você tomar banho! Tem que doer, só assim você aprende a tomar banho todos os dias!...” Palavras ditas com vícios da fala, língua enrolada daqueles que não tem uma boa oralidade, de quem apenas grita, mas nos gritos muito faz doer os ouvidos, e não apenas no que diz respeito à altura das falas.
Hoje, como dito, escutei também os tapas. Não foram poucos. Não foram também fracos, a julgar pelo som. E agora, silêncio. Como se tudo fosse sempre tão pacífico. Até trocaram palavras amenas sobre algum assunto depois de todo o estardalhaço, como se conversassem sempre tranquilamente assim. Ele não guarda ressentimentos, nota-se, apesar de toda a falta de paciência que a irmã tem com ele. Ausência de bom senso para compreender que, doente, talvez ele não seja capaz de fazer tudo com perfeição e rapidez, e por isso precisa de alguém que o ajude, que cuide dele. Para isso ele recebe um auxílio financeiro do governo, que ela notavelmente não utiliza para os fins a que é destinado e Tomé, pobre coitado, não vê esse pagamento convertido em atenção e carinho vindos de quem deveria cuidar dele. Não que dinheiro e afeto tenham essa ligação direta, mas a julgar pelos pensamentos vis da irmã que aceita as compras dos homens que hospeda em seu quarto, imaginei que ela veria as coisas através dessa moeda de troca, pelo menos um pouco, ao invés de ser toda irada com ele.
Ele, que gosta de passar o tempo parado ao portão, olhando a rua. Fica em pé, com suas peras magras contrastando com a barriga redonda e a cabeça pequena de poucos cabelos. Uma bermuda e uma camiseta que usa por vários dias. Faz pouco tempo que começou a cumprimentar. Um “oi” tímido, fino, muito baixo. E se perguntamos como está, ele diz “A ‘mema’ coisa”, no mesmo tom cabisbaixo. Num dia de mais ânimos para conversa ele ainda diria que “a ‘fiinha’ não melhora”. ‘Fiinha’ é a maneira como se refere à sua querida irmã, e a resposta deixa claro que, ele pode não guardar rancor, mas não gosta da vida que leva, dos maus tratos. Ninguém gosta, e ele, por falar pouco, não tem menos direito de se sentir assim, por ser deficiente não tem menor direito de exigir respeito.
Ela é do tipo que parece estar brigando mesmo quando conversa normalmente com alguém. Ele, bom, ele é o Tomé, senhor, meu vizinho, a quem eu não agüento mais escutar ser mal tratado.

29 de setembro de 2010

Atitude

Com a proximidade do período eleitoral, eu tenho visto bastante coisa sobre a importancia do voto, da Democracia, de vivermos em uma República e etc.

Pense comigo. Qual é a real necessidade de escolhermos um líder?? Certamente algum de voces leitores acredita ter maturidade suficiente para gerenciar a sua própria casa, ou uma família por exemplo. A maioria de voces acreditam possuir alguma experiencia e pelo menos condições de gerenciar a própria vida!
Ainda assim, as coisas algumas vezes não funcionam... Os problemas aparecem, os pais (maridos, esposas, chefes, etc) precisam intervir. Ou então sentimos a necessidade de esperar pela posição de outras pessoas para resolver nossos problemas
Naturalmente, algumas vezes a opinião das pessoas sobre certas questões nos ajuda a tomar decisões corretas...
O ponto em que quero chegar é a atitude. Convivo com isso e observo todos os dias. O que vejo em quase todas as pessoas que reclamam de seus problemas no trabalho ou em casa, o fazem por não possuir atitude para resolve-los. 
Isso me levou a pensar sobre o papel dos líderes em sociedades, comunidades, famílias e etc. Alguns líderes surgem da necessidade de alguma iniciativa para resolver problemas! E acreditem, são necessários. Treinados ou não, honestos ou não, feios ou não. Os líderes possuem uma característica em comum que me chamou a atenção nos ultimos dias. SÃO EFICIENTES EM RESOLVER PROBLEMAS. 
O líder não precisa resolver problemas por si só. O simples fato de fazer com que as pessoas tenham iniciativa, já é algo único e precisa ser valorizado. Líderes são pessoas comuns. São diferentes de ídolos. Possuem seus defeitos que são MUITO mais evidentes e ainda precisam conviver e entender as necessidades de cada um. 
Torna-se evidente então o problema da autoridade. Como conceder poder a um lider, sem tirar a sua própria autonomia??
Ora, essa é uma questão delicada e complexa de cada sociedade. Mas como líder E liderado, posso dizer com certeza que é preciso acreditar nas decisões impostas (sim) por eles, SE essas decisões resolverem os problemas. 
Os fins justificam os meios? Talvez. Acredito nos resultados.
Os líderes são eternos? Não. Duram enquanto existem problemas.
Todos precisamos de líderes? Sim. Definitivamente.

Se voce possui iniciativa e consegue incitar essa virtude dentro do seu contexto social e ainda resolver alguns problemas que são de várias pessoas, ótimo. Entenda e execute o seu papel. 
Se voce não possui iniciativa para resolver alguns problemas, normal, é assim com todo mundo. Escolha um líder que incite essa autonomia em voce e de a ele o seu apoio.
O voto é necessário, já que inconcientemente escolhemos líderes todo o tempo, ao menos precisamos pensar na real necessidade de sermos liderados e o quanto conseguimos resolver problemas por nossas próprias iniciativas. O voto é uma iniciativa... ainda que inocente. Ele retrata um desejo de mudança. Um desejo de resultados.

23 de setembro de 2010

Independência ou...um Guaravita - Viagem em 7 de Setembro

Olhar o horizonte e não ver fim. Olhar e ver tudo se selando num beijo azul, ou então em cores crepusculares ao pôr-do-sol. Lindo o pôr-do-sol... Acho que para quem nunca tinha visto o mar, não há coisa mais bela. É se deperar com um "lagoão", e embora o termo não seja meu, expressa bem o que nós, mineiros, sentimos ao dar de cara com tanta água. E é de uma cor tão bonita, e é fria. MUITO fria. Mas ainda molhei um pouco os pés. Acho que nada descreve a vista do Pontal, por exemplo. Apesar do medo de ser derrubada pelo vento a qualquer momento, curti muito a paisagem lá de cima, nenhuma foto se compara a cada detalhe visto de lá (e olha que eu enxergo muito bem!), ao que dá para sentir de lá. 
Outra sensação nova foi a areia entrando pelos dedos dos pés. É algo bem comum e simples, que faz parte desse cotidiano de praia, mas não passa pela cabeça quando se vê televisão. Eu, pelo menos, nunca tinha pensado nisso até o dia em que li um poema de Luís Fernando Veríssimo. No poema, porém, ele não prevenia para coisas como não manter a boca aberta por muito tempo para não correr o risco de comer areia. Mas se isso acontecer, tudo bem, areia não tem gosto de nada, e agora posso dizer isso por experiência própria...
Além do mar em si, vi a maior lagoa da minha vida, e de água salgada, ainda por cima. São Pedro também guarda suas belezas, e muitas conchas naquela areia! Nada de comprar conchas do moço na rua ou de pedir para trazerem algumas de lembrança, desta vez pude pegar eu mesma. E ainda não acredito que foram só duas... Mas é que eram tantas coisas para ver. Os barcos, mesmo os de enfeite, as miniaturas à beira da lagoa. os cata-ventos. Embora as salinas não funcionem mais como fonte de renda da cidade, os cata-ventos dão estilo à cidade, sabe. São Pedro não seria a mesma coisa sem os cata-ventos,  sem o ônibus que vende acarajé, sem a Casa de Azuleijos (tem até a cama que a princesa Isabel dormiu), e claro, sem a a Casa da Flor. É, São Pedro, da Casa da Flor, "construída com material de refugo por Gabriel dos Santos, sua obra é comparada à do famoso arquiteto catalão...". Aquele comercial simpático da TV. A arquitetura antiga se mesclando com a contemporânea, as praças da cidade, as ruas de areia, a sombra das árvores sobre a lagoa, as crianças correndo na praia, e até os cachorros tomavam banho na água onde os mortos do cemitério boiaram (lendas da cidade...). São encantos que gardarei para sempre e que se acentuam ainda mais pela boa companhia. Não tenho nem palavras para agradecer a boa recepção que tive, apesar do Luiz ter feito todas as propagadas contrárias à educação das pessoas no Rio. Até nas lojinhas as moças foram simpáticas. Ah, e eu fiquei impressionada em como se toma Guaravita por lá. Pode não ter Coca-Cola (se bobiar, pode não ter água), mas Guaravita tem com certeza.
Gostei muito de conhecer os amigos de quem o Luiz tanto falava e eu ficava imaginando como seriam. Foram todos muito legais comigo, são pessoas animadas e eu espero que a gente possa passar mais tempo junto. Sou meio calada, gostaria de ter dito isso pessoalmente.
São muitas coisas para um post só, mas o que eu sei é que foi uma viagem ótima. Todas as horas de vômito  ônibus valeram à pena. Por último, queria dizer que venta muito por lá e passei um bocado de frio em alguns momentos, os carros correm bastante e xadreZ se escreve assim, e não com X no final. Eu estou a 490km de distância, mas alguém podia avisar isso ao dono daquele bar em Cabo Frio.
Espero voltar em breve, já estou com saudades. A cidade aqui ficou até sem graça...

5 de setembro de 2010

Trust

O trecho abaixo foi retirado do documentário "Metal, a Headbanger Journey" dirigido por Sam Dunn.

Para ler ouvindo:

"Por que o metal vem sendo constantemente estereotipado como difuso ou condenado?

O que parece cada vez mais claro, é que o metal confronta tudo que preferimos ignorar.

Celebra o que nós normalmente negamos.

Ele incita o que nós temos mais medo.

E por isso o metal será a cultura dos estranhos ou excluídos.

Para os jovens, é um lugar para pertencer, onde você pode experimentar outras possibilidades e transcender cada dia de uma maneira gloriosa e magnífica.

E é uma purificação. O metal exerce uma função que de alguma forma nos livra de muita tensão. É purificante.

Se você quer as pessoas pulando com alegria e arrastando os móveis para longe, é para isso que o metal serve.


Eu acredito que as pessoas, tem suas libertações, cada uma de sua maneira. É uma alternativa as coisas da vida mundana.

É sobre a idéia de que talvez o modo como as pessoas se sentem, é tão importante, talvez até mais importante, do que a maneira como elas pensam.

Eu não sei o que é tão importante. Apenas é.

Agora acredito que eu seja uma pessoa melhor, desde que comecei a ouvir metal.

Ele não me julga,

Não me critica,

Sempre esteve lá para mim, sempre.

Para os metaleiros, o bom, o bonito e a verdade estão lá em cima, no palco.

O heavy metal é um sacramento?

Para algumas pessoas talvez...

Se isso mantém as crianças vivas, 


Se isso lhes dá esperança,

Se isso lhes oferece um lugar para pertencer,

Se isso lhes fornece um sentimento de transcendência,

Então eu acredito que seja uma força espiritual,

Eu acredito que seja um dos caminhos para Deus.


Desde que tinha 12 anos eu tenho defendido meu amor pelo Heavy Metal contra todos aqueles que disseram que era um estilo musical menos válido.

Mas agora a minha resposta é “ou você sente, ou não”.

Se o metal não te dá um irresistível sentimento de poder e faz você querer ter seus cabelos girando a volta do seu pescoço, você talvez nunca entenda...

E quer saber? Tudo bem...

Porque, julgando pelos mais de 40 milhões de metaleiros ao meu redor, nós estamos indo perfeitamente bem sem você..."
 Wacken Open Air, cidade de Wacken, Alemanha. 


3 de setembro de 2010

A Secret Place

Para ler ouvindo:
Em 1988, ano do meu nascimento, o Heavy Metal era o estilo musical mais famoso do mundo. Era comum encontrar pessoas andando pelas ruas com suas bandas favoritas estampadas em suas camisas e cantarolando músicas que se tornariam mais tarde hinos para nós. Certamente eu herdei algo dessa sinergia. Meus pais nunca foram ouvintes radicais de heavy metal, mas alguns Long Plays do Led Zeppelin e do Deep Purple que encontrei em uma caixa de papelão velha são prova de que talvez eles tenham participado de todo o movimento que antecedeu o boom do metal no mundo.
Comecei a ouvir Heavy Metal aos 13 anos. Com um álbum do Iron Maiden chamado Brave New World comecei a entrar em um mundo novo (trocadilho), que tinha muito a ser explorado... as letras, o peso que ele continha... era perfeito para o meu momento! O metal me oferecia um ar de mistério, de possibilidades, de conhecimento. Algo completamente novo... e bom! Sabem, existem momentos em que você gosta do que todos repudiam. E disso se tratava o Brave New World, veio no momento certo.

Como tudo na vida, meu gosto dentro do metal mudou também, eu ouvia passagens marcantes, guitarras mais pesadas, solos mais longos, músicas tristes quando eu precisava, ou as mais alegres junto com meus amigos. Em 2001, surge na minha vida o Rebirth, do AngrA. Não é exatamente o melhor álbum da banda, mas foi um divisor de águas na minha vida. A partir desta data, eu nunca mais deixei de ouvir essa banda, que pra mim simboliza muito mais do que apenas o seu som. O AngrA sintetiza a cultura brasileira, divulga, adapta, pensa como o povo brasileiro e é claro, possui um talento reconhecido no mundo inteiro. Quando escuto as músicas, me transporto para meus churrascos com os amigos. Para as tardes onde este álbum tocava sem parar enquanto discutíamos e jogávamos sem qualquer preocupação.
 Esse aqui é o primeiro album do Angra que ouvi
Acredito que exista uma música para cada momento da vida. No metal não é diferente. Já ouví músicas que falavam de tudo... E elas mechem comigo. São profundas em suas análises. Como diria Dee Snider, vocalista do Twisted Sister. “Voce encontra o que procura quando lê letras de metal. Se você procura coisas boas, vai encontrar. Se você procura o demônio, irá encontrar também.”
O que VOCÊ procura?
Sinto-me único. Existem músicas feitas PARA MIM. Frequentemente nos sentimos assim... o metal faz isso conosco.
"Welcome to my hide away, my secret place
How I arrived I can't explain
You're welcome to, if you want to stay
But everyone just runs away

There's a secret place I like to go
Everyone is there, but their face don't show
If you get inside you can't get out
There's no coming back, I hear them shout"

1 de setembro de 2010

Defenders of the Faith

Chegou a hora. Depois de muito adiar, resolvi postar sobre uma das coisas mais presentes na minha vida, HEAVY METAL.
Meu objetivo aqui não é encher o saco de ninguém e nem ao menos denegrir qualquer estilo musical. Também não quero que ninguém saia por aí ouvindo metal do dia para a noite (mentira). Meu intuito principal é esclarecer a todos como o Heavy Metal é significante para os que escutam e também tentar quebrar alguns preconceitos contra este estilo musical.
Vou dividir o que tenho a falar em 4 posts. Este é o primeiro. Vou colocar um marcador especial para isso também.
Para ler ouvindo

O metal tem um significado único e especial para cada um. Seja pelo que a música te faz sentir, ou pela importância que ela tem na sua vida, ou mesmo porque o identifica e o faz sentir igual a outros milhares de metaleiros que enxergam no heavy metal uma maneira de se reunir em um grupo de pessoas que se opõem as opções enlatadas e prontas para o consumo.
Os músicos tem uma preocupação única no mundo da música com a virtuosidade e a velocidade de seus acordes... Comparados muitas vezes a grandes gênios da música clássica. Muitos acreditam que se Mozart vivesse nos tempos atuais, certamente tocaria guitarras com distorções.
Acredito que não exista público mais justo do que o público do Heavy Metal.  Quase sempre damos a chance para uma banda nova, estamos dispostos a ouvir novas misturas, novos sons, novos arranjos, novos solos. Além disso, existem certos degraus respeitados eternamente e aqueles que atingem os degraus mais altos serão lembrados para sempre. Lembraremos pra sempre dos seus nomes, de suas bandas, do nome das músicas e o nome dos álbuns. Os melhores sempre serão lembrados, mas novos ídolos surgem a cada dia...

O heavy metal nos envolve, nos conquista, nos protege, nos oferece qualidade e acima de tudo nos une.  Vários estilos se conhecem, convivem bem e interagem, criando algo novo... Algumas vezes não conseguimos distinguir um metaleiro na sociedade, mas uma vez identificado, ele não estará mais sozinho. Existe uma linguagem propriamente usada por nós.  A música.
 "Let's all join forces
Rule with iron hand
And prove to all the world
Metal rules the land
We're heavy duty
 So come on let's tell the world

We are defenders of the faith"

Analisando mais profundamente, o heavy metal (muitas vezes referido apenas como metal) é um gênero do rock que se desenvolveu no final da década de 1960 e no início da década de 1970, em grande parte, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Tendo como raízes o blues-rock e o rock psicodélico, as bandas que criaram o gênero desenvolveram um espesso, maciço som, caracterizada por altas distorções amplificadas, prolongados solos de guitarra e batidas enfáticas.
O heavy metal costuma estar fundamentado em riffs criados com os três principais traços harmônicos: escalas em progressões modais, trítonos e progressões cromáticas.
O trítono, um intervalo musical que abrange três tons inteiros - como dó e fá sustenido — era uma dissonância proibida no canto eclesiástico medieval, que fez com que os monges o chamassem de diabolus in música "o diabo na música", em latim. Devido a esta associação simbólica original, o intervalo passou a ser visto na convenção cultural do Ocidente como "mau". O heavy metal usou extensivamente o trítono em seus solos e riffs de guitarra, dos quais um dos exemplos mais notórios é o início da canção "Black Sabbath", da banda homônima.
 Black Sabath

23 de agosto de 2010

Blog de Ouro!

Eu queria agradecer o selo e pedir desculpas pela demora. Foi indicação do Wallace, agradecemos a preferência!

As regras do selo são: 
Indicar o link do blog que o indicou; 
Indicar outros blogs para receberem o selo;
Comentar nos blogs dos seus indicados sobre este selo.

20 de agosto de 2010

Agosto é mês de...

Agosto e seu céu descorado, desbotado, ventos secos que cheiram a queimadas, lua laranja que habita o céu negro de sexta-feira 13. Agosto, aquele mês tão sem sal que sempre me pareceu indiferente se não fosse pelo seu início com o quesito "volta às aulas". Um certo dia à tarde, eu reparei mais uma vez o vento pela janela. Sem som, sem cor, sem nada. Nunca parece que há vida lá fora, ainda mais agora, com as árvores secas. Reparei o vento e todas as coisas que ele pode levar e trazer, lembrei de Vianne e da pacata Lansquenet, e de janeiro, da páscoa e chocolates e como tudo parece tão distante. Como realmente foi há muito tempo. Aqueles foram tempos mornos. Esses também são, de uma meneira diferente. Fogem ao sonho, são muito mais reais, e até envolvem chocolate também. Mas são secos. O jornal anunciou a umidade relativa do ar abaixo de 30% amanhã. E as queimadas continuam. Os uivos da Lila madrugada a fora também. Não é doença, não é fome, não é nada aparentemente físico, mas isso me faz lembrar a velha crendice dos mais antigos: agosto é o mês do cachorro louco. Agosto, o mês permeado por tantas crenças.
Ainda tenho o gosto amargo na boca da última coisa que comi. Açúcar não foi o suficiente. Água também não basta. Uma boa música não basta. É muito frio, solitário e amargo aqui. É horrível quando as horas contam...

7 de agosto de 2010

Levante-se! Estude mais! Coma frutas!

As frutas ainda são um problema sério... Mas tudo bem, quando eu precisar das vitaminas necessárias ou se meus filhos não gostarem de frutas, será culpa exclusivamente minha. Assim diz meu pai...
Mãe é tudo igual, pai não... Acho que eles diferem em um ponto específico: a Razão.
As mães geralmente são muito emotivas, preocupam-se demais (ou não) e em geral gostariam de ter os filhos pra sempre por perto para que possam proteger.
Ja os pais, por mais diferentes que possam ser, possuem uma característica comum que eu pude observar. Pode ser interpretada na frase "Seja mais do que eu sou". Esse é o máximo que eu consegui enchergar de comum entre os pais que eu conheço, agora preciso ser um pouco mais específico.

"Eu sou o Gustavo, Luiz é meu pai."

Seu Luiz é um senhor muito simpático, que gosta de conversar e dedica o seu tempo a pintura, leitura e a manutenção da casa que construiu com suas próprias mãos. Adora formula 1, acredita que Schumacher é melhor do que o Senna foi, gosta de futebol, mas acredita que os clubes cariocas não tem mais jeito.
Defendeu o país, participou de uma contra revolução nos anos 60 mas nunca entendeu muito bem o que estava fazendo na época....
Meu pai é de longe a pessa mais calma que eu conheço. Sua calma é tão notável, que muitas vezes as pessoas acham que ele não ouviu a pergunta feita, só porque ele demora um pouco mais pra responder, pois estava pensando na melhor resposta.
Seu Luiz SEMPRE optou pela segurança. Rendimentos seguros a 1% ao mes... O motor do carro pode não ser o mais potente, mas certamente o freio é o melhor...  a casa não é a mais bonita, mas NUNCA vai cair... e por aí vai. 
A diferença de idade entre nós é muito grande (e sempre vai ser, adã!), por isso ele sempre fez questão de me mostrar a diferença entre inteligencia e sabedoria
Para ele, tudo na vida se resume a estudar e fazer. Não há nada que não possa ser feito com o estudo necessário.
Continuo aprendendo com meu pai, acho que vai ser assim pra sempre. Tem muitas coisas que eu ainda não entendo. Segundo ele, é porque estudei pouco. Aprendo isso tudo durante as nossas conversas, geralmente começam no "Flamengo" e acabam no "vamos dormir porque senão sua mãe vem reclamar".
Termino este texto sem agradecer mesmo, pro meu pai isso não interessa muito. Melhor eu me levantar, estudar mais ou então ir lavar o carro. Isso certamente o deixará feliz.

31 de julho de 2010

Minhas férias

O título até parece aqueles de trabalhos de escola que a gente fazia quando tinha nove anos, mas na verdade... Bom, não deixa de ser um relato, sim, das minhas férias, que infelizmente estão chegando ao final. Sem mais delongas nas lamentações, não tenho o que me queixar das férias em si. Fiquei pela minha cidade mesmo e posso dizer que a folga já começou logo na primeira semana do mês com as Olimpíadas internas. Claro que à época eu não sabia que já era folga, já que todos acreditávamos que haveria prova no sábado, mas aproveitei bastante. Matei a saudade de alguns colegas de educação física, sentei sob as árvores, senti como é bom torcer pela turma, gritar, defender, ter aquele sentimento de união permeando nós, estudantes que às vezes nos vemos tão ocupados em nossas "panelinhas". Na arquibancada tudo isso acabava e éramos uma só equipe. Foi ótimo. Pra encerrar, uma festa com algumas histórias pra contar...
A semana seguinte foi cheia de pequenos atrativos. Sair com os amigos, fazer bala de coco...Eita trabalheira, nunca senti tanta dor no braço de uma só vez, mas valeu à pena! Depois dessa nunca mais vou querer dessas balas prontas que têm gosto de sabão. Ah, pra completar acabou a luz no dia e ficamos fazendo bala à luz de velas e falando palavrões. Foi ótimo. Depois ainda vimos um filme (aquelas que não dormiram...). Também fizemos um "churrasco" naquela semana. Na verdade, não havia carne, apenas salgadinhos de festa. Pois é, abusei dos cigarretes e isso é tudo que posso dizer. Já começo a ter fome só de lembrar.
Na semana seguinte fui buscar minhas lentes. Pois é, é duro não enxergar muito bem, então a gente fica procurando artifícios pra fingir que enxerga... Ainda estou me acostumando.
Depois chegou o Luiz e virou minha vida de cabeça pra baixo! Ficou me pedindo pra conhecer a cidade, comer comidas mineiras, pão de queijo... Me alugou o dia inteiro, hahahaha. Foi ótimo, meu pão de queijo ficou maravilhoso (sou tão modesta...) e nunca saí tanto da minha vida sedentária andando por aí daquele jeito. Nem fizemos tudo o que havíamos planejado, acho que outra viagem será necessária. Claro que também vai chegar a minha vez de ser a visita, vou cobrar as especialidades cariocas, não é?
Depois eu dormi umas 14 horas, acordando apenas para comer e conversar, ler umas duas páginas de um livro, e voltar a dormir de novo. Sabe a famosa expressão "ficar de molho"? Pois é, fiquei realmente imersa nos cobertores, como não podia deixar de ser, afinal, férias também é pra ficar à toa, ou, de uma maneira mais bonita, descansar.










Tem horas que a gente até descobre uma utilidade para as canetas coloridas, né Luiz?

26 de julho de 2010

Onde vai com tanta pressa?

Seguindo a linha dos dois ultimos posts daqui do punhado de coisas, sobre amigos e sobre viagens, resolvi escrever como foi a viagem para conhecer a minha amiga Lua!
Depois que recebí a notícia de que só teria 1 semana de férias, corrí para ajeitar as coisas e rapidamente entrei em contato com a Lua para acertarmos detalhes da minha visita. Tive que correr!

Com algum planejamento e a passagem comprada, partí rumo a Minas Gerais! Sabem, uma coisa é estudar geografia e aprender que Minas é um estado grande e cheio de fazendas. Outra coisa é ir até lá e ver o quanto essas fazendas são realmente GRANDES!!! Algumas cidades em que passei me pareceram bem calmas e bonitas. Destaque para Lambarí, que tem um grande lago na entrada da cidade.

Chegando em Três Corações, a Lua estava me esperando. Conversamos bastante e tinhamos muita coisa mesmo para conversar, como por exemplo: o futuro do blog, as diferenças entre Rio-Minas, as semelhanças entre cidades pequenas... É claro que não concordamos em muita coisa, veja só, querer rever meu contrato no blog para que eu trabalhasse aqui durante as férias! Que absurd!

Tenho que falar das comidas mineiras... Meu Deus!! Acho que foi o fim de semana que mais comí na minha vida inteira! Pão de Queijo (que apesar de ser a Lua quem fez, ficou muito bom), Feijão Tropeiro, Arroz de Forno, Angú... entre outras coisas muito gostosas. Ah! É claro que também teve a clássica cena do carioca ir a uma pastelaria e pedir um paXtel. ¬¬
Gostei de ver como os mineiros vivem. São muito hospitaleiros, prestativos, educados e atenciosos. Não sei se é assim só no interior, mas gostei muito de ver a diferença de tratamento que existe entre mineiros e cariocas... Conversei com alguns comerciantes e amigos da Lua, todos foram muito gentis comigo todo o tempo que fiquei por la.

Faz frio em Tres Corações! As madrugadas são geladas DE VERDADE! E apesar de ter dormido bem, os banhos foram bem sofridos... xD
Aprendí que tem gente que apesar disso não sente frio nas baladas... Deve ser o costume... Ninguém parecia sentir frio tb.

Ah! Tenho que falar da Lila! A cadelinha mais esperta e bonita de Minas! haeheaheahaehae
Andou comigo feito uma lady, brincou, correu, um espetáculo! Enquanto a Lua fazia os pães de queijo, eu tentei fazer um em forma de osso (não é esse bixinho da foto) pra dar a ela de presente!

Espero ter demonstrado bastante gratidão e admiração durante o tempo que passei viajando. Mas se eu não fui suficientemente agradecido, me avisem, voltarei imediatamente pra pedir desculpas... :P
Pra fechar, quero colocar aqui uma frase que encontrei e define exatamente a imagem que vou guardar: "Tudo em Minas se faz sem pressa. O tempo não conta. Faz-se as coisas para durar, para permanecer e não para aparecer..." Minas Brasil

20 de julho de 2010

Dia do Amigo

Falta praticamente uma hora para o dia de hoje acabar, mas ta valendo. Hoje foi um dia muito interessante, não exatamente no quesito amizade diretamente, mas inclui, sim, esse belo sentimento que une as pessoas. Na verdade, observei meus pais. Fizemos uma pequena viagem juntos e eles passaram quase o dia todo juntos conversando e discutindo preços, amenidades, pessoas, como velhos amigos. Já me acostumei com pais separados, mas ver os dois conversando numa boa como uma casal de anos e anos me fez pensar na amizade que deve existir entre um casal antes de tudo. Não adianta ser bom no beijo, no amasso, no abraço, ser lindo (a)... Tem que haver uma afinidade entre eles e eu vi hoje algo, mesmo que seja apenas uma afinidade de amigos. Prefiro assim, é mais saudável para os dois, mas por alguns momentos eu me vi numa "família tradicional"...
Além dessa amizade intra-casal (posso inventar essa palavra? ou será que já existe...? enfim...), há muitos outros tipos de amizade. Aquelas que duram a vida toda, vinda daqueles que cresceram junto com a gente como irmãos; a amizade de uma pessoa que por acaso encontramos numa esquina e grudamos um no outro, sabendo que podemos sempre contar; as amizades breves, que duram um dia, uma semana, numa viagem, até que a vida leve para longe, essas coisas... Aquela senhorinha que a gente encontra no ponto de ônibus e conversa. Sério. Qual o problema em ouvir o que alguém muito mais velho tem a dizer e considerar seu ponto de vista como igual? Um conselho, um abraço sincero. Amizade existe aos montes, passa pela afinidade, companherismo, lealdade, preocupação com o outro, igualdade, entre outras coisas. Talvez eu não tenha palavras o suficiente pra descrever e colocar muitos adjetivos até faça a coisa parecer meio ilusórioa, coisa de filme de Sessão da Tarde, mas nada como fazer parte desse sentimento.
Às vezes os amigos decepcionam, como tem acontecido ultimamente. Discordar faz parte, ter expectativas quebradas por quem a gente espere que nos apoie também, afinal, amigo não é aquele que diz o que queremos ouvir, é o que diz aquilo que parece ser o melhor para nós. No final das contas, alguém estava mal, mas isso acontece. Amigos erram, aprendem e crescem juntos.

Achei esta imagem há algum tempo. Guardei para esse dia. Uma pena não ter conseguido em português, então o negócio é dar uma apeladinha pro 'ingreis' da vida mesmo...
Feliz Dia do Amigo!

15 de julho de 2010

Na estrada com Luiz

Para ler ouvindo
Desde que comecei a fazer faculdade em outra cidade, eu tenho o costume quase religioso de voltar para casa nos fins de semana. Morei 2 anos e meio em Niterói e estou morando a 1 ano e meio em Campos dos Goytacazes. Sempre faço a mesma coisa, saio na sexta ou no sabado, volto no domingo ou na segunda feira. 
Visito meus pais, meus amigos, familiares, etc.
Essas viagens pendulares já foram mais interessantes, mas até hoje eu continuo a faze-las. 
Possuo 1001 maneiras (trocadilho por favor) de passar meu tempo durante as viagens. Quem me conhece, sabe que não consigo dormir ou ler durante o trajeto... por impossibilidade e falta de vergonha, respectivamente.
Mergulhei no maravilhoso mundo do mp3. São milhares de km de músicas e podcasts. Sim, podcasts, vou citar alguns muito divertidos: 
Nerdcast, Guanacast, rapaduracast... por aí vai.
Também gosto de escrever algumas asneiras, pensar em formas de ganhar dinheiro, ter sonhos de grandeza, pensar no que posso fazer pra implicar com os meus amigos entre outras coisas.
Um dia desses eu tive a curiosidade de calcular a distancia que eu devo ter percorrido nos ultimos anos. Para calcular eu usei as distancias entre as cidades, o número de fins de semana por ano aproximadamente e descartei viagens a lazer para outros destinos que não fossem "cidade universitária - casa".

distancia são pedro - campos 182km 
52 fins de semana + 26 fins de semana = 78
total campos = 28392km


distancia são pedro - niterói 124km
52 fins de semana + 52 fins de semana + 26 fins de semana = 130
total niterói = 32240km
total de km viajados = 60632
4.395 km tamanho aproximado do brasil sentido norte-sul.
dá pra cruzar o Brasil 13,8 vezes.
É, isso mesmo. A distancia percorrida por mim, desde que comecei a fazer faculdade, foi aproximadamente 60632km. Dava pra cruzar o Brasil de norte a sul quase 14 vezes!!! Sem falar no tempo da minha vida que eu passei em estradas.
Pensando um pouco mais a respeito disso, sinto-me frustrado. Porque apesar de todo esse tempo viajando, permanecí no mesmo trajeto durante TANTAS vezes, que não conheço quase nada do Brasil! O.O
Embora eu esteja condenado a aumentar ainda mais essa distancia percorrida, pretendo começar a viajar em outros sentidos. Quero conhecer Minas Gerais, o sul do Brasil e também o Nordeste.

Um dia eu farei tudo isso. Até lá, TOMA ESSA GALVÃO BUENO.