27 de abril de 2008

Sobre o abandono



Perder...
Deixar...
Abandonar...
Não olhar mais...
Largar...
Ser vítima dessas ações
é triste
é doloroso
e tanto que você nem sabe
Por quê eu?
Por quê eu tive que sofrer com isso?
E dizer que apenas eu
pode até ser egoísmo
Mas é que eu olho em volta
e não vejo mais ninguém
machucado como eu
De todas as vidas que eu já vivi
Só ficou ressentimento
Porque eu era feliz
Mas nunca me permitia continuar
sendo assim
Não me permitia continuar sorrindo
Nem vivendo naquela fantasia
E daí que nao era real?
Eu era feliz
Eu tive que olhar no seu dicionário
pra encontrar as palavras certas
pra dizer
que eu sofro
Porque mais triste que ser abandonada
é ter que abandonar
Entenda-me
só hoje
Eu tive que fazer isso
Nessa guerra interna
as feridas são a cada dia
mais profundas
e não há paramédicos
não há remédio que cure
como o tempo
Mas não há bandeira branca
Não há trégua
Apenas tempestade sobre mim
O céu cinza, raios e trovões
Sob mim um chão que pode desabar
a qualquer hora
Em volta, escuridão
E todos que eu amei
Eu tive que abandonar
Por minha própria culpa
Eu tento me perdoar
Mas a melhor prova de perdão
Seria não fazer isso de novo
Porque mais triste que ser abandonada
é ter que abandonar...

22 de abril de 2008

Como irmãos



Estou aqui a tarde toda na frente dessa tela. E mesmo na academia eu ainda estava aqui, pensando que poderia ter deixado tudo ligado, carregando um vídeo, ou vários, pra eu ver depois.

Mesmo lá, eu pensava na sua voz,
nas suas piadas, nas suas caretas.
Eu pensava...
Oh! Meu Deus!
Então eu vi,
eu estava fazendo aquilo de novo.
Diferente das outras vezes,
um pouco camuflado agora,
mas ainda continua sendo a mesma coisa.
Por que eu insisto em criar pessoas que não existem?
Por que eu insisto em fazer de você
o que eu fiz com tantos outros,
sendo que com você
eu queria que fosse tudo diferente?!
Mas agora, o que antes,
mesmo muito difícil,
não me parecia impossível, o é.
E o que alivia minha dor
é que pelo menos a culpa não toda é minha,
em parte é sua.
E pra você não é culpa.
É felicidade.


É, teremos de ser como irmãos mesmo. Então a primeira, foi pra você...

17 de abril de 2008

Cuide de mim...



Ah, não. Não foi como da última vez. Da última vez, os adornos estavam lá na praça, todas aquelas barracas, e o tempo, mesmo que mais quente, estava melhor. E tudo bem que as nuvens cinzas no céu e abril, já com seus ventos frios, está aqui, mas não foi da última vez, mesmo que houvesse muitas coisas que eu gosto. Acho que é porque hoje o meudo rondava minha mente. O medo e a vergonha. O medo, a vergonha e a ansiedade. O medo, a vergonha, a ansiedade e a tristeza. Tristeza de sonhos não realizados, partidos, quebrados, como os cacos de um lindo vaso oriental.
Bom, eu, na verdade, não deveria estar aqui. As tarefas me chamam, e ainda tenho que sair depois. Já fiquei muito por aqui... Esperando alguém cuidar de mim.

13 de abril de 2008

Um lugar só pra eles



Acho que sou muito emotiva sabe. Tem vezes que isso me dá raiva.
Sabe, ela era uma garota feliz. Ela vivia num mundo mágico criado por sua imaginação. Não tinha muitos amigos, mas no seu mundo ela era a rainha. E ela tinha seu rei. E juntos eles tinha um lugar para eles, onde eles podiam fugir das pessoas que os ameaçavam e dos problemas. O bom foi que nesse mundo eles aprenderam, juntos, a enfrentar esses desafios. Eles usaram a imaginação para se ajudar. E quem sabe algo mais estava surgindo ali? Bom, eles nunca souberam no que resultaria. Ela morreu. Na felicidade de ir para seu mundo, ela se foi, para nunca mais voltar, não como antes. A lembrança dos bons momentos vão mantê-la viva para sempre, mas nada será como antes. Foi injusto e superar isso é doloroso. Mas a vida é injusta mesmo, muitas vezes. Por quê? Eu também gostaria de saber. Gostaria mesmo. Ela não merecia isso. Mas talvez, se ela crescesse mais e não se adequasse a este mundo por causa da imaginação, aí sim, sua mente criativa a estaria prejudicando ao invés de ajudar. É triste pensar que ela se foi,sim. Mas é bom saber que ela estava feliz. Que ela nunca chegou realmente a deixar o seu mundo. Não gosto de pensar que ela morreu por causa das sua fantasias, que ela se afogou nos seus sonhos, porque isso me lembra muito eu mesma. É uma pena que ele tenha ficado sozinho, mas que bom que os dois tiveram a chance de fazer a diferença nesse mundo, e no mundo deles também.
'Feche os olhos e deixe a mente bem aberta" e você me entenderá.

10 de abril de 2008

Quando eu te amei



Tem certas vezes que você sabe que tem coisas importantes a fazer, mas não tem ânimo pra isso, o que você realmente quer é fazer algo diferente; diferente do comum, do habitual tão enjoativo, algo que faça sua rotina mudar, mesmo que só um pouco. Há algo dentro de você que às vezes o chama e pede: "Faça isso".
Tenho muito a dizer, mas talvez misturar tudo não seja o ideal. Porém, tem uma coisa, que me veio na cabeça de última hora... Quem sabe...

Quando eu te amei
Foi real
Talvez tenha sido a coisa mais verdadeira da minha vida
Se não me engano
Foi num momento de desespero
Profundo, aliás
e então você apareceu
No meio daquela paisagem turva
Lá estava você
Onde sempre esteve
Mas só então te notei
Notei daquela maneira sincera
Primeiro te admirei
E depois percebi o que estava acontecendo
E de longe
Em qualquer lugar que eu estivesse
Ouvia o som
Que me lembrava você
Era você
Mas eram tantos que te olhavam
Que te apreciavam, que te gostavam...
Eu podia ser só mais uma no meio da multidão
Mas você era único pra mim
Então eu fiquei doente
Você não veio me visitar
Você não ligou
Não escreveu
Você nem sabia que eu existia
E nesse meio tempo
Eu consegui estragar o que nós tínhamos de mais especial
Só pra quando eu voltar
Ver que foi tudo mentira
Só pra me decepcionar com você
Como aconteceu com tantos outros
Tantas outras vezes
Continuamos com nossos diálogos mudos por um tempo
Mas depois o contado foi cessando
Você foi me deixando
E eu tive que te deixar também
Hoje eu passo pela rua e te vejo nas esquinas
Você continua o mesmo
Eu queria saber o que você vai fazer da vida
Nossos olhares se cruzam
Mas agora nada mais parece possível
Só o que já existia antes

6 de abril de 2008

Lembranças...



Têm certos momentos que lembram o passado. Nós sabemos que estamos no presente, que muitas coisas não são mais iguais, principalmente nós mesmos, mas nesses momentos da vida essas coisas não importam. Tudo parece que volta a ser igual, até nós. E tudo volta a ser tão simples, o mundo volta a ser mais aconchegante... O céu nublado, os aromas quentes pela casa, o aconchego que o lar sempre nos dá; às vezes até demais... Quando a gente volta no passado, esquece dos erros que cometeu porque nem sabemos q viríamos a cometê-los, nem sabemos o quão complicado o mundo pode ser, o quão indiferente esse céu nublado pode ficar. É uma doce ilusão. Mais que isso, é uma doce lembrança. Na verdade é uma fusão. E é boa. É pra onde a gente recorre quando quer fugir? Não sei. Não parece bem um recorrer nosso. Nesses momentos parece mais é que quem vem até nós é essa sensação. Mas ela nada pode fazer.Ela não vai nos salvar. Ela não vai nos dar força nem esperança. Ela só vai nos fazer lembras de tempos bons que não voltam mais...

5 de abril de 2008

Por quê?




Assistindo a uns vídeos do The Fray Bendito adobe flash player! hasudhasudhashdu
Tem que descontrair, não é, porque quando eu penso em umas coisas fico... triste é a palavra exata?
Música é minha terapia. É, eu acho que posso dizer isso. Música, aliás, talvez seja a única coisa realmente viva que exista na minha vida, porque na verdade, o que é minha vida? Um nada tão vasto, que eu me perco.
Às vezes parece que o mundo não é pra mim. Que esse mundo não é pra mim. E que eu não sou pra ele, e então eu tenho vontade de fazer parte de outro mundo, mas qual mundo? Existe outro?
Se eu continuar assim, não. Porque tudo depende de mim... E entender o que isso que há tempos me dizem tem um peso tão grande, que teria sido melhor não entender?

Por quê temos que fazer coisas que não queremos, obrigados por laços de falsidade e dessa coisa chamada sociedade, que quer mover nossas vidas...?

Eu não queria que fosse tão sincero assim. Talvez um poema camuflasse um pouco essas palavras, mas chega uma hora que fica cansativo demais esconder certas coisas...