29 de setembro de 2010

Atitude

Com a proximidade do período eleitoral, eu tenho visto bastante coisa sobre a importancia do voto, da Democracia, de vivermos em uma República e etc.

Pense comigo. Qual é a real necessidade de escolhermos um líder?? Certamente algum de voces leitores acredita ter maturidade suficiente para gerenciar a sua própria casa, ou uma família por exemplo. A maioria de voces acreditam possuir alguma experiencia e pelo menos condições de gerenciar a própria vida!
Ainda assim, as coisas algumas vezes não funcionam... Os problemas aparecem, os pais (maridos, esposas, chefes, etc) precisam intervir. Ou então sentimos a necessidade de esperar pela posição de outras pessoas para resolver nossos problemas
Naturalmente, algumas vezes a opinião das pessoas sobre certas questões nos ajuda a tomar decisões corretas...
O ponto em que quero chegar é a atitude. Convivo com isso e observo todos os dias. O que vejo em quase todas as pessoas que reclamam de seus problemas no trabalho ou em casa, o fazem por não possuir atitude para resolve-los. 
Isso me levou a pensar sobre o papel dos líderes em sociedades, comunidades, famílias e etc. Alguns líderes surgem da necessidade de alguma iniciativa para resolver problemas! E acreditem, são necessários. Treinados ou não, honestos ou não, feios ou não. Os líderes possuem uma característica em comum que me chamou a atenção nos ultimos dias. SÃO EFICIENTES EM RESOLVER PROBLEMAS. 
O líder não precisa resolver problemas por si só. O simples fato de fazer com que as pessoas tenham iniciativa, já é algo único e precisa ser valorizado. Líderes são pessoas comuns. São diferentes de ídolos. Possuem seus defeitos que são MUITO mais evidentes e ainda precisam conviver e entender as necessidades de cada um. 
Torna-se evidente então o problema da autoridade. Como conceder poder a um lider, sem tirar a sua própria autonomia??
Ora, essa é uma questão delicada e complexa de cada sociedade. Mas como líder E liderado, posso dizer com certeza que é preciso acreditar nas decisões impostas (sim) por eles, SE essas decisões resolverem os problemas. 
Os fins justificam os meios? Talvez. Acredito nos resultados.
Os líderes são eternos? Não. Duram enquanto existem problemas.
Todos precisamos de líderes? Sim. Definitivamente.

Se voce possui iniciativa e consegue incitar essa virtude dentro do seu contexto social e ainda resolver alguns problemas que são de várias pessoas, ótimo. Entenda e execute o seu papel. 
Se voce não possui iniciativa para resolver alguns problemas, normal, é assim com todo mundo. Escolha um líder que incite essa autonomia em voce e de a ele o seu apoio.
O voto é necessário, já que inconcientemente escolhemos líderes todo o tempo, ao menos precisamos pensar na real necessidade de sermos liderados e o quanto conseguimos resolver problemas por nossas próprias iniciativas. O voto é uma iniciativa... ainda que inocente. Ele retrata um desejo de mudança. Um desejo de resultados.

23 de setembro de 2010

Independência ou...um Guaravita - Viagem em 7 de Setembro

Olhar o horizonte e não ver fim. Olhar e ver tudo se selando num beijo azul, ou então em cores crepusculares ao pôr-do-sol. Lindo o pôr-do-sol... Acho que para quem nunca tinha visto o mar, não há coisa mais bela. É se deperar com um "lagoão", e embora o termo não seja meu, expressa bem o que nós, mineiros, sentimos ao dar de cara com tanta água. E é de uma cor tão bonita, e é fria. MUITO fria. Mas ainda molhei um pouco os pés. Acho que nada descreve a vista do Pontal, por exemplo. Apesar do medo de ser derrubada pelo vento a qualquer momento, curti muito a paisagem lá de cima, nenhuma foto se compara a cada detalhe visto de lá (e olha que eu enxergo muito bem!), ao que dá para sentir de lá. 
Outra sensação nova foi a areia entrando pelos dedos dos pés. É algo bem comum e simples, que faz parte desse cotidiano de praia, mas não passa pela cabeça quando se vê televisão. Eu, pelo menos, nunca tinha pensado nisso até o dia em que li um poema de Luís Fernando Veríssimo. No poema, porém, ele não prevenia para coisas como não manter a boca aberta por muito tempo para não correr o risco de comer areia. Mas se isso acontecer, tudo bem, areia não tem gosto de nada, e agora posso dizer isso por experiência própria...
Além do mar em si, vi a maior lagoa da minha vida, e de água salgada, ainda por cima. São Pedro também guarda suas belezas, e muitas conchas naquela areia! Nada de comprar conchas do moço na rua ou de pedir para trazerem algumas de lembrança, desta vez pude pegar eu mesma. E ainda não acredito que foram só duas... Mas é que eram tantas coisas para ver. Os barcos, mesmo os de enfeite, as miniaturas à beira da lagoa. os cata-ventos. Embora as salinas não funcionem mais como fonte de renda da cidade, os cata-ventos dão estilo à cidade, sabe. São Pedro não seria a mesma coisa sem os cata-ventos,  sem o ônibus que vende acarajé, sem a Casa de Azuleijos (tem até a cama que a princesa Isabel dormiu), e claro, sem a a Casa da Flor. É, São Pedro, da Casa da Flor, "construída com material de refugo por Gabriel dos Santos, sua obra é comparada à do famoso arquiteto catalão...". Aquele comercial simpático da TV. A arquitetura antiga se mesclando com a contemporânea, as praças da cidade, as ruas de areia, a sombra das árvores sobre a lagoa, as crianças correndo na praia, e até os cachorros tomavam banho na água onde os mortos do cemitério boiaram (lendas da cidade...). São encantos que gardarei para sempre e que se acentuam ainda mais pela boa companhia. Não tenho nem palavras para agradecer a boa recepção que tive, apesar do Luiz ter feito todas as propagadas contrárias à educação das pessoas no Rio. Até nas lojinhas as moças foram simpáticas. Ah, e eu fiquei impressionada em como se toma Guaravita por lá. Pode não ter Coca-Cola (se bobiar, pode não ter água), mas Guaravita tem com certeza.
Gostei muito de conhecer os amigos de quem o Luiz tanto falava e eu ficava imaginando como seriam. Foram todos muito legais comigo, são pessoas animadas e eu espero que a gente possa passar mais tempo junto. Sou meio calada, gostaria de ter dito isso pessoalmente.
São muitas coisas para um post só, mas o que eu sei é que foi uma viagem ótima. Todas as horas de vômito  ônibus valeram à pena. Por último, queria dizer que venta muito por lá e passei um bocado de frio em alguns momentos, os carros correm bastante e xadreZ se escreve assim, e não com X no final. Eu estou a 490km de distância, mas alguém podia avisar isso ao dono daquele bar em Cabo Frio.
Espero voltar em breve, já estou com saudades. A cidade aqui ficou até sem graça...

5 de setembro de 2010

Trust

O trecho abaixo foi retirado do documentário "Metal, a Headbanger Journey" dirigido por Sam Dunn.

Para ler ouvindo:

"Por que o metal vem sendo constantemente estereotipado como difuso ou condenado?

O que parece cada vez mais claro, é que o metal confronta tudo que preferimos ignorar.

Celebra o que nós normalmente negamos.

Ele incita o que nós temos mais medo.

E por isso o metal será a cultura dos estranhos ou excluídos.

Para os jovens, é um lugar para pertencer, onde você pode experimentar outras possibilidades e transcender cada dia de uma maneira gloriosa e magnífica.

E é uma purificação. O metal exerce uma função que de alguma forma nos livra de muita tensão. É purificante.

Se você quer as pessoas pulando com alegria e arrastando os móveis para longe, é para isso que o metal serve.


Eu acredito que as pessoas, tem suas libertações, cada uma de sua maneira. É uma alternativa as coisas da vida mundana.

É sobre a idéia de que talvez o modo como as pessoas se sentem, é tão importante, talvez até mais importante, do que a maneira como elas pensam.

Eu não sei o que é tão importante. Apenas é.

Agora acredito que eu seja uma pessoa melhor, desde que comecei a ouvir metal.

Ele não me julga,

Não me critica,

Sempre esteve lá para mim, sempre.

Para os metaleiros, o bom, o bonito e a verdade estão lá em cima, no palco.

O heavy metal é um sacramento?

Para algumas pessoas talvez...

Se isso mantém as crianças vivas, 


Se isso lhes dá esperança,

Se isso lhes oferece um lugar para pertencer,

Se isso lhes fornece um sentimento de transcendência,

Então eu acredito que seja uma força espiritual,

Eu acredito que seja um dos caminhos para Deus.


Desde que tinha 12 anos eu tenho defendido meu amor pelo Heavy Metal contra todos aqueles que disseram que era um estilo musical menos válido.

Mas agora a minha resposta é “ou você sente, ou não”.

Se o metal não te dá um irresistível sentimento de poder e faz você querer ter seus cabelos girando a volta do seu pescoço, você talvez nunca entenda...

E quer saber? Tudo bem...

Porque, julgando pelos mais de 40 milhões de metaleiros ao meu redor, nós estamos indo perfeitamente bem sem você..."
 Wacken Open Air, cidade de Wacken, Alemanha. 


3 de setembro de 2010

A Secret Place

Para ler ouvindo:
Em 1988, ano do meu nascimento, o Heavy Metal era o estilo musical mais famoso do mundo. Era comum encontrar pessoas andando pelas ruas com suas bandas favoritas estampadas em suas camisas e cantarolando músicas que se tornariam mais tarde hinos para nós. Certamente eu herdei algo dessa sinergia. Meus pais nunca foram ouvintes radicais de heavy metal, mas alguns Long Plays do Led Zeppelin e do Deep Purple que encontrei em uma caixa de papelão velha são prova de que talvez eles tenham participado de todo o movimento que antecedeu o boom do metal no mundo.
Comecei a ouvir Heavy Metal aos 13 anos. Com um álbum do Iron Maiden chamado Brave New World comecei a entrar em um mundo novo (trocadilho), que tinha muito a ser explorado... as letras, o peso que ele continha... era perfeito para o meu momento! O metal me oferecia um ar de mistério, de possibilidades, de conhecimento. Algo completamente novo... e bom! Sabem, existem momentos em que você gosta do que todos repudiam. E disso se tratava o Brave New World, veio no momento certo.

Como tudo na vida, meu gosto dentro do metal mudou também, eu ouvia passagens marcantes, guitarras mais pesadas, solos mais longos, músicas tristes quando eu precisava, ou as mais alegres junto com meus amigos. Em 2001, surge na minha vida o Rebirth, do AngrA. Não é exatamente o melhor álbum da banda, mas foi um divisor de águas na minha vida. A partir desta data, eu nunca mais deixei de ouvir essa banda, que pra mim simboliza muito mais do que apenas o seu som. O AngrA sintetiza a cultura brasileira, divulga, adapta, pensa como o povo brasileiro e é claro, possui um talento reconhecido no mundo inteiro. Quando escuto as músicas, me transporto para meus churrascos com os amigos. Para as tardes onde este álbum tocava sem parar enquanto discutíamos e jogávamos sem qualquer preocupação.
 Esse aqui é o primeiro album do Angra que ouvi
Acredito que exista uma música para cada momento da vida. No metal não é diferente. Já ouví músicas que falavam de tudo... E elas mechem comigo. São profundas em suas análises. Como diria Dee Snider, vocalista do Twisted Sister. “Voce encontra o que procura quando lê letras de metal. Se você procura coisas boas, vai encontrar. Se você procura o demônio, irá encontrar também.”
O que VOCÊ procura?
Sinto-me único. Existem músicas feitas PARA MIM. Frequentemente nos sentimos assim... o metal faz isso conosco.
"Welcome to my hide away, my secret place
How I arrived I can't explain
You're welcome to, if you want to stay
But everyone just runs away

There's a secret place I like to go
Everyone is there, but their face don't show
If you get inside you can't get out
There's no coming back, I hear them shout"

1 de setembro de 2010

Defenders of the Faith

Chegou a hora. Depois de muito adiar, resolvi postar sobre uma das coisas mais presentes na minha vida, HEAVY METAL.
Meu objetivo aqui não é encher o saco de ninguém e nem ao menos denegrir qualquer estilo musical. Também não quero que ninguém saia por aí ouvindo metal do dia para a noite (mentira). Meu intuito principal é esclarecer a todos como o Heavy Metal é significante para os que escutam e também tentar quebrar alguns preconceitos contra este estilo musical.
Vou dividir o que tenho a falar em 4 posts. Este é o primeiro. Vou colocar um marcador especial para isso também.
Para ler ouvindo

O metal tem um significado único e especial para cada um. Seja pelo que a música te faz sentir, ou pela importância que ela tem na sua vida, ou mesmo porque o identifica e o faz sentir igual a outros milhares de metaleiros que enxergam no heavy metal uma maneira de se reunir em um grupo de pessoas que se opõem as opções enlatadas e prontas para o consumo.
Os músicos tem uma preocupação única no mundo da música com a virtuosidade e a velocidade de seus acordes... Comparados muitas vezes a grandes gênios da música clássica. Muitos acreditam que se Mozart vivesse nos tempos atuais, certamente tocaria guitarras com distorções.
Acredito que não exista público mais justo do que o público do Heavy Metal.  Quase sempre damos a chance para uma banda nova, estamos dispostos a ouvir novas misturas, novos sons, novos arranjos, novos solos. Além disso, existem certos degraus respeitados eternamente e aqueles que atingem os degraus mais altos serão lembrados para sempre. Lembraremos pra sempre dos seus nomes, de suas bandas, do nome das músicas e o nome dos álbuns. Os melhores sempre serão lembrados, mas novos ídolos surgem a cada dia...

O heavy metal nos envolve, nos conquista, nos protege, nos oferece qualidade e acima de tudo nos une.  Vários estilos se conhecem, convivem bem e interagem, criando algo novo... Algumas vezes não conseguimos distinguir um metaleiro na sociedade, mas uma vez identificado, ele não estará mais sozinho. Existe uma linguagem propriamente usada por nós.  A música.
 "Let's all join forces
Rule with iron hand
And prove to all the world
Metal rules the land
We're heavy duty
 So come on let's tell the world

We are defenders of the faith"

Analisando mais profundamente, o heavy metal (muitas vezes referido apenas como metal) é um gênero do rock que se desenvolveu no final da década de 1960 e no início da década de 1970, em grande parte, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Tendo como raízes o blues-rock e o rock psicodélico, as bandas que criaram o gênero desenvolveram um espesso, maciço som, caracterizada por altas distorções amplificadas, prolongados solos de guitarra e batidas enfáticas.
O heavy metal costuma estar fundamentado em riffs criados com os três principais traços harmônicos: escalas em progressões modais, trítonos e progressões cromáticas.
O trítono, um intervalo musical que abrange três tons inteiros - como dó e fá sustenido — era uma dissonância proibida no canto eclesiástico medieval, que fez com que os monges o chamassem de diabolus in música "o diabo na música", em latim. Devido a esta associação simbólica original, o intervalo passou a ser visto na convenção cultural do Ocidente como "mau". O heavy metal usou extensivamente o trítono em seus solos e riffs de guitarra, dos quais um dos exemplos mais notórios é o início da canção "Black Sabbath", da banda homônima.
 Black Sabath