25 de janeiro de 2010

Lar, doce anêmona! - Tianastácia

Música passada para inaugurar o novo template e dizer um pouco do que ando sentindo, acho. Um misto de várias coisas, como em uma viagem, em que você se encontra em várias lugares diferentes em um curto espaço de tempo, e mesmo toda essa (con)fusão não fazem o dia perder sua beleza, pelo contrário. Eu queria mesmo era perder a noção dos dias...
Ontem, o dia estava bonito demais para ser gasto na frente do computador. O céu de um azul tão intenso, nuvens de algodão, brisa fresca. Incrível como nessas horas nunca aparece alguém disposto a curtir isso, todos curando as ressacas e febres de sábado. Mesmo assim, fui, só andar.
Nos últimos dias, notei, vasculhando em fotos antigas, o quanto a casa envelheceu em poucos anos. Será o flash que destaca a brancura da parede e o colorido das roupas, ocultando rachaduras? Quando foi que a pintura anterior começou a ficar visível? Notei que meu quarto era o único intacto, talvez pela pintura de poucos carnavais. Mas não, até ali as falhas começam a surgir. É coo se toda a mágica contida nessas paredes estivesse rachando, lascando, definhando. Todas as brincadeiras de criança guardadas na memória, e apenas nela. As manchas vão sumir, a assinatura rabiscada num canto escondido da parede, adesivos no portal de madeira, decalque atrás da cortina.
Olhando por fora com atenção e, sim, carinho, enquanto caminho pelo jardim, as coisas não pareciam tão terminais assim. Talvez demorem a realmente puir da maneira que imaginei.
Acho que os novos moradores não vão deixar que isso aconteça. Ninguém deixaria.
E o sol da tarde. Oolho para um canto, o portão branco. Ali, as tarde ensolaradas (de janeiro?) comendo espigas de milho recém-cozidas, compartilhando doces momentos com parentes que vinham de longe. A típica casa da avó, toda aconchego.
Outro canto faz lembrar dos primos que moravam perto. Bagunça, cartas de um baralho infantil, faz-de-conta, vídeo-game. Brinquedos surrados. Quem nunca brincou de "hominho" na vida? Nós brincávamos, brincávamos brincadeiras "de menino" naturalmente. E as "de menina". Brigávamos também. Até que um dia eles foram embora e nunca mais voltaram, não aqueles meninos de antes. Cresceram. E congelaram a receptividade à mesma proporção que minha ansiedade foi minguando nos meses seguintes de usa partida. Mas eu também cresci. Mesmo que tenha tido medo e tenha tentado me manter onde estava, cresci.
E então, talvez seja isso. Um dia, tudo o que conhecemos até agora muda e as portas de uma nova realidade se abrem. E, bem, isso é ótimo.
Ok, eu vou ter saudades, mas estou só mudando de casa - a não ser que ganhe na loteria e reforme esta. De qualquer maneira, ainda há coisas de que posso usufruir por mais tempo, como:


Ser mineiro é bão demais, uai!