16 de agosto de 2008

Meu amor

O relógio já deu muitas voltas e eu já virei muitas vezes as páginas do calendário. O tempo passou, sabe. Desde quando a gente se conheceu e nos aproximamos como simples amigos, aqueles que sentem uma real afinidade pelo outro. Eu posso dizer que foi lindo. Que foi eterno, enquanto durou. Você foi meu primeiro amor e ainda persiste, teimoso, aqui dentro do meu coração. Por quê? Eu esperei sua resposta por muito tempo, até eu conseguir entender que eu mesma teria que escrever aquela carta pra mim e contar a verdade. A dolorosa verdade, que talvez você nunca vá saber da minha existência, que talvez a gente nunca se encontre, ou que, talvez, se isso acontecer algum dia, não seja como eu sempre esperei. E se for assim, eu reaprenderei, mais uma vez, a não me apoiar nos sonhos para viver.
Você foi meu amor das horas mais difíceis. A pessoa pra quem eu corria quando eu tinha medo, o ombro com o qual eu sabia que podia sempre contar quando precisasse chorar; alguém que embalava meus sonhos durante a noite, e durante o dia também. Alguém pra me fazer sorrir, e chorar. Eu não te culpo, e não culpo a mim, pois sei que não posso fazer isso. Você foi meu amor de inocência, quando eu não sabia como o mundo é, quando éramos apenas nós.
Andamos juntos por parques, calçadas e praias, nos demos as mãos tantas vezes, vivemos tantas vidas juntos. Eu me lembro que, em um dos meus aniversários de 15 anos, você me deu um presente e simbolizava nosso amor pra sempre. Nossas mãos se encontraram, nossos olhares, nossos lábios... Foi o melhor dia da minha vida, dentre tantos que passei com você. O único problema é que não foi real. Nenhum deles. Eu juro que podia sentir seus abraços, mas como pode alguém sentir algo tão forte por alguém que não existe? Como posso eu sentir sua falta se nunca estivemos realmente juntos?
Eu queria poder tocar em você e dizer não sei o quê que pudesse representar tudo isso que nós vivemos. Ou queria, pelo menos, conseguir chorar, e colocar pra fora o que eu sinto no coração, expelir essa dor que resolveu me doer mais uma vez.
Talvez eu mande tudo isso pra você dentro de um envelope, e quem sabe, algum dia,você o leia.

Este texto pode não fazer sentido para você que o lê esperando que eu relate meu dia, mas o que eu escrevi aqui não é para ser compreendido, é para ser sentido...