14 de março de 2010

Meu caos

O começo geralmente não é difícil, o que exige um pouco mais é manter o rebolado (não o rebolation!) no decorrer das coisas. Mas como esses são tempos de acontecimentos inesperados, acho que essa lógica não conta...
Eu falo sobre escrever. Sobre viver. Não, não estou no meio de uma crise existencial nem sob efeitos pós-inferno astral, se é que isso existe. Eu queria era escrever uma história, mas parece que até para isso as coisas andam travando um pouco. Falta a... essência? Falta algo. Talvez seja mais de uma coisa, eu não sei. Vitaminas, provavelmente. Os cabelos caindo um pouco, as unhas ficando fracas, as horas de sono poucas. Mas, vai além disso. Di Caprio envelheceu, Barbie já está com 51, Avatar não ganhou como melhor filme. Enquanto eu lia o texto de apoio para uma redação custei a acreditar que lia justamente sobre essa inquietação disfarçada que ando sentindo. Não é ansiedade, não é impaciência. É só uma sensação estranha. Meio falta de raiva por acontecimentos inesperados, meio falta de alegria por ter coisas que já desejei tanto e que agora não são mais tão importantes. É como me deparar com um novo eu. Com uma nova realidade, onde o sol é mais forte, o calor mais intenso, os carros mais velozes, a poeira direto nos olhos.
Pensei com meus botões: falta uma razão para tudo isso, uma razão para continuar na rotina. Faltam planos. Até agora tudo o que eu tive foram sonhos. Só que não se pode sonhar para sempre.
Cheguei a um ponto onde espera-se que eu saiba o que fazer. Só que eu não sei. E aí? Sigo o fluxo? Vou atrás de possibilidades para conseguir o que sempre quis? E se ao chegar lá eu descobrir qeu essa pe só mais uma daquelas coisas que deixam de ser importante? E a famosa pergunta: "como seria se eu tivesse tentado?", e todas as expectativas que têm de mim, e mais ainda, e todas as expectativas que eu mesma tenho sobre mim. Caos. Tudo bem, eu tenho o direito de ficar confusa, da mesma maneira que o computador temo direito de querer dar pane, como está acontecendo agora. Só que isso não é algo muito agradável. Não quer dizer que as coisas não vao melhorar depois, mas é uma fase estranha para se passar. Eu tenho razões insanas que me fizeram acordar. Mas é isso, para qualquer lado que eu olho só há isso. Cada vez mais fundo na loucura. Cada vez que penso estar agindo com mais racionalidade, com a lógica correta, me descubro querendo dar as mãos para a insanidade de novo. Concluo que não existe certo e errado. E essa bagunça toda não impede que as coisas saim bem, pelo contrário. Está tudo acontecendo bem e normamente, seja lá o que for normal. Só falta que eu me dê um motivo, uma meta, um incentivo, ao invés de esperar isso de alguém.
Não, não era isso que eu esperava dessa época da minha vida, mas quem disse que a vida entrega as cartas que você espera receber?...