21 de fevereiro de 2010

Tempo

Horário de verão, adeus! Olá, horário de inverno. Ah, esse não é o nome oficial, é? Quer dizer, nem é inverno ainda, mas faz boa oposição com horário "de verão".  Enfim, eu adoro esse horário. Como quando eu volto para casa já está escuro de qualquer maneira, não faz muita diferença. O que eu gosto é a hora a mais que se ganha. Ttem noção da felicidade da garota ao acordar e saber que ainda são 8 e 15 da manhã? É bom!...
Ok, chega de tempo. De clima. Podemos falar de tempo de verdade...
Ele é uma coisa muito... estranha, complexa, interessante. Eu não sei defini-lo. Ninguém sabe. O relógio (objeto tão interessante, aliás) é só uma maneira de quantificar, mas não define bem o que é tempo. Nem calendários ou cronômetros... Talvez nem as rugas no rosto. Não sei quem pensou em quantificar o tempo, só sei que é apenas uma das maneiras de tentar definir tempo. Aí, dentro das horas resolveram colocar os horários, escola ou trabalho, partidas de ônibus, entradas de cinema... Estamos presos a isso. Tão presos que... Sabe quando vemos esses filmes americanos com casarões luxuosos, à la Riquinho, com pais sempre ocupados demais para cuidar pessoalmente dos filhos e por isso enxendo-no de atividades? Olhando assim parece uma situação isolada, bem de filmes mesmo ou de um colega que mora em um bairro nobre da cidade. E eu sempre achei tão desnecessário isso, enxer uma criança de compromissos achando que assim ela não sentirá falta dos pais, falta de ser criança, de ter alguém pra brincar, de estar ralando os joelhos... Sempre achei que tantas tarefas privariam essa pessoa de ser realmente feliz, ocupariam seu tempo enquanto ela poderia estar vivendo de verdade. Só que um belo dia eu me olhei e percebi que eu era como uma dessas crianças. Não mais uma criança, minha infância eu aproveitei um bocado, mas uma pessoa que ainda tem a aprender, que ainda cresce um pouco a cada dia. E uma pessoa que se viu dizer "Estou sem tempo" muitas vezes. Só que enquanto você faz parte de tudo isso parar e pensar na lógica da coisa é raro, demora a acontecer (às vezes nem acontece). "Estou sem tempo", concluí há um tempo, é desculpa. Realmente há situações em que você teria que se desdobrar para conseguir estar em alguns lugares a tempo fazendo certas coisas sem preocupações a respeito dos próximos compromissos. Mas fala se algumas outras vezes também não vale a pena deixar um compromisso acadêmico/profissional para ajudar a organizar uma festa surpresa pra um amigo (não incentivando ninguém a fazer disso um hábito, hein) ou passear com o cachorro. Se ao invés de ficar traduzindo textos no domingo à tarde você saísse para tomar um sorvete e sentar na praça, só olhando o movimento. E, claro, tem as vezes em que tem-se que deixar de ler um livro ou ver um filme para estudar para uma prova. Então passamos de ampulhetas e relógios para a balança: equilíbrio, a chave do negócio. É tão fácil ler isso nos livros de auto-ajuda do tipo "como organizar seu tempo". O difícil mesmo é colocar em prática.
Às vezes eu tenho medo do futuro próximo porque eu sei que tempo será meu problema matemático constante, e a menos que eu pegue a "manha" da coisa, vai ser difícil. Só que é um problema sem dados, você tem que usar suas próprias deduções e experiências anteriores para chegar à melhor resposta. É algo abstrato. É algo fundamental à nossa existência, pois sem tempo e espaço, onde estamos? Quem somos? E  é algo que não se vê, mal se sente às vezes.Talvez tempo nem exista, seja só uma invenção dos homens...