18 de fevereiro de 2010

Nuit à Paris

Paris à noite é uma das coisas mais encantadoras que existe. O vento de outono cortava meu rosto e trazia frio de vez em quando. Mas andávamos contra tudo isso rindo sobre qualquer coisa e irradiando felicidade de estar ali e juntos. Pelo menos eu me sentia assim. Ele passava tanto essa impressão também. Tanto.

Não vou dizer que o incidente do avião não teve influência sobre isso, concluí mais tarde. Porém, no momento, isso não importava. Estávamos vivos, duas pessoas apegadas demais à vida para não terem medo da morte, e celebrávamos a vida agora, o que, aliás, devia ser feito todos os dias. Só que talvez com menos vinho. Sim, porque parte da minha alegria irradiante também se devia a algumas taças.

Depois de andarmos pelas ruas e passarmos pelo Arco do Triunfo uma quantidade desnecessária de vezes, subimos à Torre Eiffel. Patinamos, comigo ameaçando cair sempre que diminuía a velocidade. Descansamos indo até a beira e olhando lá em baixo, todos os carros e luzes (claro) lá em baixo, tão longe e inócuos, tão parte de tudo, como se aquilo fosse tão presente que fosse um sonho.

Com os corpos aquecidos do exercício não sentia mais frio. Um estado de espírito maravilhoso de se estar. Demos as mãos e cantamos uma música conhecida da qual eu não me recordava mais no dia seguinte. E ríamos, o tempo todo. E ninguém nos impediu de ficar gritando lá em cima. Apenas nós e a cidade luz.