6 de agosto de 2012

Epílogo

Deixar tudo isto aqui é como me mudar de minha antiga casa. Às vezes, quando fecho os olhos à noite para dormir, é como se ainda fosse real e eu fosse voltar para lá algum dia. É como minha vida agora. Às vezes tudo parece que é de mentira, só uma fase passageira, e os tempos de escola e tudo o que eu sempre conheci, toda a segurança que sempre tive, disso ainda parece que há muito para viver.
A verdade é que mudar é difícil. Aceitar os erros e ver o lado o bom deles pode ser difícil. Ultimamente tenho descoberto muitas coisas que me fazem feliz, mas tenho vivido muitas outras que me magoam. Nunca tinha passado por tantas tempestades de uma vez. O que dizem é que o sol sempre surge depois, e estou contando com isso de verdade.
Choro culpas, arrependimentos, tristezas, e a raiva não existe mais. Só a vontade de que tudo se resolva, e no que me cabe, tenho trabalhado para isso. Só me digam que chega a hora em que os esforços não têm mais que ser meus, porque só posso cuidar da minha própria vida. O que é dos outros cabe a eles resolver, não sou responsável pelos erros e pela vida de ninguém. Quero ajudar, quero a felicidade daqueles que amo, mas a responsabilidade das suas escolhas não são minhas. Então, não posso assumi-las como se fossem.
Muitas vezes me arrependi mais do que não fiz do que de algo que fiz. Queria dizer isso à minha mãe, mas não sei se se aplica. Talvez isso só sirva para pequenas ações. Eu só queria que ela deixasse para trás o horizonte de fracassos. Há tanto mais para se focar, as superações, as pequenas conquistas que temos vivido, outras oportunidades que vão surgir. Tudo o que é novo assusta, mas existe todo um caminho para chegar ao novo, e eu pensei podíamos aproveitar isso.
Tenho essa vontade de cuidar, mas ainda sou a filha. Não sei bem o que fazer, mas sigo com fé e espero realmente que todos os nós se desatem suavemente. Um abraço amigo cairia bem, um sorriso vindo de quem sofre, melhor ainda.
Gostaria de agradecer a todos que lêem, leram e lerão o blog. Agradeço a paciência, o carinho e os bons momentos. Nunca esperei esse dia, mas acho que é isso. Último post. Talvez eu volte, diferentemente de casa, a porta estará sempre aberta para que eu possa fazer as coisas voltarem a ser como eram. Mas agora penso que este é o melhor caminho para seguir em frente.
Obrigada, foi um prazer.

25 de junho de 2012

Leite derramado

Venho em desabafo. Estou cansada dos estresses da vida, de ser tratada e tratar mal. Cansada das más energias que sugam toda a minha criatividade e vontade de seguir em frente, porque simplesmente é como tatear no escuro. Sem previsões, sem expectativas para o futuro. Não tenho paixões, não tenho a que me agarrar, apenas me arrasto, em direção ao nada. Ando cansada até de reclamar, e ultimamente é tudo o que tenho feito, além de controlar o relógio de luz. Mais uma vez me desiludi. Entendo que é uma situação complicada, mas me desiludi mesmo assim porque mais uma vez você, amiga, mais uma vez te culpo. E não só você. E culpo a mim também. Ninguém foi capaz de me alertar para o que estava por vir, para o que aconteceu em minha ausência. E o que era companheirismo e risadas, se tornou raiva. Não posso olhá-la mais, e as implicâncias se misturam, e culpar, como estou fazendo, não resolve o problema que já está armado. Não adianta lamentar pelo leite derramado. Algo deve ser feito. Mas confesso que a vontade maior era fugir de tudo, fugir de mim e da minha vida, e ser outra pessoa, livre, leve. Só queria ter um ponto de escape, mas isso eu também perdi.

21 de junho de 2012

Uma coisa que vi neste dia


Na verdade, hoje não é mais dia de verão, não por muito tempo. Logo chegará o adorado inverno. Mas hoje vi uma coisa curiosa que queria compartilhar. Vale, né?
Meu querido rato de laboratório está um pouco atrasado em nossos experimentos, então resolvi dar uma ajudinha, como sempre fazemos. A gambiarra de hoje foi queijo no espeto. Digo, é sabido que ratos gostam de queijo, mas não pensei que acontecesse o mesmo para ratos criados em laboratório. Hoje foi o dia de descobrir que sim, eles amam queijo! Parmesão ainda por cima, olha quanta classe. No fim, depois que usamos a isca (com um bocado de sucesso no experimento), deixei ele ficar com um pouco. Ele voou pra cima do pequeno pedaço amarelo, que desapareceu num instante. Ficou todo frenético. Infelizmente, lhe resta mais uma semana de vida apenas, e esse foi um dos momentos divertidos que ele me proporcionou. Não podia deixar que ele se fosse sem curtir o melhor para a vida de um rato, não é?

20 de junho de 2012

Leitura de verão


Daqui
Devo esse post há muito tempo. Quem clicar na tag chocolate vai entender. Pois falar em livro e em verão só me faz pensar na minha leitura preferida: Chocolat. Sinopses são achadas em qualquer lugar, mas o encanto desse livro não pode ser transmitido só nisso. A razão pela qual o leio todo ano, e sempre no fim do ano, nos ares mornos do natal, de esperança e renovação, seguindo para janeiro, com os mesmos bons fluidos, misteriosos e gostosos pelo o que está por vir. Eu queria explicar um pouco disso aqui. E sei que os porquês não vão se esgotar, mas vale à pena elucidar o que puder.
A primeira leitura foi feita em tardes ensolaradas, degustando muitas carolinas, éclairs, ou como queiram chamar. E me lembro que o que mais me encantava no livro era a intuição certeira de Vianne, em descobrir o gosto das pessoas, em quase ler seus pensamentos. Decifrá-las, e se adaptar tão bem, fazer amigos tão bem... Tudo tão simples. Despojada e colorida. Parecia um tipo de mágica isso de enxergar dentro das pessoas, e uma mágica que facilitava tantas coisas. Desejei ser assim.
Lembro-me também que o que mais me irritava no livro era não saber como ler todas aquelas expressões em francês, nem saber o significado de alguns versos de música para dormir. E se eu não sei, se não entendo, vou tentar mudar isso. E essa foi a gota d’água para que eu me matriculasse no curso de francês naquele ano.
Mas acho que, do mais agradável ao mais irritante, em tantos sentidos, o livro me lembra minha avó. Não acho que tenha percebido isso logo de início, foi um conhecimento que veio gradualmente, em doses homeopáticas. Ora, o francês não era novidade na minha vida, embora eu não soubesse nem escrever beaucoup. Minha avó estudou em um colégio interno onde só se podia falar francês, e eu ficava encantada com isso, e queria extrair o máximo dela, sem compreender como era possível esquecer um idioma. E essa mesma avó colocou em dúvida para sempre a minha crença de que magia é coisa só de filmes. Ela também usava cartas, velas, incensos. Por que ela mentiria para a família sobre o que ela via? Não havia nenhum ganho com isso, ela não precisava disso para sobreviver, como muitos. E embora eu goste muito de ver para crer, tem sempre uma parte de mim que acredita na intuição, e Vianne com suas histórias, e principalmente com a história de sua mãe, me coloca isso de forma familiar, e depois de algum tempo, descobri de onde.
Reynaud, o padre, também narra a história em capítulos alternados. Sua visão é contrária à de Vianne em quase tudo, senão tudo. A crença em Deus contra a crença em mágica. É uma bela contradição, já enfrentada em algum momento por mim, que me pergunto por que não deixar tudo coexistir? Bem, quando as pessoas se tornam os próprios argumentos que elas defendem, fazem loucuras e até mesmo vão contra seus princípios. Acho que Reynaud representa toda a rigidez que já me foi imposta de alguma forma, e que ao invés de ir contra, eu absorvi. Representa toda a segurança que o comum e majoritário representa, toda a estabilidade a buscar, e todo o jeito “caxias” de ver o mundo, de seguir regras... Coisas que aprendi com minha avó, também. Talvez ele também seja um pouco da dúvida e egoísmo que todo mundo tem dentro de si.
De mais a mais, Armande Voisin. O que dizer? Essa ligação estranha que temos com algumas pessoas, parece que já as conhecemos desde sempre. E os ventos. Ah, os ventos, eu entendo. Não foi de primeira, mas depois de alguma leitura a mais, percebi que também sinto os ventos. Aquilo que parece que o momento, o lugar, o clima, nos diz. Aquilo que nos leva a fazer coisas ou a ir/querer estar em algum lugar específico ou de certa essência. Para mim os ventos são os ares, a atmosfera. É algo que o destino nos conta, talvez?
Contado em forma de diário, com datas e marcações, a escrita gostosa e fluída, nada amadora, as viagens ao redor do mundo, o ambiente acolhedor de uma chocolateria, mais o que já foi dito e o que não foi, tudo isso me encanta nesse livro. E podem acreditar, cada aspecto tem uma análise, tem um quê especial. Não é à toa que é a minha leitura preferida.
Experimentem.

18 de junho de 2012

Amor de verão/Verão no campo

Nunca terminei de escrever esse texto. Mas já que é assim, que tal vocês darem uma sugestão de final? Depois eu conto se foi isso mesmo que aconteceu... E não reparem o clima de chuva e frio. Mas podem acreditar: aconteceu no verão. E como foi no campo, acho que nada mais justo do que fazer desse post uma junção com o próximo item também.

Torta e truta
Já tinha ouvido falar dele. O nome é o mesmo de outros que já foram importantes na minha vida. Vou chamá-lo, aqui, de C. Ele é amigo de uma amiga, e amigo apenas virtual de outra. Fotos já tinha visto, mas nada que chamasse muito minha atenção. O fato é que tudo o que já sabia dele não importava mais no momento em que meus olhos caíram sobre a figura. Avental verde-escuro, minha estatura, cabelos negros, olhos espertos, sorriso largo, esbanjando simplicidade e humildade. Ele é do tipo raro que tenta preservar o sentimento de uma garota, mesmo que não esteja aguentando mais o relacionamento, é carismático ao ponto que você até o odeia um pouco por não saber se está dando bola para você ou é assim com todo mundo, estuda engenharia civil e trabalha em um restaurante nas férias. Nota-se que é mais velho alguns anos. Perguntei a minha amiga sobre isso. Ela foi breve sobre ele ter parado de estudar por um tempo, só se conheceram no último ano de escola. Curioso ele, foi minha avaliação de primeiro momento. Digno de atenção. Fui a última a ser cumprimentada na roda, mas devidamente apresentada. Das vezes que se aproximava da nossa mesa para conversar rapidamente, ele não me pareceu nada do que minha amiga contava. Um pegava o outro olhando. E ele sempre simpático, atento a todos. Prestativo também, cumprindo seu trabalho. Não, ele não devia ser bem daquele jeito que ela dizia... Deixei saber minha paixão por doces. Embutido ali estava o desejo de um próximo encontro, e assim aconteceu. Um jantar foi combinado para aquela mesma semana.Truta, torta de limão e aquele friozinho na barriga. Ao deixarmos o restaurante, eu tinha consciência de que podia estar enganada sobre algumas coisas, mas isso pouco importava. Tudo o que eu quero é viver.

Sexta-feira, fria e chuvosa. Casaco de lã, tirado com toda a determinação para um banho quente. A água caindo sobre os cabelos, lavados com um shampoo de cheiro doce. Tutti-frutti. Confesso que foi um alívio me ausentar do quarto para cuidar de mim, já que lá eu era como uma peça a mais,reinava  um clima de paquera em que eu não estava incluída. Então deixei os dois a sós para me preparar para mais tarde. Carícias leves e um beijo foram trocados ali. Eu sabia que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Esperava que acontecesse comigo também, não com a mesma pessoa, claro! Não com muito custo consegui secar meu cabelo conseguindo um resultado que me agradou bastante. Milagre! As coisas pareciam ao meu favor... De volta ao meu casaco de lã e meias, troquei os brincos. Dourado, é alegre e acolhedor, ilumina.
C. ligou avisando que precisaria de chinelos emprestados, ia chegar encharcado. Realmente, não é fácil chegar Intacto a um chalé localizado a 6km da cidade, em um dia de chuva e neblina. O pequeno trajeto a pé desde o ponto de ônibus garante algum dano. Ouvi quando ele gritou do portão o nome da minha amiga. Fiquei no quarto sozinha com o ficante dela puxando algum papo, até que ela chegasse de volta com C. Ele calçava chinelos slippers azul marinho, muito maiores que seus pés. Subiu as escadas desajeitado, coitado.

Daqui


17 de junho de 2012

As melhores férias de verão

Olha, só de ser férias, já é alegria. Mas eu acho que estaria mentindo se colocasse nesse item qualquer outra coisa que não fosse este post. Me diverti muito e tive grandes e simples momentos de felicidade.

Daqui



16 de junho de 2012

Meu acontecimento de biquini

Daqui.

Certa vez que fui à praia, coloquei um top no lugar do sutiã do biquini e ninguém notou a diferença. Olha que prático?

15 de junho de 2012

Toalha de verão

Daqui.

Parece uma bolsa, maaaas trata-se de uma toalha. Esse item prático muita gente já deve conhecer: toalha que vira bolsa. De qualquer maneira, este blog ensina o passo-a-passo. 

14 de junho de 2012

A praia do meu verão


A praia do meu verão eu achava que tinha que ser deserta, só natureza e pedras. O som e nada mais, e sempre ao por do sol. Mal sabia eu que a praia carrega muitos sons, sim, mas também muitos cheiros, amor e completude. É um contato com a natureza que vai além do esperado. Meus pés até formigam de lembrar do primeiro contato com a areia, muitas conchas.  Eu ainda as tenho guardadas em alguma gaveta...

11 de junho de 2012

Os dias de verão

As manhãs de verão já começam quentes. O melhor a fazer é levantar o mais cedo possível para aproveitar o frescor. Não vou mentir, não sou de levantar às 6 da manhã se não tiver compromisso, então a dica real é: não enrolar para ficar de pé. Comigo, pelo menos, funciona para aliviar o stress.
Nas tardes de verão, o ideal é fugir do sol se a rotina permitir. Gosto de me sentar à sombra e ler um livro. Dentro de casa geralmente é mais fresco. Abro bem as janelas e se não for o suficiente, sento-me no chão.
As noites de verão são ideais para colocar a cadeira na calçada, jogar conversa fora e escutar os cachorros latindo ao longe. Coisa de cidade do interior, né? Isso na verdade é uma lembrança. Faz anos que não sento na calçada assim. Mas é uma coisa bem gostosa de se fazer. O verão faz isso com as pessoas: leva para fora. Um vizinho se encontra com o outro, conversam sobre o movimento da rua, vigiam as crinças brincando, um filho concertar o carro... Boas lembranças essas.

Para qualquer hora do dia, estar à vontade é muito importante. Para isso, nada de cabelo escorrendo pelo pescoço, melando com o suor. Gosto muito desse coque como alternativa. Só não sei se ficou muito claro no site (queria deixar claro que já passei da fase de ler a revista, mas foi o único passo a passo que achei): o tchan da coisa é, depois de feito o coque de rabo-de-cavalo,  enrolar uma das mexas da frente nele passando por baixo e a outra passando por cima.  

8 de junho de 2012

Festas, arraiais, festivais

Daqui
Falando assim lembro de Chocolat.
Chocolat que logo, quem não sabe, saberá
Lembro-me do primeiro e único carnaval
em Lansquenet
As serpentinas, o aroma de fritura das panquecas
Todas as cores
Não só nas roupas, mas também nos corações
Vistos pelo olhar de uma criança
Todo o encanto e mágica e luz que um pouco de calor
e agitação podem trazer
Não era verão por lá
Mas o que sinto ao me lembrar dessas primeiras páginas
é o que toma o coração ao pensar num ideal para a estação
Dos carnavais brasileiros,
desse não quero nem ouvir falar...

7 de junho de 2012

Suco de laranja e morango

Daqui.

Pensei em colocar água como bebida preferida de verão, mas pensando bem é uma bebeda importante e gostosa em qualquer estação, não é? Sede a gente não sente só no verão. Então, eis minha paixão, suco de laranja e morango. Procurando a imagem para o post descobri que existe um suco de caixinha com esse sabor, mas nada se compara ao sabor natural, com pedacinhos de gelo no fundo do copo... Delicioso e refrescante!

6 de junho de 2012

Vida real


Talvez eu devesse ter ficado com o violão, ao invés de fazer as unhas. E com o céu azul e límpido, sol intenso e estradas amarelas. É essa a paisagem que vem à cabeça quando ouço essa música. E então eu penso que deveria ter ficado com os ventos frios de junho, e viver a vida em sintonia, e não como tenho feito. Há poucos dias percebi que o problema não é com essa cidade, sempre escurece mais cedo ainda do que eu pensava nessa época do ano. Acho que fui eu que fiquei muito tempo trancada e não percebi como as coisas funcionavam aqui fora. E eu fiquei tão preocupada com a realidade, sem saber que não suportaria vivê-la apenas. Sozinha assim, só os fatos. Mas estou estagnada, há quanto tempo não crio nada? Nada realmente meu. E sinto que ando em círculos, porque seis meses só passam muito mais rápido do que seis meses junto. É como se eu tateasse no escuro, em um cômodo quadrado. Já bati nas mesmas paredes várias vezes, mas continuo explorando na esperança de encontrar algo diferente.

"Has someone taken your faith?
It's real, the pain you feel?
The life, the love you'd die to heal
The hope that starts
The broken heart
Your trust, you must confess"

Calçado de verão

Daqui
As minhas são igualzinhas, só que têm um strass de borboleta de cada lado e estão muito mais gastas. E me orgulho disso. Vivi momentos maravilhosos com essas sandálias... Com elas pisei pela primeira vez sobre os grãos de areia, e também caminhei pelas ruas asfaltadas da cidade. Com elas ri e matei curiosidades, descobri as novidades do mundo. Acho que também tive vontade de chorar. Uma diversidade de momentos. E além de tudo, são práticas, bonitas e confortáveis.

5 de junho de 2012

Segredo de verão

Como dito no post passado, nem tudo é maravilha no verão graças à rotina, mas entre um momento e outro, com calma, vale à pena degustar algo bem refrescante. E já que falei em doces refrigerados, vou contar uma receita de família, deliciosa. Um segredo para os dias muito quentes...

2 colheres (sopa) de chocolate em pó (Nescau, de preferência)
1/2 xícara de água
1 colher (sopa) de açúcar

Levar ao fogo. Quando ferver, despejar em forma de buraco e levar ao congelador.

1 lata de leite condensado
1 lata de creme de leite
4 gemas
2 latas de leite

Fazer o mingau, levar ao fogo até ferver. Depois que estiver frio, acrescentar 4 claras batidas em neve e 5 colheres (sopa) de açúcar. Despejar na forma por cima da calda.
No dia seguinte, desenforme e conserve no congelador.

Aqui em casa chamamos de "Sorvetão", porque realmente, depois de pronto, parece um sorvete congelado com calda por cima. Só não faço hoje mesmo porque estou me recuperando de uma dor de garganta que me levou ao hospital. Mas para quem estiver esbanjando saúde e com um tempinho,  vale à pena!

4 de junho de 2012

O que não gosto no verão

A temperatura no verão me entristece. A estação é ótima quando se vai à praia, ou quando saímos para caminhadas noturnas em lugares bem arborizados, quando existe a possibilidade de sentar em uma sala bem arejada e refrescante, com pisos claros, brisa fresca (leia-se ventilador), sorvetes e outros doces deliciosos e refrigerados. Nada melhor do que um ar condicionado no calor escaldante.
Maaaas, como no dia-a-dia da vida real quase nunca é possível nenhuma dessas coisas, o calor realmente é irritante. Suor, sol, ônibus, inchaço nos pés, o mínimo de pessoas se acotovelando da rua é um suplício. Parece que as altas temperaturas deixam tudo menos suportável quando se trata de seguir a rotina. Nessas horas dá para falar que eu sou uma verdadeira amante do inverno também, viu? O verão que me desculpe a falta de exclusividade...

Imagem daqui.

3 de junho de 2012

Não pode faltar no meu verão...

Imagem daqui

Tenho marcas até hoje de uma vez que esqueci o prototetor solar...

2 de junho de 2012

A cor do verão

Foto daqui

1 de junho de 2012

As Três Mosqueteiras (O Verão da minha infância)

Créditos: colourbox.com

Para ser sincera, não houve apenas um. Verão sempre significou férias e férias, primos. E a espera ansiosa pelo dia em que todos chegariam. E as idas até a calçada, olhando o fim da rua, esperando o carro virar a esquina. 
A maior parte do tempo éramos só nós meninas, as três mosqueteiras. Correndo pelo jardim nos fins de tarde, vivendo aventuras, mudando de nome às vezes, sendo tão valentes quanto gostaríamos de ser, tão bonitas ou descolada quanto queríamos. Criando tudo da cabeça, íamos a qualquer lugar, e o que uma imaginava era a realidade de todas com tanta facilidade como se realmente fosse verdade. 
Toda a agitação do verão traz também alguma confusão mental, e não vou mentir. Eu tinha meus momentos, todas nós, em que não queríamos estar juntas, em que a vez era dos outros primos. Ou as vezes em que nossos pais influenciavam nossas vontades. No fim, por mais que reclamássemos, a companhia que tínhamos umas das outras era o mais precioso de nossas férias e são das nossas brincadeiras que me lembro quando penso nos verões da minha infância.

31 de maio de 2012

Flor de maio


Começou ontem, com aquela brisa quente, sol escaldante, aquele horário depois do almoço que sempre parece mais tarde do que já é, como todas as horas do dia nessa cidade. Um calor anormal para a época do ano. Contrastando com o frio, esse ar morno que vem me lembra aqueles tempos... É, eu sinto a mesma coisa por um momento, a mesma sensação de descoberta, de novidade, de imprevistos bons, um frio na barriga. Fico surpresa ao me pegar nessa sensação familiar. Como pode? Explorando todos esse porquês sem entender nada do que se passa comigo, só sei que ao chegar no topo da subida, tenho que me virar para trás para confirmar, e não me engano: todo um bairro vira mar, e sobre ele paira um horizonte esbranquiçado. Eles se beijam no infinito lá em baixo. E um segundo depois, tudo é o que apenas é e pronto, a miragem se desfaz. E eu me viro seguindo para o meu destino. E só consigo pensar que com todo esse calor e horizonte, parece setembro. E a ligação que sempre existiu entre esses meses se projeta nessa brincadeira muda com lembranças, sentimentos e sentidos. Desde há muito tempo, porém, eu já tinha uma flor de maio que florescia em setembro. Por que não haveria, então, uma flor de setembro que floresce em maio?
O fato é que todo esse clima fora do tempo me confunde. Eu, que sempre me apoei nos meses e seus aspectos, fico um pouco sem referências. Mas já que é assim, aproveito essa chegada do calor para pensar sobre isso. E com prazer anuncio oficialmente que estou participando do desafio As Amantes do Verão, organizados pelos blogs da Turista Acidental e da Scarlet Red. Eu sei que no Brasil estaremos nos preparando para a chegada do querido inverno. Mas acho que o verão merece uma chance. Seria bom um pouco de ar quente para aquecer os corações.

27 de maio de 2012

Maio(s)

Escuto a música vindo baixinho do meu quarto. Contida. Assim estou. Essa mesma música é retrato de janeiro ensolarado e quente, tempos de recuperação e fantasias. Logo em seguida fevereiro, com seus ares agitados, rotina pesada que chega. Março com águas que levaram minha alegria, lavaram meus olhos e um pedaço dessa triste realidade ficou exposta e crua para mim. Desde então não sou mais a mesma. Preferia não ter recebido esse “presente”, eu acho. Abril passou mudo e maio já está se dirigindo para a porta de saída. Mas antes que isso aconteça e mais uma página do calendário vá para o lixo, gostaria de dizer que nem sempre foi assim.
Nos últimos dias, uma inquietude se apossou de mim. A vontade de ler Desculpa se te chamo de amor é tamanha que vejo toda a poesia e romance do livro em qualquer coisa que olho. Todos falam, todos percebem, e mesmo assim isso não me traz o que mais anseio. Penso que esse desejo repentino pelo livro tenha explicações que vão além do simples fato de eu ter gostado da leitura (como boa psicóloga tenho que procurar razões para as coisas, claro). Foi abril, do jeito que o céu estava azul era abril mesmo. Porque é assim que tenho esse mês na memória: azul. E todo o romance e surpresas do livro, e a simultaneidade também. Como o mar que se agita e depois se acalma, lembro-me de ficar chateada com alguns momentos do livro em que a estabilidade era tanta que chegava a ficar chato, e parecia que nunca ia mudar. Coitada de mim, à época nem percebia que isso também faz parte de uma relação, de um amor, e esse é o verdadeiro sentido do farol: o sentimento também guia nesses momentos cotidianos e naqueles em que parece que não há saída também. Mas eu só conseguia ver intertextualidade com a minha vida, e sonhar, e ligar os pontos de um desenho sem forma para os outros, com sentido só para mim.
E a verdade é que adentrei maio lendo esse livro, ele me acompanhou pelo o que pareceu uma eternidade naquele mês em que o frio chegava enquanto as paredes eram pintadas de amarelo e a janela de azul. Aquela reforma foi divertida como todas as outras quando eu era criança. Ah, como sinto falta da minha casa, e daquelas páginas, e das tardes de sol, e soneca, e ansiedade pela festa, e noites sem fim à luz da tela. Eu era tão feliz sonhando, chamando de amor, sem pedir desculpas.
E a verdade é bem essa da leitura do livro: abril e maio sempre me pareceram um, distintos de alguma forma, mas nas lembranças cheios de momentos que se intercalam. Grandes intervalos de tempo em que reina um céu de azul muito intenso e sol morno, quase um abraço. É quando as neblinas começam anunciando dias deslumbrantes. Naquele ano, esses meses ficaram marcados para mim, definiram-se como o que sempre foram... E agora, quando tudo parece tão apático, queria resgatar esses dias de cor. Mas parece que ainda estão muito presos na memória...


23 de maio de 2012

Sobre lobos

Um velho índio diz ao neto:
- Dentro de cada homem existe uma luta constante, muito parecida com a luta entre dois lobos. Um lobo é mau – a inveja, o egoísmo, inveja, ambição, mentiras… O outro lobo é bom – paz, amor, esperança, verdade, bondade, fidelidade…
O pequeno índio fica em silêncio por alguns instantes pensando, e em seguida pergunta:
- E qual é o lobo que vence esta luta?
O velho índio sorrindo diz:
- Sempre ganha aquele lobo ao qual você alimenta.



Já li essa mesma história em várias versões, com animais diferentes... O importante é a mensagem que passa. É a mesma questão da resiliência e depois que li (já faz algum tempo) mudei um pouco meu modo de encarar as coisas, justamente para alimentar o lobo que eu acho mais apropriado. Pena que a amiga que me mandou esse texto não aprende com a lição que me ensinou, ou não quer aprender...

20 de maio de 2012

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É, as coisas já tiveram mais graça por aqui, por ali... Em todo o lugar. @luanapraado

14 de maio de 2012

Amarro minhas cortinas de voil num estilo romântico com fitas de poás. Afasto-me para ver o resultado e era realmente o que faltava para que uma pessoa desconhecida adentre o quarto e perceba como sua dona é meiga e apaixonada. No fundo, sou uma eterna romântica. Mãos dadas à tarde caminhando por um caminho de flores me encanta muito mais do que luzes de festa e braços ao redor do pescoço, beijos imediatos para a coleção. Carinho sincero vindo de uma única pessoa soa, agora, muito mais como conquista do que uma lista com vários nomes. Acho que no fundo, muitos buscam essa estabilidade. Mas mesmo que assim não for, continuo sonhando em ganhar rosas vermelhas, doces, tardes com sorvete e bichinhos de pelúcia. Continuo esperando pelo dia seguinte, pelo romance que um dia virá. E então, não tenho o direito de criticar quem acredita em príncipe encantado, tenho?
E mesmo o homem de bicicleta com seu guarda-chuva xadrez, passando sobre a ponte, parece romântico. Acho que os dias nublados e frios parecem mais vivos do que os dias ensolarados têm aparentado ser. As semanas insistem em começar com esses dias londrinos. Esta, particularmente, começo com mais esperança.

E a todas as mães que lêem o blog, eu gostaria de desejar um feliz dia das mães atrasado, mas nem tanto, já que todo dia as mães são mães... Ontem, passei o dia com a minha.

5 de maio de 2012

Superlua


http://www.webartigos.com/artigos/lua-poesias/21071/

Lua que rege,

Que embriaga, que inspira e que seduz,

Seja crescente, cheia, nova ou minguante

Seja do ébrio, do poeta ou dos amantes.



29 de abril de 2012

Saint-laurent




Il est trois heures moins quart
Sur la main, il est tard
Les filles ont dansé pour toi
Pour te consoler, leur roi

Et si tu dors seul ce soir
Parmi leurs pleurs d'aurore
Et si tu me laisses dans tes bras
Je t'attends, boulevard saint-laurent

On s'est vus deux par deux
Je sais, tu es pris, amoureux
Mais j'ai tant dansé pour toi
Pour te gagner, mon roi

Et si tu dors seul ce soir
Parmi leurs pleurs d'aurore
Et si tu me laisses dans tes bras
Je t'attends, boulevard saint-laurent

28 de abril de 2012

Aimer quelqu'un

Você me diz para amar alguém
Amar alguém
E o romance é um sonho contido dentro de mim
Busco por ele todos os dias
Em cada respirar
Isso é o que me move
A intensidade e plenitude que o amar traz
A mistura de realidade e fantasia que o beijo consegue
Quando os lábios estranhos se tocam
Você me diz para amar alguém
No seu teatro
O protagonista é outro
E só depois percebo que você mesmo
Pede para ocuparem seu lugar
Você me pede para amar alguém
Amar alguém

25 de abril de 2012

Resiliência

Hoje foi o último dia de aula de 31 anos de carreira. E ela nem é/foi uma das minhas professoras preferidas, pelo contrário, mas nos últimos dias me passou uma lição que deu um rumo diferente para a minha vida, mudou meu jeito de ver. Foi naquele dia de sol intenso e início de ventos frios, começo do mês. Acho que foi naquele dia. Ela aplicou na turma uma daquelas técnicas de relaxamento: ajeite-se na carteira da forma mais confortável possível (isso não é muito fácil, as cadeiras não ajudam, mas enfim), tire tudo que te encomoda, óculos, relógio, tênis, e feche os olhos. Concentre toda a tensão no nariz, ou seja, na respiração. Imagine o ar invadindo cada parte do seu corpo, dos pés à cabeça, relaxando todos os músculos. (Embora eu goste dessas técnicas de relaxamento, na hora achei tudo muito a cara dela, do jeito de falar às instruções, porque de uma pessoa que acredita em abdução por et's podemos, esperar de tudo.) Em seguida, ela pediu para imaginarmos qualquer coisa. Fiquei muito feliz, porque finalmente minhas idealizações românticas tinham encontrado um lugar onde fossem permitidas. Ela havia dito qualquer coisa, e eu levei ao pé da letra. Até que ela foi mais específica: imagine que você é uma planta. Hein?! Planta? Muito longe do que eu tinha em mente, mas vamos lá.
Planta. Não queria ser uma planta nesse momento, isso é tão irreal perto de tudo o que eu estava imaginando antes. Não posso ser uma planta de verdade. Então sou uma planta de um verde bem escuro, mas não exatamente real, tenho um aspecto de animação, entende? Olho para os meus braços e eles são caules grossos e com algumas folhas, tudo muito verde, não muito real, embora nítido. Não tenho flores e estou em um vaso, em cima de uma mureta de pedra, numa rua perto de onde eu moro. As casas estão na minha frente, existe verde atrás de mim, mas no momento, não o vejo. Tem sol nesse dia. Não consigo me entregar muito ao pensamento.
Ao fim, voltamos aos poucos dessa viagem, como ela mesma chamou. Ela fez algumas perguntas, como: quais de nós estávamos dentro de casa, se alguém cuidava de nós, se havia mais plantas em volta... Alguns contaram suas experiências como planta. Havia rosas, árvores, girassois. Não podia entender meu eu planta, eu não conseguia explicá-lo a mim mesma. Por que não fui uma rosa, que adoro tanto? Por que esse aspecto tão diferente da minha planta? Dúvidas que ficaram para mim e aos poucos eu venho encontrando respostas possíveis. O importante foi o que ela disse em seguida: nos somos agora essa planta que imaginamos. No momento, somos assim.
Risadas, compreensão por parte de alguns, várias reações. Uma colega se imaginou como um girassol num lote descampado. O que isso queria dizer então? Solidão? Poder? Sobrevivência, força? E então, a lição que eu pretendo nunca esquecer: uma situação é aquilo que deixamos ela ser para nós. Algo só nos machuca de deixarmos nos machucar, se nos pertimos ser machucados. Finalmente vi a resiliência mais acessível na prática. Porque, de alguma forma, aquelas palavras já me tinham sido ditas, mas daquela forma, foi tudo tão esclarecedor. E desse dia em diante eu me vi mais segura de confiar em mim mesma, acreditar sou capaz.

Posso não ter aprendido nada da matéria com ela, mas essa lição fica para vida, junto com esse vídeo que ela passou hoje, e a dica final: fazer com o coração, e tudo dará certo.


22 de abril de 2012

Páginas amarelas

Queria me entregar ao pianista sempre que tivesse esses lapsos de inspiração, e escrever por horas e horas, dias e dias, no caderno de páginas coloridas, e que ele nunca acabasse. Que durassem o necessário todas as páginas azuis, ébrias, intelectuais; todas as rosas, passionais, esperançosas, acolhedoras; todas as amarelas, guardiãs de um amor seguro, sonhos em verdade. E todas as outras, quantas cores forem preciso. Sou uma só essência mesclada e com harmonia, é assim que quero meu pianista, com seus altos e baixos, seus segredos e talentos, pelas ruas de Paris, Amsterdã, Veneza, Londres, São Francisco, Sidney, Tókio, Berlim, Praga, Budapeste, Moscou, Toronto, Roms, Cairo, Las vegas... Pelo mundo que percorremos, pelo qual muitas vezes caminhei de olhos fechados, mas agora os tenho abertos para toda a dor que esse amor ausente me trouxe. Achei que talvez não conseguisse transmiti-lo sempre, mas fiquei surpresa ao ver o comentário: "Me sinto tão triste, tão, tão... pianista."
Então ele é isso, todo o frio, todo o céu cinza e ventos cortantes, os ipês secos, os prédios distantes. Toda lacuna e toda bela música. He said: "I need you like the poet needs the pain."

8 de abril de 2012

Páscoa

Sempre planejo posts que acabam ficando para trás. Sempre tento cronometrar as coisas, e a verdade é que as vezes em que tudo deu mais certo foi quando eu deixei o tempo de lado e apenas fiz tudo de forma aleatória. As vezes em que mais fui mais feliz foi quando perdi a noção dos dias e simplesmente vivi. Isso para mim é viver, eu acho: esquecer o coelho da Alice que sempre grita na minha cabeça  É tarde! É tarde! É tarde! Mas falando em coelho, Páscoa. Ressureição de todos os lados, de algum modo. Um pouco de sonho brotando de novo em meu coração, pincéis, tintas, cores para todos os lados, por todo o corpo. O deslizar macio das cerdas sobre a madeira é terapêutico, e desejo que a vida flua assim...
A noite foi cheia de sonhos ansiosos que tentavam retratar a reação dela ao ver a surpresa que deixei sobre a mesa da cozinha. Um cartão de Feliz Páscoa e uma caixa de Ferrero Rocher. Pela primeira vez senti a euforia pré-páscoa de todas as pessoas que deixam para comprar os ovos de última hora. E eu era uma delas. E o ovo que eu pretendia comprar não estava em lugar nenhum, como eu devia ter imaginado. Os desenhos com os quais eu pretendia fazer um cartão foram recortados e colados sobre a caixa transparente, alegrando um pouco o dourado predominante.
Também tive minha surpresa pela manhã: além do ovo com bombons recheados com licor de cereja, um coelho de pelúcia adorável. Isso deve soar materialista, mas esse é o espírito da Páscoa para mim, porque é disso que me lembro: chocolate, coelhinhos de pelúcia e céu azul de abril. É a primeira Páscoa que passo num novo lar, mas fico feliz em perceber que carrego um pouco desse espírito comigo, independente de onde esteja.
Para não me alongar muito, eu só gostaria de dar a boa notícia de que desta vez acertei em cheio nos filmes, com ajuda do moço da locadora. Sei que o feriado já foi, mas nas horas disponíveis, indico:

Jogo de Amor em Las Vegas

As pessoas não entendem, mas eu acho o Ashton Kutcher muito charmoso. Nesse filme, o cabelo dele está um pouco maior do que devia, mas ele continua um fofo e, melhor do isso, a história é boa. Cameron Diaz sempre um pouco exagerada também, mas é um filme hilário e mais engraçado do que muitos que tenho visto ultimamente.





A Lente do Amor

Um filme mais antigo e com um noivo meio maluco. Se ela te dá o fora, o natural não é ficar triste e com raiva? Não é bem assim que Sam reage. Ele vai atrás da ex-noiva em NY e de um jeito meio estranho e metódico pretende recuperá-la. Até que aparece Meggie e... Bom, melhor ver (ou ler a sinopse) para descobrir. Também é um filme engraçado, maluco, mas muito divertido.

  Amor a Toda prova

Só amor nos títulos dos filmes, né? As traduções para o português não ajudam muito... No começo, você não dá muito por esse filme, algumas piadas são previsíveis, de fato. Mas no decorrer da história, a coisa vai ficando tão maluca que é de morrer de rir. Aprovado! Sem falar que o Jacob parece mesmo coisa de Photoshop...



Espero que todos tenham tido uma ótima Páscoa, com muito chocolate, união, descanso, alegrias... Muita paz!

31 de março de 2012

Bolinhas

Não importa onde você parou
ou em que momento da vida você cansou.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo.
É renovar as esperanças.
E eu pergunto: sofreu muito nesse período?
Foi a dor do aprendizado. Chorou muito?
Foi a limpeza da alma.
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las.
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora.
Carlos Drummond de Andrade

Foi estranho. Como uma daquelas tardes de sábado em que você combina de ficar com um menino e aquele constrangimento paira no ar, pelo menos no começo. Uma sensação boa (ou várias) geralmente acompanha essa situação, junto com o friozinho na barriga inicial. No caso, as situações só se assemelham no desconforto mesmo.
Chuva, céu azul, o tempo não se decide. Acabamos sentadas à beira da vitrine de uma loja de roupas masculinas. As portas estavam fechadas por ser sábado à tarde. A marquise nos protegia da chuva. E enquanto conversávamos, as pessoas ao redor passavam como objetos, como parte do cenário, integradas demais à rotina. Eu só conseguia olhar para elas e me perguntar se elas sabiam dessa verdade maligna que eu e minha amiga discutíamos. Toda a descrença, a realidade por trás das máscaras que vestimos para atuar no cenário social. Na realidade, nossa conversa estava mais para um acerto de contas e no momento ela era mais uma ex-amiga, se é que isso é possível. Ela foi uma das grandes responsáveis pelo desastre intitulado meu aniversário. Na verdade, eu fui a culpada por deixar que ela ganhasse tamanha importância, mas essa não é a questão agora.
Num gesto de raiva e rebeldia, eu disse adeus. Não quero por perto quem não me valoriza e me faz sofrer. Ela, no entanto, quis a chance dela e esse foi o dia em que conversamos. E quando me vi, já estava dizendo verdades cruas demais para ela. Cansei de tentar te ajudar a sair dessa situação, é óbvio que você não quer. Tentei te ajudar a sair dessa e acabei ficando igual a você. Mas eu não quero ser igual você, não quero ficar assim. Para mim as coisas não estão iguais agora. Não te vejo como antes. Para mim, os nossos defeitos não se aplicavam à nossa amizade: eu não te decepcionava como as outras pessoas e você não era complicada para mim como as outras pessoas. Mas agora, eu vejo que não vamos além das nossas limitações só porque temos uma relação de amizade.
Ela disse que para ela nada mudou. Mas eu, como complicada da situação, já estava vendo as coisas diferentes. Eu não quero isso também, não quero que minhas relações sejam complexas assim só pelo meu modo de ver as coisas, por isso decidi perdoar minha amiga. Disseram-me que esse era o caminha para mudar, e eu resolvi tentar, porque estou disposta a ser alguém melhor.
O fato é que as coisas continuaram estranhas até o fim do encontro. E depois não nos falamos mais.

Quando cheguei em casa hoje à noite, havia um presente em cima da minha cama. O embrulho era prata de bolinhas pretas bem miúdas e carregava um selo dourado de uma loja de presentes que gosto muito e um envelope rosa claro introduzido em uma dobra do papel. O segundo presente de bolinhas que ganho hoje. O primeiro foi uma pasta, muito útil para quem tem milhões de textos espalhados por aí. Gosto de bolinhas. São irreverentes, do jeito que a gente precisa ser algumas vezes na vida. Sem pudor, sem pensar, deixando o orgulho de lado, mostrando o jeito de ser, o que gosta, sem vergonha.

"Vá buscar os seus sonhos por mais impossíveis que pareçam, acredite sempre e siga o seu caminho. O amanhã nasce do que você sonha hoje. Feliz Aniversário!"

Esse era o texto do cartão.E em uma caligrafia que expressa inegavelmente a personalidade da dona:
"Os dois singelos presentes trazem 2 mensagens. Uma é óbvia, a outra é uma sugestão para que você expresse suas doces idéias, as que despertam prazer e alegria. São dessas que devemos sempre lembrar, pois elas aliviam a tensão da seguinte pergunta: o que te faz feliz? (...)"

Como li o cartão primeiro, fiquei curiosa e logo abri o embrulho. Dá para deduzir que um dos presente é um adorável caderno, o que eu não ia adivinhar é que ele tem formato de sorvete!
Estávamos até agora pouco conversando sobre o que sempre falamos: dos outros, da vida e de psicologia, com muito humor.
Esse presente atrasado foi o melhor de todos, não simplesmente pelo palpável, mas também pelo ato de perdoar que aprendi com ele. O porém é que algumas pessoas são mais fáceis de perdoar do que outras. Por que? Acho que estou pronta para o segundo passo da minha mudança.

28 de março de 2012

Das datas especiais


Março só tem um dia: 9. E é esse tipo de crença que me leva ao fracasso. Então, antes que o mês escoe pelo ralo, há coisas que precisam ser ditas. Espero que consiga fazer um bom resumo, porque mesmo assim tudo não estará presente neste post.
De fato, eu sou uma boa imagem de pessoa perdida. A noção clara disso veio hoje, quando eu percebi que há alguns dias já perdi as contas do calendário. Amanhã não é sexta? Hoje é vinte e... seis? sete? Nossa, a Páscoa já está perto assim? Ter noção dos dias em época de aula sempre foi uma característica marcante para mim, e penso que é comum para a maioria das pessoas. Para mim isso mostra que estou mais desorientada do que pensava, mas isso não é motivo para desespero. Sentir o ar morno do início da tarde, ouvir a rua e ver pessoas ao meu entorno, mas passar por tudo como se fosse um cenário, como se dentro de mim houvesse um mundo a parte. Chegar na faculdade, conversar com pessoas, mas de algum modo sentir a superficialidade daquilo... Não tem horas que tudo parece uma ilusão? É que nada é palpável quando lidamos com pessoas. Perdi minhas certezas. É tudo muito subjetivo.
No momento, deposito todas as esperanças de ter minha vida de volta naquela casa. Vista da cidade, das pedreiras, do verde além, e tão perto daquelas tardes de quinta-feira de novo. Até pelas fotos aquele lugar tão banal parece mágico. Seus ventos são outros, são os ventos que me embalaram por muitos anos, os únicos que conheci. Quero cada momento de volta.
Eu sei que não vai ser igual, no fundo eu sei, mas gosto de acreditar que pode ser algo muito parecido. E então chegamos em dois pontos importantes: a importância das coisas especiais e a vontade de permanência.
Essa vontade é parecida com a de Vianne, ela quer pertencer a algum lugar. Agora eu entendo um pouco esse sentimento na prática... O último post é resultado do fim da minha leitura pela enésima vez (já perdi as contas disso também). Nunca terminem um livro com o qual vocês se identificam tanto à noite, não se estiverem em uma situação confusa como a minha. As lembranças e vontades são tantas que para dormir  é difícil, e os sonhos dizem coisas, e dá vontade de chorar, sentindo o aperto no peito. Cansei de tentar criar conforto em lugares. O que eles têm de mim é uma história muito curta. Quero o aconchego do passado refletido nas paredes, no cheiro, no calor de um ambiente que me viu crescer, que carrega minhas histórias e onde eu posso ficar sem ter compromissos lá fora. Onde eu sou apenas Luana. Onde posso fazer o que quiser. Ser quem eu sou, sem estar presa a obrigações. Quero me achar em mim. E mais uma vez não dei explicações mais apropriadas sobre esse livro de que gosto tanto, Chocolat. Mas ainda o farei.
Sobre as coisas especiais, especialmente das datas, comemorações em geral. Meu apego com elas é grande. Tenho que parar com isso. Dessa vez acho que a queda foi maior porque depositei expectativas de todos os tipos naquela sexta-feira. O dia da semana é propício, e eu tenho tantos motivos e tantas pessoas com que comemorar. E eu queria provar bobagens. E eu queria não me sentir adulta ainda. E eu queria rir e dividir essa data especial. Eu quis tantas coisas num dia só. Eu quis a perfeição. E um único dominó que caiu foi o suficiente para derrubar todos os outros.
Lembro-me do dia 8 com flores em 2010, das massas no dia 10 em 2011, e o dia 9? O dia 9 não tem dado certo. Como se uma onda de azar se instalasse acima da minha cabeça. Para os outros, o meu dia é só mais uma dia. Para mim também deveria ser, afinal. Mas estou cansada em comemoraçõe nos dias errados! As pessoas tentam consertar o não-suficiente no dia 10. Catam os pedaços de bolo e remendam com brigadeiro... A partir do momento em que o que eu esperava não se concretizou, me frustrei. O que eu não sabia é que no ano seguinte seria pior, e depois pior ainda... Apelei para o famoso dia 10 mesmo assim, mas os parabéns cantados por três rapazes desconhecidos numa festa não era bem o que eu tinha em mente.
Descrente. Estou assim agora e ponto. Parece que nunca mais as coisas serão iguais, e espero que isso não seja verdade. Pois como eu disse, não sei viver em um mundo onde não há roman au l'eau de rose...

23 de março de 2012

Standby

Sinto falta dos lugares. Os lugares que fizeram parte da minha vida, os lugares em que construí minha identidade. Não vou ser piegas e dizer que gostaria de voltar no tempo; apenas gostaria de estar de novo, poder andar novamente, tocar as paredes e sentir o aconchego de todos esse lugares que foram meus lares de alguma forma. Minha (antiga) casa, que não existe mais, minha escola, aquele prédio, o salão e aquelas árvores, aquela cidade, aquele vento, meus amigos... Aquela época em que a ilusão era vida. Aquele estado de felicidade era bom para mim, eu não sei lidar com um mundo onde não existe roman au l'eau de rose. Acreditar no encanto, extrair esperança disso, eu sempre vivi assim.
Chegar em casa depois de caminhar, o céu rosado ao crepúsculo, olhar para o prédio ao longe, fazer um pedido para a primeira estrela no céu e entrar. O ar morno, a certeza do que viria em seguida. Filmes, livros, computador, mil histórias. Minha vida parada e feliz. Isso bastava para mim. Noites frias, manhãs também, com o sol radiante entrando pelas grandes janelas.
E aquelas pessoas que eu via todo o dia da semana, aquela escada em frente à secretaria, nossas conversas descompromissadas e os risos durante as refeições. Somos quase estranhos agora. Olhar a rua pela janela de vidro querendo ouvir o som que havia lá fora. Tão logo fiquei livre disso e já senti falta. Ainda sinto.
Os jogos, flertes, o ônibus nas tardes de quinta-feira. As fantasias que surgiam na minha cabeça, o músico e a garota. E tudo simplesmente acabou em chuva fria, num dia solitário. Há muito tempo.
E há tanto mais a ser dito, tantas lembranças, tão arrebatadoras agora. Agora que eu olho em volta e penso como vim parar aqui. Essas mudanças de um lado para o outro, e essas mudanças dentro de mim também. A pessoa que nunca me abandona e pode me consolar, para ela eu tenho que parecer forte, para que ela não fique perdida assim também, se é que já não está. Espero que não esteja... E nesse momento de angústia, eu quero esses lugares de volta. Se não posso confiar nas pessoas, superestimá-las, pelo menos posso recorrer a esses lugares. Inanimados, até vocês vão desmanchar minha ilusão? Eu era feliz. E eu sabia disso. Como deixei escapar?
E agora, nessas tardes quentes sobre o asfalto, os carros e motos que passam por todos os lugares, tantas pedras para tropeçar, aqui não há lugar para o tom róseo que a vida costumava ter. Aqui o ritmo é diferente. Aqui é tudo mais cru. Áspero. Tento encontrar o que me faz feliz nessa nova realidade. Existem alguns momentos de ouro, mas por agora, estou mais presa à nostalgia do que nunca. Ainda não acredito nessas verdades que se apresentam, como se pudesse acordar a qualquer momento e voltar a viver a vida que sempre conheci. Estou em standby, reunindo forças.

22 de março de 2012

PÃO TORRADO

Depois de um longo dia de trabalho de meus pais,

minha mãe pôs um prato de salsichas e pão torrado, torrado demais,

na frente de meu pai.

Lembro estar esperando que alguém notasse...

Porém, mesmo notando, meu pai pegou um pão torrado, sorriu para minha mãe

e me perguntou como tinha sido meu dia na escola.

Não me lembro do que respondi, mas me recordo de vê-lo passando manteiga e geleia

no pão tostado e de comê-lo todo.

Quando me levantei da mesa naquela noite, recordo de ter ouvido minha mãe pedir desculpa ao meu pai

pelos pães torrados demais.


Nunca esquecerei do que ele disse:

Querida, não se preocupe, às vezes eu gosto de pães torrados demais.

Mais tarde naquela noite fui dar um beijo de boa noite em meu pai e lhe perguntei se gostava de pães torrados bem queimados.

Ele me abraçou e disse estas reflexões:

Sua mãe teve um dia muito difícil no trabalho, está muito cansada e, além disso,

um pão torrado um pouco demais não faz mal a ninguém...

A vida está cheia de coisas imperfeitas e de gente imperfeita.

Aprender a aceitar os defeitos e decidir celebrar cada uma das diferenças dos demais

é uma das coisas mais importantes para criar uma relação saudável e duradoura.

Um pão torrado demais não deve ferir um coração.

A compreensão e a tolerância são a base de qualquer relação.

Seja mais amável do que você acredita que é necessário, porque todas as pessoas,

neste momento, estão liberando algum tipo de batalha.

Todos nós temos problemas e todos nós estamos aprendendo a viver

e o mais provável é a vida não nos baste para aprender o necessário.


O caminho da felicidade não é reto.

Existem curvas chamadas EQUÍVOCOS,

existem semáforos chamados AMIGOS,

luzes de alerta chamadas FAMÍLIA.

E tudo tem êxito se tiver:

Um anel de reposição do chamado UM potente motor, chamado AMOR,
um bom seguro chamado FÉ,

combustível abundante chamado PACIÊNCIA,

mas, acima de tudo, um motorista hábil chamado DEUS.



Recebi esse e-mail hoje. Mesmo que não concorde com tudo, grande parte da lição é verdadeira, e mesmo que nenhum pai fosse dizer todas essas palavras belas, fica a lição: aprender a lidar com as diferenças de cada um. Ando precisando disso.

24 de fevereiro de 2012

Delícias de Carnaval

Enfim, para o bem de todos, essa data horrorosa passou. Soa amargo de minha parte falar assim, não? Mas é que não simpatizo nem um pouco com carnaval. De qualquer maneira, queria deixar algumas dicas para os próximos feriados ou qualquer hora vaga que surgir. Começando pelo paladar...
Bons filmes e livros exigem a degustação de um delicioso brigadeiro, e esse é especialmente bom. O gosto do cacau é acentuado, o que permite comer colheres e mais colheres sem enjoar. Pois é, para mim nada como brigadeiro de festa, enroladinho, com forminha de papel e tudo, e essa é a sugestão original do Brigadeiro dos Frades. Mas em época de mudança, muitas caixas e coisas a organizar, não dá para gastar tempo enrolando brigadeiro, então improvisamos para comer de colher mesmo, mas no ponto para enrolar, com uma camada generosa de raspas de chocolate branco e preto por cima. Ficou muito bom, no dia seguinte então, melhor ainda...
Meu dedo podre é fatal, então sempre escolho pelo menos um filme muito chato na locadora, mas sobraram três bons para contar história:

O Noivo da Minha Melhor Amiga: Meu preferido desse carnaval. É romance, não espere chorar de rir, mas é divertido, cria uma expectativa em você. Quando olhei a capa, pensei: aposto que ela se apaixona pelo noivo da amiga, mas na verdade ele é um canalha, no fim não tem casamento e uma livra a outra do galinha. Bem, uma coisa eu posso afirmar: em todos os clichês que você apostar, nenhum vai te levar à história do filme, você tem que assistir para ver que não é nada disso. Dou cinco estrelas, recomendadíssimo. E a melhor notícia é que existe o livro, como descobri no dia seguinte ao ler o blog da Tati.  Já baixei (aqui) e não vejo a hora de começar a ler.


Os Pinguins do Papai: Muita gente já deve ter visto esse filme. Não? Vale pagar o preço de lançamento, se você tem uma internet ruim como a minha e não consegue baixar filmes. É engraçado e fofo, dá vontade de ter um pinguim de verdade. Adoro animais, então me apego a histórias desse tipo. Além do mais, o filme também fala de família. Só achei que podiam ter  colocado um conteúdo melhor nos extras. No mais, Jim Carrey é Jim Carrey...

Grande Menina, Pequena Mulher: Já é um filme antigo, mas de tanto que me recomendaram, não resisti. Mu, o porquinho, é um fofo (mais uma vez voltando aos animais). È um filme leve, não acho que seja uma história emocionante a ponto de chorar, mas isso não quer dizer que a lição não seja válida. É legal ver como uma aprende com a outra e tem algumas cenas engraçadas.



Outra coisa que não me canso de fazer é vasculhar o blog da Vivianne Pontes. Já sigo há algum tempo e estou me deliciando com as dicas de decoração e faça você mesmo. Até resolvi meu problema com a cortina graças a este post. É um blog muito legal e útil, recomendo.

15 de fevereiro de 2012

Mudança: Tudo novo de novo

Começou num sábado e num sábado terminou. Vi a primeira claridade do dia brotar no horizonte com um misto de esperança, um vento frio anormal para os últimos dias e chuva, chuva fina, que eu rezava para parar. Além do dia da semana em comum com a última vez, continuamos fadadas a mais algumas coincidências: " Temos gás, mas eletricidade ainda não." Foram essas as palavras de Vianne naquele mesmo capítulo que transcrevi no último post. E as faço minhas. Sim, caros amigos, passamos o final de semana sem luz no novo apartamento. Mas apesar desse tipo de dificuldade, a mudança correu tranquila, e essa é realmente a palavra que melhor a define. O motorista do caminhão é um homem de poucas palavras, produtivo nas suas atitudes ritmadas, assim como seus ajudantes. Contidos, calmos, experientes, cuidadosos com nossos sonhos e lembranças, embalando-os em cobertores e acomodando-os da melhor maneira possivel, lendo as indicações nas caixas, sem nada jogar. Dessa vez não houve pressa (e parece que justamente por isso tudo saiu mais rápido ainda), não houve aquela surpresa ruim, calor, churrasco, cerveja, música, baixaria; não houve aquele constrangimento de coisa errada, aquela sensação de erro, de abandono de lar. Dessa vez nossos pertences não vêm carregado com aquela imagem da casa de anos, e sim com uma sensação de alívio.
Olho para os cômodos vazios pelo o que penso ser a última vez, trancamos tudo e partimos, deixando para trás umas últimas coisas para buscar depois. Vamos embora bem a tempo, antes que toda a agitação de comércio comece. E ao empilhar caixas e sacos neste apartamento, ele já vai adquirindo nossa cara, basta olhar os móveis posicionados no meio da bagunça. O sofá azul e o hack de jatobá. O contraste com as paredes amarelas é ótimo, mas melhor ainda o ambiente do meu novo quarto. A cerejeira dos móveis cria perfeita harmonia com o entorno, e no outro canto a mesa mogno montada em L novamente me lembra aqueles meses de abril e maio, um romance italiano, reforma e expectativa.
A energia, a atmosfera, a impressão, esse ar, isso que sinto, não importa o nome, é bom. É acolhedor, aconchegante, tem um quê de lar, de Chocolat; o ambiente que eu queria. E eu tenho a plena certeza de que não estarei desamparada. Damos nosso jeito para contornar alguns problemas técnicos, como a falta de luz, mas a paz reina, a alegria, e vale frisar, o alívio.
Eu olho pela janela e vejo um céu azul estático, como numa pintura. As casas de um bairro nobre num morro gigante. Do outro lado, uma das avenidas principais da cidade, inúmeras pontes, uma igreja barroca contrastando com os sobrados e comércio. Palmeiras, enormes. Posso me debruçar na janela e olhar por quanto tempo quiser. Aqui, podemos abrir as janelas da frente. Aqui, no nosso novo lar. Estamos prontas para começar tudo novo de novo.

8 de fevereiro de 2012

Faxina

Água com sal grosso de dentro para fora e descendo escada abaixo para levar embora tudo de ruim. Água benta de fora para dentro para trazer boas influências. Assim finalizamos a limpeza do apartamento para o qual vamos nos mudar. A primeira faxina sempre é a mais difícil, com resquícios de cimento, massa corrida e ferrugens de lata de tinta pelo chão. É necessário muito sabão, vassoura e palha de aço para tirar todas as manchas. Disposição, espátula, suor. Mas quando o piso seca claro e brilhante, nota-se que valeu à pena. E quase dá para ver a agitação que um dia vai haver lá dentro, os risos e brincadeiras de garotas.
Esses "rituais" de nova morada me lembram um trecho de Chocolat, que li essa semana mesmo:

À luz de uma vela, exploramos nosso novo território; os velhos fornos ainda surpreendentemente bons debaixo da gordura e fuligem, as paredes apaineladas de pinho, as telhas de barro enegrecidas. Anouk descobre o velho toldo dobrado numa dependência nos fundos e o arrastamos para fora; aranhas se espalham, saindo debaixo da lona desbotada. Nossa moradia fica no sobrado da loja; um quarto-e-sala com banheiro, uma varanda ridiculamente minúscula, um canteiro de terracota com gerânios mortos... Anouk faz cara feia.
- É tão escuro, maman (...) E tem um cheiro tão triste.
Ela está certa. O cheiro é como a luz do dia aprisionada por anos até se tornar acre e rançosa, o odor do excremento de camundongo e dos fantasmas de coisas esquecidas e não lamentadas. Tem o eco de uma caverna, o pequeno calor da nossa presença serve apenas para acentuar cada sombra. Pintura, luz do sol e água com sabão nos livrarão da sujeira, mas a tristeza é outra história, a ressonância desolada de uma casa onde ninguém tinha rido durante anos... 
(...)
Acendemos uma vela para cada cômodo, em cores dourada, vermelha, branca e laranja. Prefiro fazer meu próprio incenso, mas, numa crise, os bastões comprados prontos, de lavanda, cedro e capim-limão, servem para quebrar o galho. Cada uma de nós pega uma vela, Anouk soprando sua corneta de brinquedo e eu batucando numa velha frigideira com uma colher de metal. Por dez minutos, circulamos por cada cômodo, gritando e entoando no tom máximo de nossas vozes - Fora! Fora! Fora! -, até sacudir as paredes e pôr os indignados fantasmas em fuga, deixando em seu rastro um débil cheiro de queimado e boa quantidade de reboco caído. Olho por trás da pintura rachada e enegrecida, por trás das tristeza de coisas abandonadas, e começo a ver vagos contornos, como a pós-imagem de uma estrelinha de fogo segura na mão - aqui uma parede reluz com pintura dourada, ali uma poltrona, um tanto decrépita, mas colorida de um laranja triunfante, o velho toldo subitamente brilhando como as cores semi-ocultas saídas de sob as camadas de sujeira. Fora! Fora! Fora! Anouk e Pantoufle batem com os pés e cantam e as débeis imagens parecem ficar mais brilhantes - uma banqueta vermelha junto ao balcão de vinil, uma corda de sinos contra a porta da frente. Claro, eu sei que é só um jogo para reconfortar uma criança assustada. Trabalho terá de ser feito, trabalho duro, antes que qualquer coisa se torne real. E ainda assim, no momento, é suficiente saber que a casa nos dá boas-vindas, tal como nós a ela. Sal grosso e pão no batente da porta, para aplacar quaisquer deuses residentes. Sândalo sobre nosso travesseiro, para adoçar nossos sonhos. Mais tarde, Anouk me disse que Pantoufle não estava mais assustado, de modo que ficou tudo numa boa.

E a história segue. Espero que do mesmo modo que Vianne conseguiu arrumar sua nova casa e chocolateria de modo acolhedor, consigamos organizar nosso novo lar para que seja também aconchegante. Recomendo muito este livro a todos, ainda tenho que tirar um post só para uma resenha, já que já fiz várias menções, sem nunca deixar muito claro toda a história do livro e todos os porquês de lê-lo todo início de ano.
Hoje à noite a lua  está cheia e brilhante no céu. Brilhando tanto que os olhos até ardem de olhar para ela por muito tempo. Até parece que ganhou luz própria. Já não era sem tempo...

3 de fevereiro de 2012

Pianista

          Você é tudo o que me restou daquelas partituras que eu não sabia ler, mas carregava comigo. Você é a inspiração que veio quando eu mais precisava. Como sempre, você estava lá. Você está aqui agora. (...) Sua música veio como uma rajada de vento reacendendo meu coração e como uma luz clareando minha mente. Sua voz de novo com novas melodias. Seu ritmo mais vivo, cheio de esperança para mim. Obrigada. Overshadow every light now, please. (...) Deixa eu sentir as batidas do seu coração, o seu pulsar, meu personagem ganhando vida de novo. Me leva pra tua história. Venha  cheio de brilho de novo. Não me deixe ver a realidade, apenas sentir a nossa realidade. Você é forte, cuide de mim. Esperei tanto por sua volta.
Eu entendi o que você disse. Nós falamos a mesma língua: música. O sol voltou a brilhar hoje e eu sinto aquele frio vindo de dentro de mim. E eu nunca pensei que isso pudesse ser tão bom para mim. Essa sou eu. Senti minha falta. Senti sua falta, pianista. Invadindo meus sentidos, me ajudando a rascunhar nossa história. Eu carrego o mundo inteiro dentro de mim e quero muito que você me faça companhia. Suas palavras, sua voz, as notas que acalmam minha alma.
Agora o mar é só uma sombra, sempre bela, mas eu vivo novamente na cidade. No cinza que me encanta com sua melodia. Toque uma música para mim à beira da água doce. Doce como Paris, como os doces que provamos pela nossa caminhada. Somos viajantes, e fazemos isso juntos. Vamos para a mesma direção. Let me feel you.








1 de fevereiro de 2012

Retomando...

Antes de tudo, gostaria de agradecer a todos que me parabenizaram pela formatura, no entanto, eu falava de uma amiga de quem gosto muito, não de mim. Desculpem se isso não ficou claro, minha caminhada até o fim da graduação ainda é longa, mas agradeço mesmo assim, de coração. Transmitirei à ela os votos de felicidade na nova etapa.
Quanto a Janeiro, chegou ao fim de uma forma incrivelmente rápida. Mais um mês, mas não qualquer um. O ano começou agitado. Uma agitação que dá aquele frio na barriga, aquelas decisões importantes. Viagens. E finalmente, casa. Vontade de curtir o lar. Aquela vontade que não é muito possível, porque o lar já se desintegra. Em menos de duas semanas me mudarei de novo e o ritmo agora é de empacotar, encaixotar, embrulhar. O ritmo agora é contruir novo lar, sem as manchas do passado. 
Fevereiro começa com aquela vontade de ler Chocolat mais uma vez. Todo ano, o mesmo costume. Este ano mais tarde, mas espero ter tempo de aprender mais algumas lições com Vianne. Começaremos ao mesmo tempo, no mês de carnaval, nossa jornada pelos desejos humanos. Adoro esse livro e recomendo a todos. São mais do que simples palavras impressas no papel.
Gostaria ainda de acrescentar que estive ausente por uns dias, sim. Quem tem tempo para internet em Campos do Jordão? Em breve, mais relatos dessa viagem também. Serão mais dinâmicos, prometo.

21 de janeiro de 2012

Formados: transformados

Relatos tc são séries de textos que escrevi sobre uma pequena visita a minha cidade natal. Enfoque maior em lembranças, parentes, conhecidos... É claro que aconteceu muito mais. Mas me vejo obrigada a interromper a sequência de textos. Os últimos dias têm sido especiais e eu tenho que compartilhar isso. 

Com certeza todo o tempo que uma pessoa passa na faculdade muda seu jeito de ver a vida e de agir. Acho que em cinco anos e meio dá para viver muitas experiências, mesmo que você não se abra para nenhuma. Elas vêm até você. E eu falo aqui de uma pessoa muito especial para mim. Nos conhecemos há menos de um ano, mas isso já foi o suficiente para criarmos grande amizade, confiança e cumplicidade. Ela é uma das poucas pessoas com quem eu me senti à vontade para conversar sobre os meus problemas, afinal, não mostro meus defeitos para qualquer um. Inúmeros almoços juntas, ela com seu jeito diferente de pensar, que faz muito sentido, mas é tão difícil de colocar em prática. O mais importante, porém, foram os momentos de coisas boas que compartilhamos: experiências que ela me passou, risos com bobagens que só Freud entende, blogs, colegas de quarto, acusações contra a cidade universitária... Nossas coisas em comum, as frases engraçadas... Ela tem um humor único. E quando nos revemos depois de semanas, pensei: "Vou sentir falta disso."
A faculdade para mim está atrelada à imagem dela. Vou ter que fazer essa separação aos poucos, para estar preparada para quando o verdadeiro fim chegar. Quando a separação for além do período de férias.
Depois de formados, os alunos estão transformados. Prontos para mudar também a sociedade em que vivem de alguma forma, agora de maneira profissional. Como novas pessoas, que se separam para trilhar cada um o seu caminho. E é incrível como as coisas sempre se apresentam como um ciclo, pelo menos na psicologia noto muito isso. Ontem, a paraninfa disse o que aprendemos no primeiro dia de aula, praticamente: devemos ser fiéis a nós mesmos, às nossas crenças, ao que está em nossos corações. E assim, o ciclo se encerra. Chapéus para o alto, agora estão transformados. Não são mais graduandos. São psicólogos.

20 de janeiro de 2012

Almoço (relatos tc)

Uma das coisas mais impressionantes e maravilhosas é que havia sol. Há tanto que eu não via um sol radiante daqueles. Acordei mais tarde do que devia e seguimos nosso trajeto pela rua da minha última escola. As árvores brilhavam de um jeito que só acontece naquela cidade, aquele jeito familiar que eu encarei de novo com carinho.
Deixei claro que não queria colocar os olhos sobre a antiga casa. Quero manter intacta na memória sua imagem, e sei que hoje ela passa por reformas. Quero manter no coração a sensação de lar, e não de uma perda. Quero manter as chapas que cobriam a garagem, a capela que minha avó mandou fazer, a grama verde com a Lila correndo sobre ela. Quero manter os mesmos móveis no lugar, o cheiro da minha casa. A visão que eu tinha olhando de dentro para fora, e não de fora para dentro, querendo entrar e sabendo só traria mais saudade. Quero guardar a visão que eu tinha ao subir na mureta e olhar a rua de cima, e só.
Minha mãe concordou comigo. E fiquei feliz por isso, por ela também escolher o menos doloroso.
E foi com ironia que o rio não invadiu as ruas do bairro este ano, nem com nível alto estava. Notei que andar por sobre aqueles ladrilhos era diferente de andar por qualquer outro lugar da cidade. Ali, parecia que eu nunca tinha saído dali. Era quase como voltar da escola naqueles tempos em que tinha companhia até a rua de casa. E ao virar a esquina, esperava sentir um choque, arrepio, vontade de chorar, esperava reações. Elas não vieram. Pelo contrário, só foi maior a certeza de que nunca deixei de morar naquela rua larga e acolhedora. 
Enquanto minha mãe cortava o cabelo no salão de costume, fui até a padaria improvisar um café da manhã. A dona sempre me pareceu louca, e isso também não mudou. Fiquei feliz em ver uma velha casa reformada e habitada. Ela costumava ser realmente largada, com sua grama muito alta e grandes ferramentas enferrujadas penduradas na janela da frente, a grade azul anil suja. Agora é de uma cor que gosto muito, um tom que aparece Nescau, e aparenta ser muito limpa. Fiquei realmente feliz pela renovação, mesmo sem saber quem mora lá agora. Acho que, para mim, foi como uma representação material de que a renovação é possível.
Encontramos pessoas conhecidas no salão. Uma antiga professora passou rapidamente. Esperava mais euforia ao me ver, como antigamente. Depois me lembrei que não fiz nada de grandioso, ainda, para merecer um sorriso largo e várias perguntas. Faculdade não conta como "ato heróico", já que não fiz a escolha que eles consideravam a melhor. Mas não me deixei abalar, tenho no coração paciência, meu momento ainda vai chegar, ergo tijolos a cada dia para isso.
Tocamos a campanhia e, a princípio, ela não nos reconheceu. Minha "avó postiça". A visita ali também foi breve, mas torci para as lágrimas não virem à tona. Alguém fazia o almoço enquanto conversávamos na sala. Uma cadela de pelúcia que já foi minha estava no sofá oposto ao nosso, em demonstração de carinho, e nossa anfitriã em sua cadeira do papai cor creme. Contamos do réveillon, naves espaciais e empolgação.  Ela perguntou o inevitável e me vi embaraçada ao falar do assunto. Parece que a ferida ainda não está totalmente cicatrizada. Ela parecia já saber que não daria certo de qualquer jeito. 
Depois, seguimos para o almoço. O convite inesperado, que aceitamos, para a nossa própria surpresa. Ovos fritos, comida caseira, simples, mas gostosa, panelas de barro, muita salada, fartura. Comida mineira. Senti-me visitante de minha própria terra. E conversamos de várias coisas, tão à vontade naquela casa que nunca tínhamos adentrado tão profundamente. De presente, um livro de receitas, de encanto, um bebê, Júlia. Acho que nunca gostei tanto de uma criança. O que mais admirei foi não haver nenhum choro, apenas vontade de explorar, aprender. Pude ver que compreendi mais de algumas aulas do que imaginava.
Ali parecia um mundo a parte, de aconchego, conversas amigáveis, amor fraterno, conforto e simplicidade, alegria. Foi nossa visita mais longa. Até que atravessamos o portão, trocamos mais algumas palavras e demos uma última olhada para nossa rua, na direção da casa que um dia foi nosso lar, mas sem nunca enxergá-la de frente. Eu a enxergo com os olhos do coração nas lembranças, e não é preciso estar a poucos metros de distância para isso.

19 de janeiro de 2012

Visita (relatos tc)


Quando pequena, aquela sala me parecia tão menor. E do que eu mais me lembro são dos potes com doce de leite em cubinhos, cocadas brancas e bolachinhas. Eram tão gostosos, as cocadas especialmente misteriosas para mim. Era o que eu mais gostava ali, já que minha visita não era obrigatória, pelo menos por nenhum laço sanguíneo.
Mas, como não podia deixar de ser, aquela mesma estante está bem menor do que eu me lembrava e deve ter as mesmas fotos de antes, pois nelas os netos continuam crianças. Não estou ali, claro. Não deveria estar.
A casa continua com o mesmo portãozinho baixo. O contraste do antigamente com os dias de hoje, confiança e roubos. Lá dentro, as paredes pintadas há pouco tentam disfarçar a idade dos tijolos como maquiagem. O amarelo claro e o azul bebê das janelas de madeira.
A televisão com legendas para o ouvido surdo. Ela está sentada ao lado da mesa de jantar com o andador logo à frente. Uma miudeza que chega a ser encantadora envolta em rosa. Meiga. Os inúmeros cabelos brancos brilhantes. Já foram mais volumosos, mas quando se tem mais de 90 anos, algumas coisas mudam. E nesse momento não parece importar se ela foi boa sogra, mãe, esposa, ou o que quer que seja. Agora, ela não parece má. Ela continua perspicaz sabendo os números de telefone de cor e pena e afeição são praticamente meus únicos sentimentos.
(...) Observei muito mais do que falei, juntando o atual com minhas memórias embaçadas. A conversa durou menos do que eu esperava. Saímos para a ruazinha tranquila e escura. Um bom lugar no centro para se morar. Provavelmente nunca mais entrarei naquela casa.

9 de janeiro de 2012

Casório?!

Ao contrário do ano que se foi, este já começou bem: terminei de ler meu primeiro livro, o primeiro de muitos, espero. Já fazia um tempo que queria ler algo descontraído e casual, então Marian Keyes seria perfeito para isso. Optei por Casório?!, em parte, por causa da questão da cartomante. Mas vamos aos fatos.
Uma velhinha cartomante que mora num lugar sinistro vira para Lucy e diz que ela vai casar em um ano. Lucy não é do tipo que tem sorte no amor. Na verdade, ela tem um gosto que eu desaprovo bastante: caras desleixados, que bebem até cair, sem emprego, sempre no perrengue, drogados... Eles acabam causando decepção mais cedo ou mais tarde para ela. Parece bem impossível que ela se case num prazo tão curto. Até que o livro apresenta o amigo (sempre tem o amigo), Daniel. Lindo, sexy, rico, educado, mulherengo. Aquele melhor amigo que a gente já fica na esperança: vai ser ele. Porém, contudo, todavia, aparece Gus para "estragar" tudo. Bate aquele medo de Lucy acabar ficando com ele, já que ela cria fantasias de casamento depois da previsão da cartomante. Lucy não tem nenhum amor próprio e aguenta poucas e boas de Gus, que some e reaparece sem muitas explicações. Aliás, todas as suas conversas são bem mirabolantes.
Uma das minhas partes favoritas é quando Lucy finalmente cria coragem e diz: VAI SE FODER. Essa é uma passagem de grande estilo no livro. Existe Adrian, o cara da locadora, Jed do trabalho (apesar de ele ter mais jeito de gay do que de bom partido para Lucy)... E também tem a Megan, sempre desconfiei quando ela vinha com papos de que o Gus não era flor que se cheire. Mas esse é outro caso. Ah, é importante dizer que é um livro para maiores de 18 anos, então...
Apesar de divertido, não acho que seja o melhor livro da autora. Prefiro Um Bestseller pra Chamar de Meu, pois a história se divide entre três personagens principais, fazendo com que a história não fique muito cansativa sob apenas um ponto de vista. Pode ser que eu tenha cansado um pouco de alguns acontecimentos do livro por não concordar muito com o jeito de ser de Lucy. Mas é um bom livro, com um humor leve, muitas festas, alguns palavrões e desentendimentos familiares. Encontros e desencontros amorosos. Torci pelo Daniel até o fim, e aí... Não vou contar como termina o livro. Só não consigo deixar de falar que algumas coisas ficam suspensas...
Enfim, eu indico Casório?!, de Marian Keyes.