23 de setembro de 2010

Independência ou...um Guaravita - Viagem em 7 de Setembro

Olhar o horizonte e não ver fim. Olhar e ver tudo se selando num beijo azul, ou então em cores crepusculares ao pôr-do-sol. Lindo o pôr-do-sol... Acho que para quem nunca tinha visto o mar, não há coisa mais bela. É se deperar com um "lagoão", e embora o termo não seja meu, expressa bem o que nós, mineiros, sentimos ao dar de cara com tanta água. E é de uma cor tão bonita, e é fria. MUITO fria. Mas ainda molhei um pouco os pés. Acho que nada descreve a vista do Pontal, por exemplo. Apesar do medo de ser derrubada pelo vento a qualquer momento, curti muito a paisagem lá de cima, nenhuma foto se compara a cada detalhe visto de lá (e olha que eu enxergo muito bem!), ao que dá para sentir de lá. 
Outra sensação nova foi a areia entrando pelos dedos dos pés. É algo bem comum e simples, que faz parte desse cotidiano de praia, mas não passa pela cabeça quando se vê televisão. Eu, pelo menos, nunca tinha pensado nisso até o dia em que li um poema de Luís Fernando Veríssimo. No poema, porém, ele não prevenia para coisas como não manter a boca aberta por muito tempo para não correr o risco de comer areia. Mas se isso acontecer, tudo bem, areia não tem gosto de nada, e agora posso dizer isso por experiência própria...
Além do mar em si, vi a maior lagoa da minha vida, e de água salgada, ainda por cima. São Pedro também guarda suas belezas, e muitas conchas naquela areia! Nada de comprar conchas do moço na rua ou de pedir para trazerem algumas de lembrança, desta vez pude pegar eu mesma. E ainda não acredito que foram só duas... Mas é que eram tantas coisas para ver. Os barcos, mesmo os de enfeite, as miniaturas à beira da lagoa. os cata-ventos. Embora as salinas não funcionem mais como fonte de renda da cidade, os cata-ventos dão estilo à cidade, sabe. São Pedro não seria a mesma coisa sem os cata-ventos,  sem o ônibus que vende acarajé, sem a Casa de Azuleijos (tem até a cama que a princesa Isabel dormiu), e claro, sem a a Casa da Flor. É, São Pedro, da Casa da Flor, "construída com material de refugo por Gabriel dos Santos, sua obra é comparada à do famoso arquiteto catalão...". Aquele comercial simpático da TV. A arquitetura antiga se mesclando com a contemporânea, as praças da cidade, as ruas de areia, a sombra das árvores sobre a lagoa, as crianças correndo na praia, e até os cachorros tomavam banho na água onde os mortos do cemitério boiaram (lendas da cidade...). São encantos que gardarei para sempre e que se acentuam ainda mais pela boa companhia. Não tenho nem palavras para agradecer a boa recepção que tive, apesar do Luiz ter feito todas as propagadas contrárias à educação das pessoas no Rio. Até nas lojinhas as moças foram simpáticas. Ah, e eu fiquei impressionada em como se toma Guaravita por lá. Pode não ter Coca-Cola (se bobiar, pode não ter água), mas Guaravita tem com certeza.
Gostei muito de conhecer os amigos de quem o Luiz tanto falava e eu ficava imaginando como seriam. Foram todos muito legais comigo, são pessoas animadas e eu espero que a gente possa passar mais tempo junto. Sou meio calada, gostaria de ter dito isso pessoalmente.
São muitas coisas para um post só, mas o que eu sei é que foi uma viagem ótima. Todas as horas de vômito  ônibus valeram à pena. Por último, queria dizer que venta muito por lá e passei um bocado de frio em alguns momentos, os carros correm bastante e xadreZ se escreve assim, e não com X no final. Eu estou a 490km de distância, mas alguém podia avisar isso ao dono daquele bar em Cabo Frio.
Espero voltar em breve, já estou com saudades. A cidade aqui ficou até sem graça...