24 de abril de 2009

Primeiros passos

Foi num 24 de abril, que eu dei meus primeiros passos. E logo que aprendi a andar já queria correr. Claro, caía. Caí muito nessa vida. Lembro-me que, mesmo depois, sempre tinha um joelho ralado, um braço esfolado... Ah, como ser criança era bom! Não é à toa que eu nunca quis deixar de ser... Sabe, não havia noção de tempo ou espaço, não havia medo de chorar ou rir na hora que eu bem quisesse, não havia hesitação em dizer o que pensava...
E engraçado que, justo ontem, eu estava a pensar. O que eu quero da minha vida? Quer dizer, eu estou andando, seguindo um caminho, e até tenho uma noção de onde ele vai me levar, mas de repente a ficha caiu e eu percebi que não sei por quais razões estou nesse caminho, não sei o que me faz seguir nessa direção... Será que é mesmo isso que eu quero? Perdi meu rumo em alguma parte do trajeto.
Bom, é um tanto complicado descobrir o que fazer agora. O caminho que eu realmente queria seguir é arriscado; ousado. Todos estão propensos a errar. Eu também. Mas isso não nos tira o medo de errar.
Mas eu continuo a caminhar. Ainda estou aprendendo, até hoje. Às vezes caio e me machuco, às vezes é só uma quedinha boba, mas eu sempre me levanto e continuo a andar. Às vezes com alguma motivação, às vezes só seguindo o fluxo.
De qualquer maneira, acharei uma solução para a minha caminhada, afinal, não é para sempre que vou andar por caminhos onde o chão é firme.

"Não siga os caminhos traçados, pois eles sempre levam aonde todas as pessoas chegaram."

19 de abril de 2009

Sobre ares

Antes, a escola nem tinha um ar que eu pudesse apreciar muito. Era tudo tão rápido, tive que me adaptar em tempo recorde com outras coisas que não eram o ambiente. Este, ah, este foi ficando de lado... Ficou por tanto tempo...
Vez em quando eu olhava pela janela. Era uma paisagem estranha. Nunca tinha visto a cidade daquele ângulo, nem com aquele odor desagradável, ou o calor estonteante. Tudo era uma fusão. Fome. Concentração. Rapidez. Alívio. Tensão.
À época, não parecia bom. Na verdade, enquanto vivemos algum momento que não é exatamente bom (às vezes, até chega a ser ruim) não percebemos o que ele tem de bom, e depois, quando ele não tem mais possibilidades de existir, sentimos uma falta tremenda dele. É, de uns tempos pra cá conheci a verdadeira saudade... As pessoas, as circunstâncias, a inocência que não existe mais...
O ambiente? Por que ele é tão importante para mim? Bom, eu não sei se é só comigo, mas há lugares em que eu me sinto particularmente bem e isso ajuda muito a desenvolver minha capacidade de comunicação. Mas esse ambiente vai além dos objetos; ele inclui a sensação que a matéria passa, é como se fosse uma decodificação para o subjetivo. É o ar, mas não aquele que se respira... Bom, esse também, mas além dele, é aquela atmosfera que a junção entre pessoas, objetos e experiências vividas passa.
Hoje? Ah, hoje a escola não é ruim. É diferente. O ar começa a ficar frio. É estranho ver o ambiente mudar. Talvez seja estranho me ver mudar com ele. Mas, sabe, ruim não está. É, definitivamente, não. A rotina massacra algumas sensações e, hoje, passo por muitos cenário e sinto que não faço parte deles, só passo por lá. E nesse novo ambiente, as coisas parecem que fogem um pouco do meu controle; eu pareço fugir do meu controle... "A carne é fraca..." Sim, aquele velho ditado, mas num sentido um pouco diferente. Talvez algo como substituir carne por atitudes faça o sentido se aproximar mais do que quero dizer... Mas é bom agir. Eu prefiro agir e ter na mente aquela sensação de que fiz uma burrada do que não agir e ficar com o pensamento me martelando a cabeça "E se eu tivesse feito?..." Então, acabo agindo sem ver...
Hoje em dia o ar é frio, eu olho pela janela e vejo a vida do lado de fora pulsar sem barulho, a chuva cair sem molhar... O olhar incerto... Eu vejo a realidade ou o que quero ver?
O meu medo é ter um não como resposta...

18 de abril de 2009

Pensando...

Encerrei março com palavras à uma pessoa muito importante e comecei abril com trechos de diferentes momentos de minha vida. Depois, uma música, fusão de tudo, reflexo de momentos em que penso em não-sei-quem... Mas a questão é que, hoje, eu queria vir e falar de algo sem ser por entre as linhas. Queria simplesmente falar de um filme, dar uma opinião crítica, falar do clima, do céu, da minha dor de garganta, das minhas 12 horas de sono... Queria indagar porque será que Coldplay compôs The Scientist, ou alguma coisa do tipo...
Mas a verdade é que a estante está vazia e aqueles textos mentais que sempre se formam quando uma situação acaba de acontecer, eles somem na hora que queria passá-los para o papel...
Bem, louvemos o feriado! Ah, eu amo feriados! (Quem não ama?) Talvez em outros tempos eu não gostasse tanto porque no feriado eu fico longe daquela pessoa especial. Ah, pois é, aquele tipo que gosta mais do outro do que de si. Mas agora, depois de deixar tantos finais de semana e feriados passarem só para encontrar com aquele alguém que faz meu coração bater mais rápido, eu vi que não vale a pena. Eu sou mais eu!, como diriam alguns...
Claro que, às vezes, me pego perguntando O que será que você está fazendo agora? E muitas vezes não tenho a mínima noção do que seria... Mas faz parte. Não é por isso que eu vou deixar de viver meu feriado. Eu tenho quase certeza que essa pessoa não está se perguntando sobre mim, então...
Ah, é que um amor que a gente cria na mente, um amor forçado, esse é fácil de deletar, por mais que não pareça. Mas e aquele que a gente não escolhe? Aquele que acontece esponâneamente? O que que a gente faz com ele?...

10 de abril de 2009

Tracing





Do you ever get the feeling
that we started in the middle
or have you ever had the sense
that we've been lying just a little
I mean come on
it's not like we've known ourselves that long


and I can't say I really blame you
for being bored with the beginning
always staring at the score
to figure out who's barely winning
but don't you know
there is a reason strong moves slow


and I'm okay
if you're okay with
wasting time
but when you trace
you always see the bottom line


we are tracing
I hope you know
we are tracing


and if you want to know the moment
I knew that I was still alone
I found I'd never learned your number
I only stored it in my phone
you'd think by now
I'd know the shape of calling home


and I'm okay
if you're okay with
wasting time
but when you trace
you always see the bottom line


we are tracing
I hope you know
we are tracing
we're both alone
we are tracing
we are tracing


did you ever get the feeling
that we started in the middle
or have you ever had the sense
that we've been lying just a little
I mean come on
it's not like we knew ourselves that long

Tradução:

Você já sentiu que nós começamos do meio?
Ou você já teve a sensação de que nós temos mentido um
pouquinho?
Eu quero dizer, qual é?
Não é como se nós nos conhecêssemos há tanto tempo
assim

E eu não posso dizer que eu realmente te culpe
Por estar entediada com o começo
Sempre encarando o placar para tenatar ver quem mal
estava 'ganhando'
Mas você não sabe
Existe uma razão forte, mova-se devagar

E eu estou bem
Se você estiver bem com desperdício de tempo
Mas quando você volta às origens
Você sempre vê a linha do fundo

Nós estamos voltando às origens
Espero que você saiba
Nós estamos voltando às origens

E se você quer saber o momento
Em que eu soube que ainda estou sozinho
Descobri que eu nunca de fato decorei seu número
Somente o armazenei no meu telefone
Você deveria pensar que nesse tempo
Eu saberia a forma de ligar pra casa

E eu estou bem
Se você está bem com o desperdício de tempo
Mas quando você volta às origens
Você sempre vê a linha do fundo

Nós estamos voltando ao início
Espero que você saiba
Nós estamos voltando ao início
Ambos estamos sozinhos
Nós estamos voltando ao início
Nós estamos voltando ao início

Você já sentiu que nós começamos do meio?
Ou você já teve a sensação de que nós temos mentido um
pouquinho?
Eu quero dizer, qual é?
Não é como se nós nos conhecêssemos há tanto tempo
assim

5 de abril de 2009

Passar o dia lendo um livro...

Passar o dia lendo um livro...
a manhã parece tão sua, a tarde tão sua, , a noite tão sua...
As nuvens se aglomeram e querem trazer a chuva, o vento as arrasta, o azul que surge tímido no céu (ah! o azul...), mais vento...
Tarde quente, sol de vai-e-vem. Acho que foi mais ou menos assim...
As estrelas que surgem no céu de repente negro há tempos... E as luzes da casa tão acesas para a festa solitária.
Ali, a te desejar que o seu dia tenha sido o melhor
Unicamente belo e special
Adoravelmente feliz...
Notável, e que traga essa sensação de renovação.
Ontem, quando te vi, era só chuva.
Hoje, não vi. Mas se tivesse visto, diria: feliz aniversário.

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OK, não foi almoço. Foi pizza à noite.
E o verdadeiro presente não é material
É ter a companhia de pessoas com quem dá para ser você mesma.
Se é isso que chamam de amigos
Então é isso: ter a presença de amigos
Rir, interagir, divertir-se, sem se importar com o dia de amanhã.

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É que a felicidade está embutida nas pequenas coisas.

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No dia turbulento o acúmulo de experiências é maior. Cada minuto é essencial e os fatos vão se desenrolando em cadeia, um puxando o outro, sem pausa, enquanto não chegar o fim. É bom. É, talvez tenha entendido o que a menina quis dizer... Suor de vida... Ah, não havia suor, só o vento, o frescor que a chuva quer trazer, a paisagem que os olhos querem ver, sem que um pequeno imprevisto atrapalhe o dia. As horas que passam são de pura vida, as palavras, os olhares, os risos, os gestos... Tudo tem sabor de gostosura. A sensação de liberdade vem de várias maneiras. Não precisa ter nexo nem lógica. As melhores sensações não costumam ser guiadas pela razão.
A data é estratégica, e eu (infelizmente?) vim a conhecê-la um dia desses...
Mas a verdade é que o dia continua. Esperas, curtos intervalos de tempo com pessoas diferentes, uma conversa importante que sempre consegue tempo para acontecer, acasos que não precisei criar, fraternidade. E quando chega a noite, saboreio ao máximo as lembranças do meu dia belo, até que o sono vem e me embala.


Fragmentos de um Diário de Bordo